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Aspectos técnicos na esqueletização da artéria torácica interna com bisturi ultra-sônico
OBJETIVO: Descrever a técnica e avaliar os resultados imediatos da utilização do bisturi ultra-sônico nas esqueletizações da artéria torácica interna, na cirurgia de revascularização do miocárdio. MÉTODO: Foram operados com essa técnica 188 pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio, no período de janeiro de 2000 a outubro de 2006. Setenta e um (37,8%) pacientes eram do sexo feminino. A idade variou de 28 a 81 anos. A técnica utilizada na dissecação consistiu em expor toda artéria torácica interna, abrindo-se a fáscia endotorácica com tesoura o mais próximo possível da adventícia da artéria. Com o bisturi ultra-sônico é feita a secção dos ramos colaterais e sua respectiva hemostasia, dispensando-se o uso de "clips" metálicos na artéria torácica interna. RESULTADOS: As artérias torácicas internas esqueletizadas com bisturi ultra-sônico apresentaram fluxos excelentes, não sendo necessárias manipulações intraluminais para vasodilatação. No pós-operatório imediato, dois pacientes apresentaram paralisia temporária da hemicúpula diafragmática esquerda. Não houve infecção do esterno nesta série. O tempo de dissecação foi de aproximadamente 33 minutos, mas com o aumento da experiência esse tempo pôde ser reduzido. CONCLUSÃO: Essa técnica facilita e abrevia o procedimento da esqueletização da artéria torácica interna, não promove espasmos e a cauterização dos ramos colaterais com o bisturi ultra-sônico é eficiente, dispensando o uso de "clips" metálicos. É um procedimento de fácil reprodução, podendo ser recomendado para sua realização de maneira preferencial.
2007
Menezes,Alexandre Motta de Vasconcelos,Frederico Pires de Lima,Ricardo de Carvalho Costa,Mário Gesteira Escobar,Mozart Augusto Soares de
Avaliação do Escore NNECDSG em um hospital público brasileiro
OBJETIVO: Comparar as incidências observadas de mediastinite e acidente vascular cerebral (AVC) versus as incidências esperadas pelo escore NNECDSG (Northern New England Cardiovascular Disease Study Group), em população submetida à cirurgia de revascularização do miocárdio. MÉTODO: Foram analisados, retrospectivamente, os prontuários de todos os pacientes submetidos à CRVM isolada, no período de 1/1/2000 a 31/12/2004, no Serviço de Cirurgia Cardíaca da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Foi aplicado o escore proposto pelo NNECDSG e calculadas as incidências esperadas de mediastinite e AVC para cada paciente. Os dados de incidência observados e a incidência estimada pelo escore do NNECDSG foram submetidos ao teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov. A comparação foi realizada pelo teste t-Student pareado. O nível de significância foi de alfa=0,05. RESULTADOS: Foram analisados 230 pacientes, sendo 144 (62,60%) homens e 86 (37,39%) mulheres. Sessenta e um (26,52%) doentes apresentavam diabetes, 30 (13,04%), doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e 23 (10%), doença vascular periférica (DVP). Cirurgia de urgência aconteceu em 34 (14,78%) casos. Trinta e sete (16,08%) pacientes tinham uma fração de ejeção (FE) menor que 40%. Mediastinite ocorreu em 12 (5,21%) pacientes. Apesar da incidência geral de mediastinite ter sido maior nesta amostra, não houve significância estatística. AVC ocorreu em 12 (5,21%) pacientes. Apesar da incidência percentual média de AVC observada ter sido maior, não atingiu nível de significância estatística. CONCLUSÃO: Apesar das incidências de mediastinite e AVC terem sido maiores na população estudada, estes valores não atingiram significância estatística, sendo o escore preconizado pela NNECDSG um método seguro e eficaz na predição de mediastinite e AVC pós-operatórios nos pacientes submetidos à CRVM na UFTM.
2007
Barbosa,Tatiana Maia Jorge de Ulhôa Sgarbieri,Ricardo Nilsson Moreira Neto,Francisco F. Vieira,Fabiano Ferreira Pereira,Gilberto de Araújo Rezende Filho,Altino Vieira de Capuci,Herbert Henrique Meirelles,Rafael
Mitral valve replacement with the preservation of the entire valve apparatus
OBJECTIVE: The papillary muscles and the chordae tendineae of both mitral leaflets contribute to the preservation of the left ventricular function. Most surgeons, however, routinely excise the anterior mitral leaflet. METHODS: In a group of nine patients, six of them underwent mitral valve replacement alone and three underwent both aortic and mitral valve replacements, all the mitral apparatus was preserved. All of these patients had mechanical valves using CarboMedics cardiac prosthesis (CarboMedics, Inc. Austin, Texas). RESULTS: There was no mortality. Postoperative echocardiographic assessment revealed maintained left ventricular function with no interference with the prosthetic leaflet mobility and no left ventricular outflow tract gradient. CONCLUSION: We believe that in most patients with long-standing mitral valve regurgitation, thinned out papillary muscles and elongated chordae tendineae that are not amenable to repair, valve replacement with the preservation of the entire native valve is possible and should be encouraged. This is especially valuable for those with depressed left ventricular function, who might otherwise suffer from left ventricular dysfunction in the long-term if the entire mitral valve apparatus were to be excised.
2007
Alsaddique,Ahmed A.
Bomba sangüínea espiral: concepção, desenvolvimento e aplicação clínica de projeto original
INTRODUÇÃO: O trabalho aborda projeto original relativo à concepção, ao desenvolvimento e à aplicação clínica de bomba sangüínea que associa forças centrífuga e axial de propulsão hidráulica, baseada no princípio de Arquimedes, denominada Bomba Espiral (BE), tendo recebido Patente Nacional e Relatório Preliminar Internacional categorizando-a como invento. MÉTODO: Visa avaliar sua capacidade hidrodinâmica e seu impacto aos elementos figurados do sangue por meio de testes "in vitro", como Eficiência Hidrodinâmica, Hemólise Normalizada e Visibilização de Escoamento, e, nos testes "in vivo" experimentais, feitos em carneiros submetidos a Circulação Extracorpórea (CEC), e clínico, em 43 pacientes submetidos a operações cardíacas com CEC, nas quais o elemento propulsor foi a BE. RESULTADOS: Na dependência da distância entre o rotor e a carcaça (fenda) da bomba pôde-se observar que com 1,5 mm gerou escoamento ao redor de 9 L/min, pressão acima de 400mmHg com 1500 rotações por minuto (rpm), índices de Hemólise Normalizada não superiores a 0,0375 g/100l em condições de alto fluxo e pressão, e pelo estudo de Visibilização do Escoamento no interior da bomba não se detectou áreas de estagnação ou turbulência na entrada, saída e junto à extremidade dos fusos. Nas pesquisas "in vivo" experimentais em ovinos em CEC por 6 horas a BE foi capaz de manter parâmetros pressóricos adequados e Hemoglobina Livre entre 16,36 mg% e 44,90 mg%. Durante sua aplicação em cirurgias cardíacas com CEC, num grupo de 43 pacientes, pôde-se constatar variações pré e pós-CEC, na Hemoglobina Livre de 9,34 a 44,16 mg%, no Fibrinogênio, de 236,65 a 547,26 mg%, na contagem do número de Plaquetas de 152,465 a 98,139, Desidrogenase Láctica, de 238,12 a 547,26 mg%, com tempo de coagulação ativada ao redor de 800 seg. quando em CEC. CONCLUSÕES: A BE mostrou resolutividade por gerar escoamento e pressão adequados, sem causar danos excessivos aos elementos figurados do sangue.
2007
Dinkhuysen,Jarbas J. Andrade,Aron José Pazin de Manrique,Ricardo Saito,Claudia Sanches Medina Leme,Juliana Biscegli,Francisco
Proteção cerebral: sítios de canulação arterial e vias de perfusão do cérebro
O método de perfusão encefálica para a adequada proteção cerebral evoluiu desde o início da circulação extracorpórea. As limitações de tempo de atuação na parada circulatória total em hipotermia profunda, a ineficiente manutenção do metabolismo encefálico na retroperfusão cerebral e os cuidados relacionados à prevenção de eventos embólicos na perfusão cerebral seletiva resultaram em diferentes métodos de proteção cerebral durante sua evolução, principalmente nas operações que envolvem o arco aórtico. O fluxo arterial anterógrado, em oposição ao fluxo arterial retrógrado, e os sítios de canulação que permitem esse fluxo anterógrado são hoje, em associação à hipotermia moderada sistêmica, considerados o método mais efetivo de proteção cerebral.
2007
Dias,Ricardo Ribeiro Silva,Isaac Azevedo Fiorelli,Alfredo Inácio Stolf,Noedir Antonio Groppo
Fístula entre artéria coronária interventricular anterior e o tronco arterial pulmonar: tratamento cirúrgico de cinco pacientes
O presente estudo relata a experiência operatória de pacientes portadores da fístula arterial coronária (FAC) entre a artéria coronária interventricular anterior e o tronco da pulmonar. Foram operados cinco pacientes, o sexo feminino foi mais freqüente, com 60% dos casos, e a idade variou de 40 a 46 anos. O ecocardiograma de stress e a cineangiocoronariografia foram realizados em todos pacientes. No pós-operatório, não houve mortalidade e presença de sintomas. Consideramos que procedimento operatório é a primeira escolha no tratamento da FAC, uma vez que previne as complicações do "shunt" artério-venoso, com segurança e eficácia.
2007
Toledo,Islaine Cristina Braile,Valéria Leal,João Carlos Braile,Domingo M.
Ectopia cordis torácica com coração anatomicamente normal
A ectopia cardíaca é uma má formação congênita rara, normalmente associada a outras más formações intracardíacas. Uma criança do sexo feminino com dois dias de vida, nascida a termo de uma primeira gestação sem intercorrências (G1P1A0), por parto cesariano, foi admitida na Santa Casa de Montes Claros, em Minas Gerais, apresentando ectopia cardíaca na forma torácica. O estudo ecocardiográfico transtorácico não evidenciou cardiopatia congênita associada. A paciente foi submetida a tratamento cirúrgico, utilizando enxerto de costela. Apresentou boa evolução, recebendo alta hospitalar no vigésimo dia de pós-operatório.
2007
Gonçalves,Flávio Donizete Novaes,Fernando Rotatori Maia,Marcelo Alves Barros,Francisco de Assis
Remoção cirúrgica pós-traumática de corpo estranho intracardíaco em criança
Os autores relatam a remoção cirúrgica tardia (77 dias), com sucesso, de um corpo estranho intra-atrial direito (pedaço de madeira de 7x1 cm) após trauma torácico transfixante em uma criança de 8 anos de idade, com história de queda sobre uma cerca. A apresentação clínica era de endocardite infecciosa confirmada pela presença de massa intracardíaca no ecocardiograma. A evolução pós-operatória tem sido satisfatória. O paciente encontra-se em classe funcional I (NYHA) e em completa remissão do quadro infeccioso no seguimento de 6 meses.
2007
Nina,Vinicius José da Silva Nina,Rachel Vilela de Abreu Haickel Mendes,Vinícius Giuliano Gonçalves Souza,Francival Leite de
Teratoma gigante de mediastino: achado cirúrgico pós-trauma torácico
A maioria dos tumores mediastinais são assintomáticos e, portanto, são descobertos incidentalmente. O objetivo desse trabalho é descrever o caso de um paciente do sexo masculino, de 29 anos de idade, com grande aumento da área cardíaca após trauma torácico fechado, sendo submetido à toracotomia. Foi encontrada grande massa no mediastino e o diagnóstico anatomopatológico foi de teratoma mediastinal maduro.
2007
Santos,Paulo César Maia,Cíntia Prado Pereira,Juliana Carvalho Penha Oliveira,Tassiane Cintra de Alvarenga
Caso 3/2007 - Coarctação de aorta: aortoplastia com interposição da artéria subclávia esquerda (Técnica de Teles Mendonça)
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2007
Croti,Ulisses Alexandre Braile,Domingo Marcolino Marchi,Carlos Henrique de Beani,Lílian
Caso 4/2007 - Coarctação de aorta: interposição de enxerto tubular na presença de aneurisma pós-endocardite
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2007
Croti,Ulisses Alexandre Braile,Domingo Marcolino Finoti,Renata Geron
Cor triatriatum associado à insuficiência mitral e fibrilação atrial em adulto de 36 anos
No summary/description provided
2007
Braulio,Renato Gelape,Cláudio Léo Figueroa,Carlos Camilo Smith Ribeiro,Antônio Luiz Pinho
Glicose insulina e potássio (GIK) na revascularização do miocárdio de pacientes diabéticos: ensaio clínico randomizado
OBJETIVOS: Realizou-se um ensaio clínico randomizado a fim de determinar se a utilização de glicose insulina e potássio (GIK) melhora o índice cardíaco (IC), reduz o uso de inotrópicos e a morbidade de diabéticos submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM). MÉTODOS: Diabéticos referenciados à CRM foram randomizados para receber GIK ou insulina subcutânea, desde a indução anestésica até a 12ª hora de pós-operatório (PO). O desfecho primário foi o IC e, os secundários, os demais parâmetros hemodinâmicos, uso de inotrópicos e vasodilatadores, controle glicêmico e morbidade PO. RESULTADOS: Vinte e quatro pacientes foram randomizados. Não houve diferença significativa no IC (média de IC na 24ª hora no grupo GIK 3,49±0,94 e de controle 3,38±0,75; p=0,74). O grupo de intervenção apresentou glicemias significativamente menores (glicemia 12ª h GIK 195,6±68,25 /Controle 269,6±78,48; p=0,02), com menor ocorrência de hiperglicemias no GIK, dois (16%) contra oito (64%) no grupo de controle (RR 0,25; IC95% 0,07-0,94; p=0,03). Houve menor número de complicações por infecção PO no grupo GIK, três (25%), contra 10 (80%) no grupo de controle (RR 0,30; IC95% 0,11-0,83; p=0,01). CONCLUSÃO: Estudos têm demonstrado que a GIK melhora o desempenho hemodinâmico de pacientes diabéticos e não diabéticos submetidos à CRM, o que não foi confirmado neste trabalho. A utilização de GIK não determinou melhora do IC, nem reduziu a necessidade de inotrópicos, mas promoveu melhor controle glicêmico. O desfecho secundário composto por complicações por infecção foi mais freqüente no grupo de controle.
2007
Barcellos,Christiano da Silveira de Wender,Orlando C. B. Azambuja,Paulo Cerati de
Toracotomia minimamente invasiva (miopreservadora) para ligadura do canal arterial em prematuros
OBJETIVO: Avaliar a aplicabilidade, segurança e resultados iniciais da toracotomia minimamente invasiva para ligadura do canal arterial em prematuros. MÉTODO: Entre outubro de 1991 e julho de 2003, 273 prematuros e prematuros extremos foram submetidos à ligadura cirúrgica do canal arterial por toracotomia miopreservadora, com anestesia geral, em UTI neonatal. Os dados demográficos pré-operatórios e os desfechos de mortalidade e eventos adversos foram, retrospectivamente, avaliados por meio de consulta aos prontuários. RESULTADOS: Não houve óbito relacionado com o ato operatório e 234 (86%) pacientes tiveram alta hospitalar. Os 39 óbitos ocorreram entre o 1º e o 51º dias e foram atribuídos à sepse (14 pacientes), hemorragia intracraniana (11 pacientes) e enterocolite necrotizante (nove pacientes), todas causas inerentes à prematuridade. Em cinco pacientes, a causa não foi adequadamente estabelecida. As complicações mais freqüentes relacionadas ao procedimento foram: pneumotórax 3,3% (nove pacientes) e hemorragia 1,4% (quatro pacientes). CONCLUSÕES: A técnica de toracotomia minimamente invasiva para a ligadura do canal arterial quando realizada em prematuros e prematuros extremos é aplicável, segura, eficaz, relacionada à baixa morbidade e não depende da estrutura hospitalar local.
2007
Monteiro,Andrey José de Oliveira Canale,Leonardo Secchin Rosa,Rosie Vivian Colafranceschi,Alexandre Siciliano Pinto,Divino F. Baldanza,Marcia Barbosa,Rosa Célia Meier,Milton Ary
Revascularização do miocárdio com emprego de ambas artérias mamárias internas em pacientes com diabetes mellitus
OBJETIVO: Descrever a utilização de ambas artérias mamárias internas (MIs) em pacientes submetidos à operação de revascularização do miocárdio (RM), que sejam portadores de diabetes mellitus (DM). MÉTODO: No período compreendido entre janeiro de 1995 e agosto de 2005, 4.569 pacientes foram submetidos a RM em nossa instituição, sendo que 1.298 eram portadores de DM. A média de idade era de 62 anos, e a mortalidade global foi de 2,18% (100 pacientes). Ambas MIs foram empregadas em 700 pacientes, que foram divididos em dois grupos, portadores de DM (grupo I, com 148 pacientes) e não portadores de DM (grupo II, 552 pacientes). A seleção de pacientes para utilizar estes enxertos foi baseada nas características angiográficas das artérias coronárias e qualidade do esterno quando de sua transsecção. Quando ambos fatores eram considerados favoráveis, foram dissecadas ambas MIs, independente de o paciente ser portador ou não de DM. Durante a dissecção dos enxertos arteriais, tomava-se o cuidado de procurar manter as cavidades pleurais fechadas. RESULTADOS: Houve pouca variação entre os grupos de pacientes no tocante a morbidade e mortalidade. CONCLUSÃO: Nossos dados sugerem que pacientes portadores de DM podem se beneficiar do uso de ambas artérias MIs, com pouco acréscimo de risco quando sua aplicação for adequadamente indicada.
2007
Martins,Stevan Krieger Santos,Magaly Arrais dos Tirado,Freddy H. Ponce Martins Jr,Francisco C. E. Malat,Hassan F. Jatene,Adib Domingos Souza,Luiz Carlos Bento de
Influência da prática da atividade física no resultado da cirurgia de revascularização miocárdica
OBJETIVO: Avaliar a modificação da freqüência da prática da atividade física no pré e pós-operatório dos pacientes submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica (CRM) e influência da freqüência da prática da atividade física no pré-operatório no prognóstico dos mesmos. MÉTODO: Estudo de série de casos de 55 pacientes submetidos à CRM, divididos em sedentários e ativos quanto à prática de atividade física. RESULTADOS: Após a realização da CRM, 14 (47%) dos pacientes classificados como sedentários no pré-operatório estavam praticando exercícios (p=0,03). Dezessete (59%) pacientes sedentários no período pré-operatório apresentaram complicações pós-operatórias em comparação a 8 (31%) ativos (p= 0,04). O tempo de internação entre pacientes que não praticavam atividade física e os que praticavam antes da cirurgia foi, respectivamente, 15 (DP= 8) e 12 (DP= 5) dias (p= 0,03). CONCLUSÃO: Esse estudo mostrou a importância da prática de atividade física na fase pré-operatória no resultado da cirurgia de revascularização do miocárdio. Os pacientes fisicamente ativos tiveram tempo de internação hospitalar mais curto e menor número de complicações trans e pósoperatórias no período de um ano. A cirurgia cardíaca promoveu mudança dos hábitos de vida dos pacientes operados, aumentando o número de pacientes fisicamente ativos no seguimento de um ano.
2007
Nery,Rosane Maria Barbisan,Juarez Neuhaus Mahmud,Mahmud Ismail
Ácido L-glutâmico na prevenção da calcificação de pericárdio bovino fixado em glutaraldeído: estudo em ratos
OBJETIVO: Avaliar a eficácia do ácido L-glutâmico na prevenção da calcificação do pericárdio bovino implantado no subcutâneo de ratos. MÉTODO: Utilizaram-se 54 ratos Wistar, distribuídos em seis grupos, de acordo com o segmento de pericárdio bovino implantado. Inicialmente, todos os pericárdios foram fixados com glutaraldeído 0,5% por 72h. No grupo I, após a fixação, o pericárdio foi preservado em glutaraldeído 0,2% até o implante. O grupo II foi estocado em solução de Paraben. No grupo III e IV, após a fixação inicial, os pericárdios foram tratados com ácido L-glutâmico 8% com pH 7,4 e 3,5, respectivamente, sendo em seguida estocados em Paraben. Os grupos V e VI foram semelhantes aos grupos III e IV, exceto pela concentração do ácido L-glutâmico que foi de 0,8%. Os explantes foram feitos com 15, 30 e 60 dias, e as amostras submetidas à análise histológica com hematoxilina-eosina e Von Kossa, além da mensuração de cálcio por espectofotometria de absorção atômica. RESULTADOS: A mensuração por espectofotometria de absorção atômica demonstrou aumento progressivo da calcificação nos grupos I, II e III, aos 15, 30 e 60 dias. Nos grupos IV, V e VI, os níveis de cálcio permaneceram sem alteração nos períodos estudados. A análise microscópica demonstrou calcificação progressiva nos grupos I, II e III. Nos grupos IV, V e VI, a calcificação, quando observada, foi focal e de grau leve. CONCLUSÃO: O uso do ácido L-glutâmico em segmentos de pericárdio bovino, fixados pelo glutaraldeído, foi efetivo na prevenção da calcificação, quando implantados no subcutâneo de ratos por até 60 dias.
2007
Ferreira,Andrea Dumsch de Aragon Costa,Francisco Diniz Affonso da Santos,Eduardo Antonio Andrade dos Sardeto,Evandro Antonio Gomes,Carlos Henrique Gori Collatusso,Claudinei Lopes,Sérgio Augusto Veiga Perruzzo,Ângela Costa,Iseu de Santo Elias Affonso da
Análise dos resultados imediatos de estudo comparativo entre anastomose mecânica aortosafena versus convencional
OBJETIVO: Avaliar os resultados imediatos das anastomoses mecânicas aorto-safena, comparando-as às anastomoses convencionais. MÉTODO: Foram analisados 12 pacientes, com idade média de 62,33 ± 7,30 anos, sendo 10 (83,3%) do sexo masculino. Os pacientes foram submetidos à operação sem circulação extracorpórea, com 33 anastomoses proximais avaliadas, sendo 21 anastomoses convencionais e 12 feitas com o conector aórtico Symmetry da St. Medical. Foram analisados tempo gasto para confecção da anastomose, fluxo livre com pressão arterial sistólica de 100 mmHg e patência no 4º dia de pós-operatório. RESULTADOS: A anastomose mecânica foi empregada com sucesso em todos os pacientes. Um paciente apresentou alterações eletrocardiográficas compatíveis com IAM, no 2º dia de pós-operatório, sendo encaminhado para reestudo angiográfico, que evidenciou oclusão de anastomose proximal convencional para ramo marginal. Três pacientes apresentaram fibrilação atrial. Não houve óbitos nesta série. O tempo médio gasto para realização da anastomose mecânica foi de 44,08 ± 9,26 segundos contra 3,86 ± 0,61 minutos da anastomose convencional (p = 0,0022). O fluxo livre médio observado nas anastomoses mecânicas foi de 302,75 ± 82,76 ml/min contra 190,75±51,53 ml/min (p = 0,0022). No reestudo angiográfico, feito no 4º pós-operatorio, detectou-se oclusão de três anastomoses mecânicas contra nenhuma nova oclusão das anastomoses convencionais (p = 0,2500). CONCLUSÃO: O presente estudo apresentou uma superioridade estatisticamente significativa em favor das anastomoses mecânicas da veia safena com aorta, quando avaliado tempo para confecção da anastomose e fluxo livre. Em relação à condição da artéria na angiografia pósoperatória, não se pode afirmar que exista diferença estatisticamente significativa entre os procedimentos estudados.
2007
Milani,Rodrigo Brofman,Paulo Roberto Slud Souza,José Augusto Moutinho de Barboza,Laura Guimarães,Maximiliano Ricardo Barbosa,Alexandre Varela,Alexandre Manoel Ravagnelli,Marcel Rogers Silva,Francisco Maia da
Tratamento cirúrgico da coarctação da aorta: experiência de três décadas
OBJETIVO: Revisar os resultados imediatos de 30 anos da cirurgia de coarctação da aorta (CoAo), no período entre 1974 e 2004. Foram incluídos todos pacientes operados de CoAo, isolada ou associada a outros defeitos congênitos. MÉTODO: Foram pesquisados os seguintes dados: idade no momento da cirurgia, sexo, lesões associadas, tipo de técnica cirúrgica utilizada, resultado cirúrgico imediato, com ênfase à presença de hipertensão arterial sistêmica. RESULTADOS: Foram operados 104 pacientes, dos quais 75 (72%) eram pacientes pediátricos e 29 (28%), adultos. No grupo pediátrico, 23 (22%) foram considerados neonatos, 17 (16%), lactentes, 35 (34%), crianças. Os defeitos associados estiveram presentes em 66 (63,5%) pacientes, sendo 54 (51,9%) no grupo pediátrico e 12 (11,3%) no grupo dos adultos. Foram observados sete (6,7%) óbitos no pós-operatório imediato (POI). Dentre as diversas técnicas cirúrgicas utilizadas a aortoplastia foi usada em 80 pacientes (76,9%); anastomose término-terminal em 15 (14,4%); técnica de Teles em sete (6,7%); Waldhausen em um (1%), e não foi possível identificar a técnica em um (1%) paciente. CONCLUSÕES: Apesar das limitações do presente estudo, pode-se observar que os resultados foram bons, sendo a correção cirúrgica realizada de maneira segura e com baixa mortalidade. O seguimento a médio e longo prazo foi prejudicado pelas deficiências estruturais conhecidas em nosso meio.
2007
Oliveira,Alline de Souza Alves Carneiro,Breno Barbosa de Siqueira Lima,Ricardo de Carvalho Cavalcanti,Catarina Villachan,Roberta Arraes,Nadja Lins,Ricardo de Albuquerque Escobar,Mozart
Quantificação morfométrica de Chlamydia pneumoniae e Mycoplasma pneumoniae em aneurismas de aorta abdominal humana
OBJETIVO: A inflamação aterosclerótica, com possível papel de agentes infecciosos, pode contribuir na patogênese dos aneurismas da aorta abdominal (AAA). O achado de Chamydia pneumoniae (CP) nessas lesões, em estudos prévios, sem quantificação, variou de 0-100%. O objetivo é quantificar a presença de CP e de Mycoplasma pneumoniae (MP) nos AAA. MÉTODO: A espessura, o número de células positivas para CP detectadas por imunoperoxidase e a porcentagem de área ocupada por MP detectada por hibridização "in situ", nas três camadas da aorta, foram medidos com sistema de análise de imagens, em 10 aortas abdominais aneurismáticas. Usouse três grupos-controle: 1) amostras das mesmas aortas, fora do aneurisma, exceto se a dilatação tomasse toda a porção sub-renal da artéria (n=7); 2) aortas com aterosclerose grave, mas sem aneurismas (n=10); 3) aortas sem aterosclerose ou com grau leve da doença (n=10). Todos os espécimes foram obtidos em necropsias. Usou-se o teste de Wald para comparar os grupos; fixou-se o nível de significância em 5%. RESULTADOS: A íntima era mais fina e a média mais espessa nos casos normais que nos outros grupos (p<0,01). Células positivas para CP foram encontradas em todos os grupos, mais freqüentemente na adventícia, porém sem diferença significativa entre eles (p>0,05). Também se detectou MP em todos os grupos. Este agente predominou no grupo de pacientes com aterosclerose, mas sem aneurisma na íntima e na adventícia; entretanto, as diferenças entre os grupos não foram significativas (p>0,05). CONCLUSÕES: Nossos dados sugerem que os agentes enfocados não têm papel importante na patogênese dos AAA.
2007
Pires,Lucas José Tachotti Gutierrez,Paulo Sampaio