RCAAP Repository

Entendimento do termo de consentimento por pacientes partícipes em pesquisas com fármaco na cardiologia

FUNDAMENTO: Em ensaios clínicos, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) é fundamental para preservar a ética, mas pela sua complexidade ele pode não ser entendido completamente. Neste estudo, avaliamos o entendimento do TCLE pelo paciente. OBJETIVO: Abordamos a questão sobre o nível de compreensão dos pacientes em relação aos estudos baseados no Consentimento Informado. MÉTODOS: Convidamos participantes de pesquisa ambulatorial fases II, III e IV, com fármacos, para responder um questionário estruturado com 29 questões, tais como: por que aceitou participar? Leu o TCLE antes de assinar? Ao assiná-lo, estava certo de tê-lo entendido? Oitenta indivíduos (20 mulheres e 60 homens) compareceram, num universo de 106 pacientes. As variáveis de cada questão foram consideradas por frequência de ocorrência. A comparação entre as médias entre os grupos foi realizada pelos testes t de Student ou Wilcoxon; e para associações, o Qui-quadrado ou Razão de Verossimilhança, ou teste exato de Fisher. RESULTADOS: A média das idades foi de 58,7 ± 9,3 anos. Das motivações para participar da pesquisa, 66,2% apontaram seu próprio benefício; 42,5%, o bem da ciência; 25,0% alegaram atender a um pedido de seu médico; 50% não entenderam corretamente o TCLE; e 32,9% sequer o leram, mas o assinaram. Dentre os que receberam placebo após a randomização (n = 47), 66,7% não entenderam o significado deste termo. Houve forte correlação entre o não entender o significado de placebo com a escolaridade (p = 0,02), evidenciando que quanto menor o nível de instrução, menor este entendimento. CONCLUSÃO: O TCLE é pouco compreendido pelos pacientes e para alguns deles a confiança no médico teve impacto na decisão de participar do ensaio clínico com fármaco, havendo também influência do nível de instrução dos sujeitos no entendimento do termo "placebo".

Year

2010

Creators

Meneguin,Silmara Zoboli,Elma L. C. P. Domingues,Raquel Z. L. Nobre,Moacyr R. César,Luiz A. M.

Estudo de mutações causadoras de cardiomiopatia hipertrófica em um grupo de pacientes no Espírito Santo, Brasil

FUNDAMENTO: A cardiomiopatia hipertrófica (CH) é a doença cardíaca hereditária mais frequente, causada por mutações nos genes codificadores para proteínas do sarcômero. Embora mais de 430 mutações tenham sido identificadas em vários continentes e países, não há relato de que isso tenha sido estudado no Brasil. OBJETIVO: Conduzir um estudo genético para identificar mutações genéticas que causam a CH em um grupo de pacientes no estado do Espírito Santo, Brasil. MÉTODOS: Usando a técnica SSCP, 12 exons dos três principais genes envolvidos com a CH foram estudados: exons 15, 20, 21, 22 e 23 do gene da cadeia pesada da β-miosina (MYH7), exons 7, 16, 18, 22 e 24 do gene da proteína C ligada à miosina (MYBPC3) e exons 8 e 9 do gene da troponina T (TNNT2). RESULTADOS: 16 alterações foram encontradas, incluindo duas mutações, uma delas possivelmente patogênica no gene MYBPC3 gene (p. Glu441Lys) e a outra patogênica já descrita no gene TNNT2 (p.Arg92Trp); 8 variações de seqüência raras e 6 variações de seqüência com frequência alélica maior do que 1% (polimorfismos). CONCLUSÃO: Com esses dados, é possível concluir que a genotipagem dos pacientes é factível em nosso meio. É possível que a variante p.Glu441Lys no exon 16 do gene MYBPC3 seja patogênica, resultando em um fenótipo mais leve do que o encontrado em associação com outras mutações. A variante p.Arg92Trp no exon 9 do gene TNNT2 não resulta em um fenótipo tão homogêneo como descrito anteriormente e pode levar à hipertrofia grave.

Year

2010

Creators

Marsiglia,Júlia Daher Carneiro Batitucci,Maria do Carmo Pimentel Paula,Flávia de Barbirato,Clara Arteaga,Edmundo Araújo,Aloir Queiroz de

Terapia de resgate com amiodarona em crianças com grave disfunção ventricular esquerda causada por veneno de escorpião

FUNDAMENTO: As crianças picadas por escorpião, pressintam ativação maciça do sistema nervoso simpática com vários graus de disfunção sistólica ventricular esquerda. OBJETIVO: Testar um protocolo de resgate em crianças com grave disfunção ventricular esquerda causada por picada de escorpião. Métodos: Quatro crianças após serem picadas por escorpião foram submetidas a: Encubação endotraqueal e suporte respiratório, eletrocardiograma, radiografia de tórax, ecocardiograma e determinação sérica da norepinefrina e troponina I. As análises foram repetidas após 12, 24 e 48 horas. As seguintes medicações intravenosas foram administradas: dobutamina 4-6 μg/kg/min; amiodarona 3 mg/kg durante duas horas, com dose de manutenção de 5 mg/kg/dia; e furosemida 0,5 mg/kg. Amiodarona, dobutamina e furosemida foram administradas durante as primeiras 48 horas. Bloqueadores beta-adrenérgicos e inibidores da enzima conversora da angiotensina foram administrados até 48 após a internação, uma vez que o estado clínico havia melhorado e a fração de ejeção ventricular esquerda encontrava-se acima de 0,35%. RESULTADOS: Na admissão, a dosagem da norepinefrina foi 1.727,50± 794,96 pg/ml, a de troponina I 24,53 ± 14,09 ng/ml e a fração de ejeção do ventrículo esquerdo foi 0,20 ± 0,056. Após 12 horas, os níveis séricos de norepinefrina e de troponina I diminuíram para a metade dos valores iniciais e a fração de ejeção aumentou para 0,32 ± 0,059. Durante as 24 e 48 horas subseqüentes, a fração de ejeção elevou-se para 0,46 ± 0,045 (p<0,01) e a norepinefrina e de troponina I diminuíram para 526,75 ± 273,73 (p< 0,02) e 2,20 ± 2,36 (p<0,02) respectivamente. CONCLUSÃO: É bem provável que a amiodarona, ao agir como neuromodulador, seja responsável pela redução rápida e progressiva dos níveis séricos de norepinefrina.

Year

2010

Creators

Santiago,Justo J. Dávila,Carmen A. Mazzei de Davila,Diego F. Donis,Jose H. Villaroel,Vanesa

A importância de um EGC normal em síndromes coronarianas agudas sem supradesnivelamento do segmento ST

FUNDAMENTO: O eletrocardiograma (ECG) de admissão tem um grande impacto no diagnóstico e tratamento de síndromes coronarianas agudas (SCA) sem supradesnivelamento do segmento ST. OBJETIVO: Avaliar o impacto do ECG de admissão no prognóstico da SCA sem supradesnivelamento de ST. População: estudo prospectivo, contínuo, observacional, de 802 pacientes com SCA sem supradesnivelamento de ST de um único centro. MÉTODOS: Os pacientes foram divididos em 2 grupos: A (n=538) - ECG Anormal e B (n=264) - ECG Normal. ECG Normal era sinônimo de ritmo sinusal sem alterações isquêmicas agudas. Um seguimento clínico de um ano foi realizado tendo como alvo todas as causas de mortalidade e a taxa de eventos cardíacos adversos maiores (MACE). RESULTADOS: Os pacientes do Grupo A eram mais velhos (68,7±11,7 vs. 63,4±12,7 anos, p<0,001), apresentavam classes Killip mais altas e pico mais altos de biomarcadores de necrose miocárdica. Além disso, apresentavam menor fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) (52,01±10,55 vs. 55,34± 9,51%, p<0,001), taxa de filtração glomerular, hemoglobina inicial, e níveis de colesterol total. Os pacientes do Grupo B foram mais frequentemente submetidos à estratégias invasivas (63,6 vs. 46,5%, p<0,001) e tratados com aspirina, clopidogrel, beta-bloqueadores e estatinas. Eles também apresentavam mais frequentemente uma anatomia coronária normal (26,2 vs. 18,0%, p=0,45). Foi observada uma tendência à maior mortalidade hospitalar no grupo A (4,6 vs. 1,9%, p=0,054). A análise de Kaplan-Meyer mostrou que a sobrevivência de 1 mês e um ano (95,1 vs. 89.5%, p=0.012) era mais alta no grupo B e o resultado manteve-se significante em um modelo de regressão de Cox (ECG normal HR 0,45 (0,21 - 0,97). Não houve diferenças em relação à taxa de MACE. CONCLUSÃO: Em nossa população de pacientes com SCA sem supradesnivelamento de ST, um ECG normal foi um marcador inicial para um bom prognóstico.

Year

2010

Creators

Teixeira,Rogério Lourenço,Carolina António,Natália Monteiro,Sílvia Baptista,Rui Jorge,Elisabete Ferreira,Maria João Monteiro,Pedro Freitas,Mário Providência,Luís A

Influência da cor de pele auto-referida na prevalência da síndrome metabólica numa população urbana do Brasil

FUNDAMENTO: A síndrome metabólica tem uma elevada prevalência em diferentes partes do mundo, com variações entre diferentes grupos étnicos. OBJETIVO: Este estudo pretende explorar a influência da cor de pele auto-referida sobre a prevalência da SM. MÉTODOS: Estudo transversal, realizado em subgrupo populacional em Salvador, Brasil. Utilizou-se auto-definição de cor de pele (branca, parda e negra) e o critério de SM do ATP-III. Foi usado o quiquadrado para tendência a fim de analisar gradiente das prevalências entre os grupos e a regressão logística para análises de associações. RESULTADOS: A prevalência geral da SM, ajustada por variáveis potencialmente confundidoras, não diferiu entre brancos (23,3%), pardos (23,3%) e negros (23,4%,). A análise por sexo mostrou entre os homens redução da prevalência da SM dos brancos, 26,2% IC95%(20,7-31,7), em comparação aos negros, 17,5% IC95% (12,3-22,8), e uma prevalência intermediária entre os pardos, 21,9% IC95% (18,6 - 25,1), p tend= 0,002. Entre as mulheres, a tendência foi inversa, maior nas negras, 27,0% IC95% (22,2-31,8), e menor nas brancas, 20,5% IC95%(15,6-25,4), p tend= 0,02. Na análise multivariada da associação entre cor de pele e SM (branco=grupo de referência), a cor negra entre os homens foi fator de proteção, razão de prevalência (RP)= 0,60 (0,36 - 0,97), enquanto que nas mulheres tendeu a ser fator de risco, RP= 1,33 (0,94 - 1,78). CONCLUSÃO: A prevalência da SM variou em função da cor de pele de modo inverso entre homens e mulheres. Ser negro foi fator de proteção entre homens e de risco nas mulheres.

Year

2010

Creators

Barbosa,Paulo José Bastos Lessa,Ines Almeida Filho,Naomar de Magalhães,Lucélia Batista N. Cunha Araújo,Jenny

Varfarina e femprocumona: experiência de um ambulatório de anticoagulação

FUNDAMENTO: Os anticoagulantes orais são amplamente utilizados na cardiologia. Contudo, uma avaliação sobre o seu uso na prática clínica ainda é necessária. OBJETIVOS: Descrever as diferenças na manutenção do controle da anticoagulação, bem como a incidência de eventos hemorrágicos e tromboembólicos entre os usuários de varfarina e femprocumona. MÉTODOS: Estudo de coorte não concorrente de 127 pacientes em uso de anticoagulação oral. RESULTADOS: A femprocumona foi o anticoagulante mais utilizado em 60% dos pacientes. A prevalência de INR<2 na última consulta era maior entre os usuários de varfarina (46% vs. 19,5%; p<0,001). Durante o seguimento, os usuários da femprocumona estiveram dentro dos níveis terapêuticos em 60,7% do período em comparação com 45,6% dos usuários da Varfarina (OR:1,84;CI95%:1,59-2,13;p<0,001). A incidência de sangramentos foi de 5,3/100 pacientes/ano no grupo da femprocumona contra 18,8/100 pacientes/anos no grupo varfarina (RR:3,5;CI95%:1,87-6,48;p<0,001). CONCLUSÃO: Pacientes que faziam uso da varfarina permaneceram em níveis subterapêuticos por um maior período, contudo também apresentaram mais eventos hemorrágicos. Usuários da femprocumona eram mais jovens e estavam utilizando a anticoagulação oral por um período maior, tendo apresentado menos efeitos adversos dessas medicações.

Year

2010

Creators

Leiria,Tiago Luiz Luz Pellanda,Lucia Miglioranza,Marcelo Haertel Sant'Anna,Roberto Tofani Becker,Lucas S. Magalhães,Eros Lima,Gustavo Glotz de

Síndrome metabólica em ambulatório cardiológico

FUNDAMENTO: No Brasil, a prevalência de síndrome metabólica (SM) é pouco conhecida em várias regiões. OBJETIVO: Analisar a prevalência da SM, seus componentes e a concordância entre dois critérios diagnósticos numa população com idade &gt; 13 anos. MÉTODOS: Estudo transversal, realizado de junho a outubro de 2007, em 719 pacientes, em ambulatórios cardiológicos de São Luís, MA. Mediu-se a pressão arterial (PA), peso, altura, circunferência abdominal e perfil lipídico. Avaliaram-se os fatores de risco para a SM segundo o critério da International Diabetes Federation (IDF). Razões de prevalência e intervalos de confiança de 95% foram estimados pela regressão de Poisson. RESULTADOS: A prevalência da SM foi maior em ambos os sexos pelo conceito da IDF (62,3% em homens e 64,6% em mulheres), em relação ao do National Cholesterol Education Program - Adult Treatment Prevention (NCEP ATPIII) (48,9% em homens e 59% em mulheres). Os componentes da SM mais prevalentes foram: hipertensão arterial sistêmica HAS (87,2% e 86%); hipertrigliceridemia (84,4% e 82,5%); circunferência abdominal alterada (77,8% e 100%); HDL-c baixo (58,1% e 49,9%); e glicemia alterada (59,9% e 51,9%), pelos conceitos NCEP ATPIII e IDF, respectivamente. Após análise ajustada, idade &gt; 60 anos e índice de massa corporal (IMC) &gt; 30 foram associados a um maior risco de SM (p < 0,001). CONCLUSÃO: A prevalência da SM foi bem maior que a população geral; a (HAS) foi o componente mais prevalente. Houve boa concordância entre os dois critérios, sendo ótima no sexo feminino e regular no masculino.

Year

2010

Creators

Barbosa,José Bonifácio Silva,Antonio Augusto Moura da Barbosa,Fabrício de Flores Monteiro Júnior,Francisco das Chagas Figueiredo Neto,José Albuquerque de Nina,Vinicius José da Silva Ribeiro,Waston Gonçalves Figuerêdo,Eduardo Durans Melo Filho,José Xavier de Chein,Maria Bethânia da Costa

Mortalidade por insuficiência cardíaca: análise ampliada e tendência temporal em três estados do Brasil

FUNDAMENTO: A insuficiência cardíaca (IC) é uma doença crônica de grande prevalência e altas taxas de mortalidade. A mortalidade por IC, no Brasil, tem sido estudada mais frequentemente com dados de internações hospitalares. OBJETIVO: Avaliar as taxas de mortalidade por IC, por sexo e faixa etária, no conjunto dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, de 1999 a 2005. MÉTODOS: As informações foram obtidas dos atestados de óbito examinados nos três estados. A mortalidade por IC foi avaliada em modo restrito (causa básica de morte), modo abrangente (presente em qualquer linha do atestado) e modo ampliado (todos os códigos com presença de IC). RESULTADOS: As taxas específicas de mortalidade apresentaram tendências de quedas nítidas nos grupos de idade, exceto nos de 80 anos ou mais. As taxas aumentaram com a idade, sendo maiores nos homens, de forma clara, até os 80 anos. As taxas de mortalidade por IC foram três vezes maiores no modo abrangente do que no modo restrito. O modo ampliado acrescentou ainda 20% de óbitos em que havia IC. CONCLUSÃO: Os resultados deste estudo demonstram tendências de quedas nas taxas de mortalidade por IC no conjunto dos três estados - cerca de 43% do Brasil -, de 1999 a 2005. A metodologia de causas múltiplas de morte, além das básicas, permite apresentar dimensão mais abrangente da importância da IC como causa de óbito. A seleção adequada dos códigos da Classificação Internacional de Doenças (CID), que compreendem a totalidade do fenômeno de IC, permanece como desafio para futuros estudos.

Year

2010

Creators

Gaui,Eduardo Nagib Klein,Carlos Henrique Oliveira,Gláucia Maria Moraes de

Remodelamento cardíaco: análise seriada e índices de detecção precoce de disfunção ventricular

FUNDAMENTO: A estenose aórtica supravalvar (EAo) é utilizada para o estudo da remodelação cardíaca (RC) por sobrecarga pressórica. Nesse modelo, não estão claramente estabelecidos o comportamento da RC desde a fase inicial, nem os melhores parâmetros para a identificação da disfunção ventricular. OBJETIVOS: 1) Caracterizar, precoce e evolutivamente, as modificações morfofuncionais durante a RC em ratos com EAo e 2) identificar o índice mais sensível para detecção do momento do aparecimento da disfunção diastólica e sistólica do ventrículo esquerdo (VE). MÉTODOS: Ratos Wistar foram divididos em dois grupos - controle (GC, n=13) e EAo (GEAo, n=24) - e estudados nas 3ª, 6ª, 12ª e 18ª semanas pós-cirurgia. Os corações foram analisados por meio de ecocardiograma (ECO). RESULTADOS: Ao final do experimento, as relações do VE, do ventrículo direito e dos átrios com o peso corporal final foram aumentadas no GEAo. O ECO mostrou que o átrio esquerdo sofreu uma remodelação significativa a partir da 6ª semana. No GEAo, a porcentagem de encurtamento endocárdico apresentou queda significativa a partir da 12ª semana e a porcentagem de encurtamento mesocárdico, na 18ª semana. A relação onda E e onda A (E/A) foi superior no GC em comparação ao GEAo em todos os momentos analisados. CONCLUSÕES: O ventrículo esquerdo dos ratos com EAo, durante o processo de remodelação, apresentou hipertrofia concêntrica, disfunção diastólica precoce e melhoria da função sistólica, com posterior deterioração do desempenho. Além disso, constatou-se que os índices ecocardiográficos mais sensíveis para a detecção da disfunção diastólica e sistólica são, respectivamente, a relação E/A e a porcentagem de encurtamento endocárdico.

Year

2010

Creators

Mendes,Olga de Castro Campos,Dijon Henrique S. de Damatto,Ricardo Luiz Sugizaki,Mário Mateus Padovani,Carlos Roberto Okoshi,Katashi Cicogna,Antônio Carlos

Métodos para identificar o limiar anaeróbio em indivíduos com diabete tipo 2 e em indivíduos não-diabéticos

FUNDAMENTO: Apesar de o limiar anaeróbio (LAn) ser utilizado na avaliação funcional de diferentes populações, estudos comparando métodos para sua identificação em diabéticos tipo-2 tem sido pouco realizados. OBJETIVO: Comparar protocolos de identificação do LAn em indivíduos diabéticos tipo 2 e em não-diabéticos, e analisar respostas relacionadas ao equilíbrio ácido-básico em intensidades relativas ao LAn. MÉTODOS: Diabéticos tipo 2 (n=10; 54,5±9,5 anos; 30,1±5,0 kg/m²) e jovens não-diabéticos (n=10; 36,6±12,8 anos; 23,9±5,0 kg/m²) realizaram teste incremental (TI) em ciclo ergômetro. O aumento desproporcional no equivalente ventilatório de oxigênio (VE/VO2) e lactatemia ([lac]) identificaram intensidades (Watts-W) correspondentes aos limiares ventilatório (LV) e de lactato (LL), respectivamente. A intensidade correspondente à menor glicemia ([glic]) foi considerada limiar glicêmico individual (LGI). O LAn também foi determinado por ajuste polinomial das razões VE/Watts (LV VE/W) e [lac]/Watts (LL[lac]/W), as quais identificaram intensidades acima das quais um aumento desproporcional na VE e [lac] ocorreram. RESULTADOS: Não foram observadas diferenças entre LL, LV, LG, LL[lac]/W e LV VE/W em diabéticos (85,0±32,1; 88,0±31,7; 86,0±33,8; 82,0±20,9 e 90,2±22,2W) e não-diabéticos (139,0±39,0; 133,0±42,7; 140,8±36,4; 122,7±44,3 e 133,0±39,1W). Contudo os valores de LAn diferiram significativamente entre grupos (p<0.001). A técnica de Bland-Altman confirmou concordância entre os protocolos. Reduções significativas no pH e pCO2 em paralelo a um aumento na [lac], pO2 e VE foram observadas em intensidades supra limiares. CONCLUSÃO: Os protocolos apresentaram, para ambos os grupos estudados, concordância na identificação do LAn, que se mostrou como uma intensidade de exercício acima da qual ocorre perda de equilíbrio ácido-básico.

Year

2010

Creators

Simões,Herbert G. Moreira,Sérgio R. Moffatt,Robert J. Campbell,Carmen S. G.

Ausência de descenso noturno se associa a acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio

FUNDAMENTO: A pressão arterial (PA) varia de acordo com o ciclo circadiano, apresentando quedas fisiológicas durante o sono (descenso noturno - DN). A ausência dessa queda se associa a maior incidência de lesões em órgãos-alvo. OBJETIVO: Analisar a prevalência de DN em indivíduos hipertensos, correlacionar DN aos níveis pressóricos, variáveis clínicas, fatores sociodemográficos e bioquímicos e associá-lo a eventos cardiovasculares (acidente vascular cerebral - AVC e infarto agudo do miocárdio - IAM). MÉTODOS: Foram avaliados 163 hipertensos, submetidos a monitorização ambulatorial da pressão arterial. DN foi definido como queda >10% da PA sistólica do período da vigília para o de sono. RESULTADOS: Os pacientes foram divididos em grupos dipper (D) e não dipper (ND). Não houve diferença significante entre os grupos quanto a idade, sexo, raça, tempo de hipertensão, glicemia, LDL-colesterol, colesterol total, triglicérides, escolaridade, tabagismo, história de diabetes. Grupo dipper apresentou PA superior a ND durante a vigília e inferior durante o sono. Grupo ND cursou com maior índice de massa corpórea (IMC) (p=0,0377), menor HDL-colesterol (p=0,0189) e maior pressão de pulso durante o sono (p=0,0025). História de AVC ou IAM foram mais frequentes em ND. À regressão logística, apenas a ausência de descenso noturno associou-se independentemente a AVC ou IAM. CONCLUSÃO: A ausência de DN associou-se de maneira independente às lesões em órgãos-alvo analisadas, o que demonstra a sua importância e reforça a necessidade de tratamento mais agressivo com objetivo de se atingir as metas pressóricas e, consequentemente, evitar o desenvolvimento de novos eventos cardiocerebrovasculares.

Year

2010

Creators

Vaz-de-Melo,Renan Oliveira Toledo,Juan Carlos Yugar Loureiro,Afonso Augusto Carvalho Cipullo,José Paulo Moreno Júnior,Heitor Martin,José Fernando Vilela

Avaliação da adesão de médicos ao protocolo de hipertensão arterial da secretaria municipal de saúde de Curitiba

FUNDAMENTO: Em Curitiba, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) é a segunda causa de internamento hospitalar e a primeira causa de morte por doenças cardiovasculares. Os protocolos de atendimento aos hipertensos sistematizam a atenção ao paciente com o intuito de aprimorar a resolutividade e a qualidade dos serviços de saúde. OBJETIVO: Avaliar a adesão dos profissionais médicos ao protocolo do programa de hipertensos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Curitiba. MÉTODOS: Este é um estudo transversal e observacional. A coleta de dados referentes ao trabalho foi realizada em quatro unidades de saúde de Curitiba. A amostra foi constituída de 200 pacientes hipertensos cadastrados no programa de HAS. Os dados coletados eram referentes às duas primeiras consultas. A fonte de dados foi o prontuário eletrônico das unidades de saúde. O protocolo utilizado para análise comparativa foi o da SMS de Curitiba. RESULTADOS: A não conformidade entre a prática clínica e o protocolo na primeira consulta foi de 56,8% quanto à classificação de grau, 63,8% quanto ao risco cardiovascular e de 54% quanto ao tratamento. Na segunda consulta, em 67% não houve concordância com o protocolo quanto ao risco e em 51,3% quanto ao tratamento. CONCLUSÃO: A não conformidade entre a prática clínica e a adesão ao protocolo da SMS de Curitiba mostrou-se evidente na classificação de grau, risco cardiovascular e tratamento do paciente hipertenso. O não seguimento do protocolo pode representar uma baixa resolutividade do serviço de saúde, o qual perde a oportunidade de reduzir a morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares na população.

Year

2010

Creators

Maluf Jr,Ivan Zahdi,Mariana Ribas Unterstell,Natasha Maluf,Eliane Mara Cesário Pereira Sousa,André Bonamigo de Loures,Felipe Dominici

A dieta com baixo teor de sódio é de fato indicada para todos os pacientes com insuficiência cardíaca estável?

FUNDAMENTO: Embora uma dietahipossódica seja indicada para a insuficiência cardíaca IC, não há evidência de que esta restrição seja benéfica para todos os pacientes. OBJETIVO: Estudar prospectivamente os efeitos agudos de uma dieta hipossódica em pacientes (pcs) com insuficiência cardíaca (IC). Métodos: Cinqüenta pacientes ambulatoriais estáveis, com IC leve a moderada, que relataram consumir previamente 6,6 g sal/dia foram estudados. Na Fase 1, todos os pcs foram submetidos a uma dieta com 2 g de sal durante 7 dias, seguido por randomização em dois subgrupos (fase 2), para receber 6 g de sal/dia (subgrupo 1) ou 2 g de sal/dia, por 7 dias (subgrupo II). RESULTADOS: Fase 1: a dieta com 2 g de sal/dia reduziu o índice de massa corporal (IMC), sódio plasmático e sódio urinário, consumo de proteína, ferro, zinco, selênio e vitamina B12; aumentou os níveis plasmáticos de norepinefrina, nitrato, aldosterona sérica, e melhorou a qualidade de vida. Fase 2: para pcs com IMC baixo, o uso de 6 g de sal/dia diminuiu de forma aguda os níveis de norepinefrina, albumina e colesterol no plasma. Nenhuma diferença foi encontrada em pcs com IMC mais alto. CONCLUSÃO: A dieta com 2g de sal /dia para pcs com IC aumentou a ativação neuro-hormonal associada à progressão da IC. O IMC pode influenciar a resposta da ativação neurohormonal em uma dieta hipossódica na IC. Futuros estudos para testar a restrição à ingestão de sal por períodos mais longos são recomendados.

Year

2010

Creators

Nakasato,Miyoko Strunk,Célia M. C. Guimarães,Guilherme Rezende,Marcos V. C. Bocchi,Edimar A.

Anemia e insuficiência cardíaca na comunidade: comparação com um ambulatório especializado

FUNDAMENTO: A anemia é comum em pacientes com insuficiência cardíaca (IC). Sua prevalência em pacientes com IC na comunidade é desconhecida em nosso meio. OBJETIVO: Avaliar a prevalência e características de pacientes com anemia em uma população não selecionada com IC na comunidade, comparando-a a uma população com IC atendida em um ambulatório especializado. MÉTODOS: Estudo transversal, prospectivo, observacional, realizado de janeiro de 2006 a março de 2007. Os pacientes com IC preenchiam os critérios de Boston, com pontuação &gt;8. Anemia foi definida pelos critérios da Organização Mundial de Saúde, como valores de hemoglobina <13 g/dl para homens e <12 g/dl para mulheres. Foram selecionados aleatoriamente pacientes atendidos em um programa de atenção primária na comunidade e pacientes atendidos em um ambulatório de insuficiência cardíaca em um hospital universitário. RESULTADOS: Avaliados 206 pacientes com média de idade de 61,3±13,1 anos, 53,4% do sexo feminino. A prevalência da anemia na comunidade (n=114) foi de 21% e no ambulatório (n=92), de 25% (p=0,50). Os pacientes da comunidade apresentavam menor taxa de disfunção renal (TFG<60 ml/min/1,73-5), predominância de IC com fração de ejeção normal e sexo feminino. Parâmetros de função renal (uréia ou cretinina) relacionaram-se de modo independente com a anemia, nas duas populações. CONCLUSÃO: A prevalência da anemia foi semelhante nas populações estudadas. A função renal foi o único fator relacionado de modo independente com a anemia nas duas populações.

Year

2010

Creators

Santos,Eduarda Barcellos dos Tello,Bolívar Saenz Villacorta,Humberto Sales,Ana Luisa Ferreira Wiefels,Christiane Teixeira,Pedro Soares Lima Filho,Luis Costa Mesquita,Evandro Tinoco

Análise do comportamento biológico de heteroenxertos descelularizados e homoenxertos criopreservados: estudo em ovinos

OBJETIVO: Este estudo avalia o comportamento biológico dos heteroenxertos porcinos descelularizados (Grupo Desc) comparados com os homoenxertos criopreservados (Grupo Crio) implantados em carneiros jovens. MÉTODOS: Foram implantados em cinco animais heteroenxertos pulmonares porcinos descelularizados e em outros cinco, homoenxertos pulmonares criopreservados. Os animais apresentaram seguimento médio de 280 ± 14 dias. O diâmetro valvar foi medido por ecocardiografia, a qual foi realizada no 30º pós-operatório e antes do explante. As valvas foram também avaliadas macroscopicamente. A avaliação histológica foi realizada utilizando-se coloração de H.E., Gomori e Weigert e imunohistoquímica (Fator VIII, CD3, Vimentina e CD68). A quantificação de cálcio foi realizada utilizando-se espectrometria de absorção atômica. RESULTADOS: Houve um óbito no Grupo Desc por endocardite. As valvas do Grupo Crio apresentaram decréscimo na celularidade, enquanto que as valvas do Grupo Desc demonstraram repovoamento da matriz com células endoteliais e intersticiais. No grupo Crio, observou-se perda na densidade e desarranjo da arquitetura das fibras colágenas. A espectrometria de absorção atômica demonstrou maior calcificação no conduto e nas cúspides dos enxertos criopreservados quando comparados aos descelularizados (P=0,016). O diâmetro médio valvar no explante foi significantemente maior no Grupo Desc (P=0,025). CONCLUSÃO: Heteroenxertos descelularizados apresentam um comportamento biológico diferente quando comparados aos homoenxertos criopreservados, tornando-se repovoados por células com características de fibroblastos e células endoteliais. A matriz permaneceu bem preservada, o que possibilitou um processo de regeneração celular.

Year

2009

Creators

Lopes,Sergio Augusto Veiga Costa,Francisco Diniz Affonso da Paula,Josué Brudginski de Dhomen,Pascal Phol,Felipe Vilani,Ricardo Roderjan,João Gabriel Vieira,Eduardo Discher

Efeitos da N-acetilcisteína no precondicionamento isquêmico: estudo em corações isolados de ratos

OBJETIVO: Avaliar se a N-Acetilcisteína (NAC) altera o Precondicionamento Isquêmico (PC) em corações isolados de ratos usando apenas um ciclo de PC. MÉTODOS: Freqüência Cardíaca (FC), Fluxo Coronariano (FLC) e Contratilidade Miocárdica (dP/dt) foram registradas em 30 corações de ratos Wistar. Após anestesia, os corações foram perfundidos em sistema de Langendorff com solução de Krebs-Hensleit (K-H), equilibrada (95% de O2 e 5% de CO2). GI: Controle (n=6); GII: 20 min. isquemia (n=6); GIII: PC (n=6); GIV 50 µg/ml/min NAC antes do PC (n =6); GV: 100 µg/ml/min NAC antes do PC (n=6). Todos os parâmetros foram mensurados após 15 minutos de estabilização (T0) e T3, T5, T10, T15, T20, T25 e T30 minutos de reperfusão. Significância estatística foi considerada quando P<0,05. RESULTADOS: Foram observadas alterações na FC comparando GI com GII em T20 e T25 e comparando GI com GIII e GIV com GV em T10 e T20 (P<0,05). FLC foi diferente comparando GI com GII em T3 e T5, GI com GIV em T10 e GI com GV em T10 e T25 (P<0,05). dP/dt foi semelhante comparando GIII com GI e GV. GIII apresentou maior dP/dt que GIV, mas sem diferença estatística (P>0,05). dP/dt foi maior no GV comparado com GIV, mas com diferença estatisticamente significativa somente em T30. CONCLUSÃO: Os corações precondicionados tiveram melhor dP/dt, sendo alteradas pelo uso de NAC no GIV e não alteradas no GV.

Year

2009

Creators

Oliveira,Denoel Marcelino de Gomes,Eros Silva Mussivand,Tofy Fiorelli,Alfredo Inácio Gomes,Otoni Moreira

Efeitos do pós-condicionamento isquêmico na função ventricular esquerda de corações isolados de ratos

OBJETIVO: Avaliar os efeitos do pós-condicionamento isquêmico na função ventricular esquerda de corações isolados de ratos. MÉTODOS: Corações isolados de 24 ratos Wistar foram submetidos a perfusão pelo método de Langendorff modificado e distribuídos em três grupos: Grupo I - controle (n=8); Grupo II - três ciclos de pós-condicionamento de 10/10s (n=8); Grupo III - três ciclos de pós-condicionamento de 30/30s (n=8). Após estabilização de 15min, os corações foram submetidos a 20min de isquemia e subseqüentes 20min de reperfusão. A freqüência cardíaca (FC), o fluxo coronariano (FCo), a pressão sistólica (PS), a contratilidade (+dP/dt max) e a velocidade de relaxamento (-dP/dt max) miocárdico foram medidas nos tempos 0 (pré-isquemia) e 5, 10, 15 e 20min de reperfusão. Utilizado método estatístico ANOVA com Teste de Tukey para diferenças entre grupos, com significância menor que 0,05 (P< 0,05). RESULTADOS: A FC, em bpm, reduziu em todos os grupos após 20min de reperfusão, sem diferença estatística (GI 232,5 + 36,8; GII 241,8 + 46,7; GIII 249,4 + 40,4; P>0,05). O mesmo ocorreu com a PS, em mmHg, (GI 132,6 + 49,3; GII 140,8 + 43,1; GIII 112,6 + 33,2; P>0,05), FCo, em ml/min, (GI 18,5 + 4,6; GII 21,4 + 4,4; GIII 22,1 + 9,0; P>0,05) e -dP/dt max, em mmHg/s, (GI 1490,6 + 512,0; GII 1770,4 + 406,6; GIII 1399,1 + 327,4, P>0,05). A +dP/dt max, em mmHg/s, reduziu significativamente exceto no Grupo II (GI 1409,0 + 415,2; GII 1917,3 + 403,1; GIII 1344,8 + 355,8), (GII vs. GI, P=0,04) e (GII vs. GIII, P=0,02). CONCLUSÃO: O pós-condicionamento isquêmico com três ciclos de 10/10s de reperfusão/isquemia foi capaz de preservar a contratilidade miocárdica em corações isolados de ratos após 20min de isquemia.

Year

2009

Creators

Pinheiro,Bruno Botelho Fiorelli,Alfredo Inácio Gomes,Otoni Moreira

Revascularização miocárdica com artéria radial: influência da anastomose proximal na oclusão a médio e longo prazo

OBJETIVO: Determinar se o local da anastomose proximal apresenta influência ou não na perviedade a médio e longo prazo destes enxertos. MÉTODOS: Foram reestudados 123 pacientes, de um total de 481 operados com artéria radial (AR). A média de idade era de 58,8 + 10,4 anos. Noventa e seis (78,05%) pacientes foram operados com circulação extracorpórea (CEC). Considerando-se todos os enxertos, foram revascularizados 382 ramos coronários, média de 3,1 + 0,8 artérias por paciente. Desse total, 150 artérias foram revascularizadas com AR, sendo os ramos marginais esquerdos (ME) os mais prevalentes (48,67%). A anastomose proximal foi realizada na aorta em 50 pacientes (40,65%) e em "Y" com a artéria torácica interna esquerda (ATIE) ou direita (ATID) nos demais 73 (59,35%). No pós-operatório, os reestudos angiográficos tiveram período médio de 5,36 + 3,21 anos. Os dados foram divididos em duas categorias: anastomose proximal (aorta/"Y") e perviedade (enxerto ocluído/pérvio). Foi utilizado teste qui-quadrado para duas proporções, com intervalo de confiança (IC) de 95%. RESULTADOS: Dos 50 enxertos com anastomose na aorta, 42 (84%) apresentaram-se pérvios, contra oito (16%) ocluídos. Dos 73 enxertos em "Y", 59 (80,82%) apresentaram-se pérvios, contra 14 (19,18%) ocluídos. Comparando-se enxertos ocluídos e pérvios de ambas as técnicas, observou-se não haver diferença estatisticamente significativa entre as proporções (P=0,651, IC=95%). CONCLUSÃO: Conclui-se que, na utilização da AR como enxerto coronário, o local da anastomose proximal não interfere na obstrução e no fluxo do enxerto, a médio e longo prazo.

Year

2009

Creators

Carneiro,Luciano Jannuzzi Platania,Fernando Dallan,Luís Augusto Palma Dallan,Luís Alberto Oliveira Stolf,Noedir Antonio Groppo

Drenagem pericárdica videotoracoscópica no tratamento dos derrames pericárdicos

OBJETIVOS: Analisar a eficácia e a segurança da drenagem pericárdica videotoracoscópica no tratamento e diagnóstico etiológico dos derrames pericárdicos por meio da revisão de 26 casos. MÉTODOS: De abril de 2005 a dezembro de 2007, 26 pacientes com derrame pericárdico foram submetidos ao procedimento. A média etária foi de 48,2 anos. O sintoma mais comum foi dispnéia, seguida por dor torácica. O procedimento foi realizado em decúbito lateral, sob anestesia geral e intubação seletiva, com o auxílio de três trocateres. RESULTADOS: A realização do procedimento foi possível em 25 casos. Ocorreu uma conversão. Em 61,53% dos casos, o procedimento foi capaz de alterar o diagnóstico inicial. Culturas e microbiologia foram negativas em todos os casos. Achados compatíveis com neoplasia estavam presentes em nove casos, tuberculose em dois, aspergilose em um, pós-cirúrgico em três, lúpico em dois, urêmico em um e oito idiopáticos. Em quatro casos, procedimentos pleuropulmonares concomitantes foram realizados. Não ocorreram óbitos relacionados ao procedimento. Ocorreu uma recidiva. CONCLUSÃO: O procedimento demonstrou ser seguro, reprodutível e eficaz, capaz de fornecer diagnóstico etiológico e mudar o curso terapêutico de alguns pacientes. O procedimento pode se tornar o padrão-ouro em doentes selecionados.

Year

2009

Creators

Palma,José Honório Gaia,Diego Felipe Guilhen,José Cícero Stocco Branco,João Nelson Rodrigues Buffolo,Enio

Qualidade de vida dos candidatos a transplante de coração

OBJETIVO: Aferir a qualidade de vida de pacientes com insuficiência cardíaca refratária, inscritos como candidatos a transplante de coração. MÉTODOS: Estudo prospectivo, descritivo, transversal de 18 pacientes, com média de idade de 52 anos, em acompanhamento ambulatorial pré-transplante, de um hospital público e vinculado ao ensino do Município de São Paulo. A qualidade de vida foi avaliada por meio do questionário genérico The Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health Survey (SF-36), com a finalidade de avaliar aspectos relativos a função, disfunção, desconforto físico e emocional. RESULTADOS: Dessa amostra, 14 (77,8%) pacientes eram do sexo masculino e quatro (22,2%), do sexo feminino; 14 (77,8%) dos pacientes foram classificados segundo tipo funcional IV e quatro (22,2%) em tipo funcional III (New York Heart Association); 17 (94,4%) encontravam-se em estágio D e um (5,6%) em estágio C (American Heart Association/ American College of Cardiology). As médias obtidas na avaliação das escalas do SF-36 foram: capacidade funcional 38%, dor 49%, estado geral de saúde 49%, vitalidade 39%, aspectos sociais 53%, aspectos emocionais 43% e saúde mental 54%. CONCLUSÃO: A qualidade de vida dos pacientes com insuficiência cardíaca terminal é considerada muito ruim; provavelmente pior que em muitas outras entidades mórbidas mais comuns. Os aspectos, social e mental são os menos afetados, sendo os mais comprometidos, a vitalidade e a capacidade funcional.

Year

2009

Creators

Helito,Renata Almeida Barros Branco,João Nelson Rodrigues D'innocenzo,Maria Machado,Regimar Carla Buffolo,Enio