RCAAP Repository
Efeito de anestésicos locais com e sem vasoconstritor em pacientes com arritmias ventriculares
FUNDAMENTO: A utilização de anestésicos locais associados a vasoconstritores para tratamento odontológico de rotina de pacientes cardiopatas ainda gera controvérsia, em razão do risco de efeitos cardiovasculares adversos. OBJETIVO: Avaliar e comparar os efeitos hemodinâmicos do uso de anestésico local com vasoconstritor não-adrenérgico em pacientes portadores de arritmias ventriculares, em relação ao uso de anestésico sem vasoconstritor. MÉTODOS: Um estudo prospectivo randomizado avaliou 33 pacientes com sorologia positiva para doença de Chagas' e 32 pacientes com doença arterial coronariana, portadores de arritmia ventricular complexa ao Holter (>10 EV/h e TVNS), 21 do sexo feminino, idade de 54,73 + 7,94 anos, submetidos a tratamento odontológico de rotina com anestesia pterigomandibular. Esses pacientes foram divididos em dois grupos: no grupo I, utilizou-se prilocaína a 3% associada a felipressina 0,03 UI/ml, e no grupo II, lidocaína a 2% sem vasoconstritor. Avaliaram-se o número e a complexidade de extra-sístoles, a freqüência cardíaca e a pressão arterial sistêmica dos pacientes no dia anterior, uma hora antes, durante o procedimento odontológico e uma hora após. RESULTADOS: Não foram observadas alterações hemodinâmicas, nem aumento do número e da complexidade da arritmia ventricular, relacionados ao anestésico utilizado, em ambos os grupos. CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que prilocaína a 3% associada a felipressina 0,03 UI/ml pode ser utilizada com segurança em pacientes chagásicos e coronarianos, com arritmia ventricular complexa.
2022-12-06T14:00:48Z
Cáceres,Maria Teresa Fernández Ludovice,Ana Cristina P. P. Brito,Fabio Sândoli de Darrieux,Francisco Carlos Neves,Ricardo Simões Scanavacca,Mauricio Ibrahim Sosa,Eduardo A. Hachul,Denise Tessariol
Miocárdio viável pela tomografia computadorizada com Tc-99m (MIBI) sensibilizada por nitroglicerina endovenosa
FUNDAMENTO: A seleção de pacientes com doença coronariana crônica para recanalização baseia-se na detecção do miocárdio comprometido, potencialmente viável. OBJETIVO: Avaliar o miocárdio isquêmico, potencialmente viável pelo SPECT com MIBI sensibilizado por nitroglicerina em dose máxima tolerada. MÉTODOS: Investigamos de forma prospectiva, de abril de 2004 a novembro de 2005, pela tomografia computadorizada por emissão de fóton único SPECT com Tc-99m (MIBI), 40 pacientes (média etária 62 ± 8,9 anos, 30 homens) com obstrtução coronariana demonstrada angiograficamente, e a cintilografia miocárdica foi realizada em repouso e com nitroglicerina endovenosa (EV), iniciando com a dose (1 µg/kg/min) e incremento a cada minuto, até a queda da pressão arterial sistólica em 20 mmHg. A redução da perfusão dos segmentos foi classificada em moderada e severa, e comparada depois da nitroglicerina. Analisamos as variáveis angiográficas, hemodinâmicas e de perfusão miocárdica. RESULTADOS: Analisamos 680 segmentos miocárdicos em repouso: 538 com distribuição homogênea e 142 com hipoperfusão (54 com redução moderada e 88 severa). Depois da nitroglicerina, ocorreu aumento da perfusão em 19 (47,5%) de 40 pacientes. Tornaram-se viáveis 55 de 142 segmentos: 33 (61,1%) com redução moderada e 22 (25%) com redução severa, ambos apresentaram aumento significativo da distribuição do radiofármaco (p < 0,001, qui-quadrado). CONCULSÃO: Dos componentes com Tc-99m, está incluído o Tc-99m-2-methoxy-isobutil-isonitrila (MIBI) que, utilizado com dose otimizada de nitroglicerina EV, pode aumentar a captação do radiofármaco em áreas com hipoperfusão moderada e severa. Os resultados deste estudo sugerem aumento da sensibilidade do Tc-99m (MIBI) pela nitroglicerina para detecção de miocárdio viável.
2022-12-06T14:00:48Z
Ramos Filho,José Nascimento,Marcos Welber Silva,Rafael Mariano Gislon da Camargo,Thiago Negrini de Almeida,Roberto Simões de Lima,Eloá Jacinto
Índice de dissincronia ventricular: comparação com a fração de ejeção bidimensional e tridimensional
FUNDAMENTO: O acoplamento eletromecânico (sincronia) do ventrículo esquerdo (VE) tem importância na análise da performance sistólica, especialmente para a indicação da terapia de ressincronização cardíaca em pacientes com ICC avançada. OBJETIVO: Comparar a sincronia do VE analisada com ecocardiograma (eco) tridimensional (3D) em tempo real com medidas de FEVE obtidas com ECO 2D e 3D. MÉTODOS: Estudo prospectivo de 92 indivíduos (56 homens, 47±10 anos), 60 com anatomia cardíaca (eco) e ECG normais (Grupo N), 32 com cardiomiopatia dilatada (Grupo CMD). Com o emprego do ECO 3D foram aferidos FEVE, volumes e índice de dissincronia (ID)% para 16 segmentos do VE; com o ECO 2D foram medidos FEVE (método de Simpson) e volumes sistólico e diastólico do VE. Análise estatística: coeficiente de correlação (Pearson), 95% IC, teste de regressão linear, teste de Bland & Altman, p<0,05. RESULTADOS: O ID% variou de 0,2900 a 28,1000 (5,2014±6,3281), a FEVE 3D variou de 0,17 a 0,81 (0,52±0,17); a FEVE 2D variou de 0,3 a 0,69 (0,49±0,11). A correlação entre ID e FEVE 3D foi (r): -0,7432, p<0,0001, IC: -0,8227 a -0,6350, a relação linear entre ID (x) e FEVE 3D (y) foi y = 19,8124 + (-27,9578) x , p<0,0001. A correlação entre ID e FEVE 2D foi (r): -0,7012, p<0,0001, IC: -0,7923 a -0,5797. CONCLUSÃO: Nesta casuística foi observada boa correlação negativa entre o acoplamento sistólico tridimensional eletromecânico do VE e a FEVE medida ao ecocardiograma (3D e 2D).
2022-12-06T14:00:48Z
Vieira,Marcelo L. C. Cury,Alexandre F. Gustavo,Naccarato Oliveira,Wercules A. Monaco,Cláudia G. Cordovil,Adriana Rodrigues,Ana C. T. Lira Filho,Edgar B. Fischer,Cláudio H. Morhy,Samira S.
Impacto econômico dos casos de doença cardiovascular grave no Brasil: uma estimativa baseada em dados secundários
FUNDAMENTO: Há escassez de dados no Brasil para subsidiar a crescente preocupação sobre o impacto econômico das doenças cardiovasculares (DCV). OBJETIVO: Estimar os custos referentes aos casos de DCV grave no Brasil. MÉTODOS: O número de casos de DCV grave foi estimado a partir das taxas de letalidade e mortalidade dos pacientes hospitalizados. Estudos observacionais e bancos de dados nacionais foram utilizados para estimar os custos referentes à hospitalização, atendimento ambulatorial e benefícios pagos pela previdência. A perda da renda foi estimada com base nos dados do estudo de Carga de Doenças no Brasil. RESULTADOS: Aproximadamente dois milhões de casos de DCV grave foram relatados em 2004 no Brasil, representando 5,2% da população acima de 35 anos de idade. O custo anual foi de, pelo menos, R$ 30,8 bilhões (36,4% para a saúde, 8,4% para o seguro social e reembolso por empregadores e 55,2% como resultado da perda de produtividade), correspondendo a R$ 500,00 per capita (para a população de 35 anos e acima) e R$ 9.640,00 por paciente. Somente nesse subgrupo, os custos diretos em saúde corresponderam por 8% do gasto total do país com saúde e 0,52% do PIB (R$ 1.767 bilhões = 602 bilhões de dólares), o que corresponde a uma média anual de R$ 182,00 para os custos diretos per capita (R$ 87,00 de recursos públicos) e de R$ 3.514,00 por caso de DCV grave. CONCLUSÃO: Os custos anuais totais para cada caso de DCV grave foram significativos. Estima-se que tanto os custos per capita como aqueles correspondentes ao subgrupo de pacientes com DCV grave aumentem significativamente à medida que a população envelhece e a prevalência de casos graves aumente.
2022-12-06T14:00:48Z
Azambuja,Maria Inês Reinert Foppa,Murilo Maranhão,Mário Fernando de Camargo Achutti,Aloyzio Cechella
Enzima conversora de angiotensina no líquido pericárdico: estudo comparativo com a atividade sérica
FUNDAMENTO: A caracterização de uma enzima conversora de angiotensina (ECA) no líquido pericárdico humano é relevante diante do seu papel na liberação de angiotensina II e, portanto, do papel do pericárdio na homeostase cardivascular. OBJETIVO: Isolar e caracterizar uma ECA do líquido pericárdico humano. Comparar as atividades conversoras de angiotensina I do fluido pericárdico e do soro de pacientes submetidos à cirurgia cardiovascular. MÉTODOS: A enzima do líquido pericárdico humano foi purificada por meio de etapas cromatográficas e caracterizada por eletroforese em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE), hidrólise de angiotensina I, bradicinina, Hip-His-Leu e substratos sintéticos com supressão interna de fluorescência. Lisinopril foi usado como inibidor. A atividade de ECA foi determinada em amostras de sangue e líquido pericárdico de 23 pacientes submetidos à cirurgia cardiovascular. RESULTADOS: A ECA purificada (MM = 140 kDa) libera angiotensina II, hidrolisa a bradicinina e o substrato Hip-His-Leu. Os parâmetros cinéticos k cat,(s-1) e k cat/Km (µM-1. s-1) foram respectivamente: Hip-His-Leu (1,14 e 7 x 10 -4), Abz-YRK(Dnp)P-OH (2,60 e 0,77), Abz-LFK(Dnp)-OH (2,77 e 0,36) e Abz-SDK(Dnp)P-OH (1,92 e 0,19). As atividades conversoras de angiotensina I (média ± DP) do líquido pericárdico e no soro foram, respectivamente, 3,16 ± 0,90 mU x mg -1x min-1 e 0,33 ± 0,11 mU x mg -1x min-1 . A diferença foi significativa entre os dois fluidos. CONCLUSÃO: Uma ECA com grande similaridade com a enzima somática foi isolada do fluido pericárdico humano. A atividade conversora de angiotensina I é maior no líquido pericárdico quando comparada com a atividade do soro. Esses dados constituem importante evidência do papel do líquido pericárdico no metabolismo de peptídeos ativos.
2022-12-06T14:00:48Z
Gomes,Roseli Aparecida da Silva Teodoro,Lívia das Graças Vieito Lombardi Lopes,Isabel Cristina Rezende Bersanetti,Patrícia Alessandra Carmona,Adriana Karaoglanovic Hial,Valdemar
Qual o erro da angiografia na definição de isquemia miocárdica durante intervenções coronarianas percutâneas?
FUNDAMENTO: A angiografia vem sendo utilizada como padrão de referência para definição de doença arterial coronariana (DAC), embora suas limitações sejam conhecidas. O valor da medida do fluxo fracionado de reserva do miocárdio (FFR) na avaliação da DAC está bem estabelecido. OBJETIVO: O objetivo deste estudo é avaliar a acurácia da angiografia em definir as lesões isquêmicas e sua correlação com o FFR. MÉTODOS: Duzentos e cinqüenta pacientes foram incluídos no estudo (471 vasos). Todas as estenoses > 50% pela estimativa visual da angiografia (EVA) foram avaliadas medindo-se o FFR. Se o FFR <0,75 a lesão foi tratada, se o FFR >0,75 a lesão não foi tratada. As lesões foram divididas em moderadas (<70% - 327) e graves (125) pela QCA. Foram determinados o coeficiente de correlação entre o grau de estenose (%DE), o FFR e a acurácia da EVA em definir se uma lesão era ou não isquêmica. RESULTADOS: Foi possível obter o FFR em 96% das lesões. %DE e FFR médios de 56±8% e 0,74 e 76±6% e 0,48 para as lesões moderadas e graves respectivamente. Notou-se pobre correlação entre o %DE e o FFR, especialmente nas lesões moderadas (Spearman rho = - 0.33, p<0,0001). A acurácia da EVA comparada com FFR foi de 57% e 96% nas lesões moderadas versus graves. CONCLUSÃO: A angiografia coronária não é adequada para avaliar a importância funcional das lesões coronarianas, sendo necessário associá-la a um método funcional capaz de fazê-lo, especialmente nas lesões moderadas.
2022-12-06T14:00:48Z
Sant'Anna,Fernando Mendes Silva,Expedito Ribeiro da Batista,Leonardo Alves Brito,Marcelo Bastos Ventura,Fábio Machado Ferraz,Haroldo Adans Buczynski,Leonardo Barrozo,Carlos Alberto Mussel Pijls,Nico
Tratamento da hipertensão arterial com olmesartana medoxomila em escalonamento
FUNDAMENTO: As diretrizes nacionais e internacionais enfatizam a importância do tratamento eficaz da hipertensão arterial. Apesar disso, verificam-se baixos índices de controle e alcance das metas preconizadas, indicando que é importante planejar e implementar melhores estratégias de tratamento. OBJETIVO: Avaliar a eficácia de um tratamento, em escalonamento de doses, tendo como base a olmesartana medoxomila. MÉTODOS: Este é um estudo aberto, nacional, multicêntrico e prospectivo, de 144 pacientes com hipertensão arterial primária nos estágios 1 e 2, virgens de tratamento ou após período de washout de duas a três semanas para aqueles em tratamento ineficaz. Avaliou-se o uso da olmesartana medoxomila num algoritmo de tratamento, em quatro fases: (i) monoterapia (20 mg), (ii-iii) associada à hidroclorotiazida (20/12,5 mg e 40/25 mg) e (iv) adição de besilato de anlodipino (40/25 mg + 5 mg). RESULTADOS: Ao fim do tratamento, em escalonamento, 86% dos sujeitos de pesquisa alcançaram a meta de pressão arterial (PA) < 130/85 mmHg. Ocorreram reduções na pressão arterial sistólica (PAS) e na pressão arterial diastólica (PAD) de, no máximo, -44,4 mmHg e -20,0 mmHg, respectivamente. A taxa dos respondedores sistólicos (PAS > 20 mmHg) foi de 87,5% e diastólicos (PAD > 10 mmHg) de 92,4%. CONCLUSÃO: O estudo se baseou em um esquema de tratamento semelhante à abordagem terapêutica da prática clínica diária e mostrou que o uso da olmesartana medoxomila, em monoterapia ou em associação a hidroclorotiazida e anlodipino, foi eficaz para o alcance de meta para hipertensos dos estágios 1 e 2.
2022-12-06T14:00:48Z
Gomes,Marco Antônio Mota Feitosa,Audes Diógenes de Magalhães Oigman,Wille Ribeiro,José Márcio Moriguchi,Emílio Hideyuki Saraiva,José Francisco Kerr Précoma,Dalton Bertolim Ribeiro,Artur Beltrame Amodeo,Celso Brandão,Andréa Araujo
Hiperpotassemia na vigência de espironolactona em pacientes com insuficiência cardíaca descompensada
FUNDAMENTO: A incidência de hiperpotassemia relacionada à espironolactona é baixa na insuficiência cardíaca estável, entretanto não foi estudada durante a descompensação. OBJETIVO: Avaliar a influência da espironolactona na insuficiência cardíaca descompensada sobre o potássio sérico. MÉTODOS: Em um estudo de coorte, selecionamos pacientes hospitalizados por descompensação da insuficiência cardíaca, FEVE < 0,45 e potássio sérico entre 3,5 e 5,5 mEq/l. Os pacientes foram divididos segundo o uso da espironolactona (grupo E) ou não (grupo C). O desfecho foi aumento do potássio (> 6,0 mEq/l) e uso de poliestireno de cálcio. Realizou-se a análise multivariada pela regressão logística, e p < 0,05 foi considerado significante. RESULTADOS: Foram estudados 186 pacientes (grupo E: 56; grupo C: 130), FEVE 0,25, idade 55,5 anos e 65,2% de homens. A incidência de hiperpotassemia foi de 10,7% no grupo E e de 5,4% no grupo C (p = 0,862). A análise multivariada mostrou que a uréia sérica > 60,5 mg/dl, durante a internação, apresenta risco relativo de 9,6 (IC 95% 8,03 - 11,20; p = 0,005) para a ocorrência de hiperpotassemia. CONCLUSÃO: A incidência de hiperpotassemia foi duas vezes maior com espironolactona, mas não estatisticamente significante. Elevação da uréia foi associada à hiperpotassemia. Estudos randomizados são necessários para esclarecer o assunto.
2022-12-06T14:00:48Z
Lima,Marcelo Villaça Ochiai,Marcelo Eidi Cardoso,Juliano Novaes Morgado,Paulo César Munhoz,Robinson Tadeu Barretto,Antonio Carlos Pereira
Resultado da substituição aórtica por ampliação anelar anterior e posterior é comparável a do anel normal
OBJETIVO: Comparar resultados tardios da substituição valvar no anel aórtico com ou sem ampliação. MÉTODO: Incluídos 22 pacientes aórticos com ampliação anelar anterior e posterior por anel pequeno e 23 com diâmetro anelar normal quando da substituição valvar aórtica. Para grupos, foram comparáveis características como sexo, idade, diagnóstico valvar, etiologia da doença e lesões associadas. Substituição valvar simples foi rotineira. Para ampliação anelar posterior foi feita incisão no ponto médio do seio não coronariano, estendida ao folheto mitral anterior; ampliação anterior resultou de incisão no anel aórtico anterior, estendida por 2 cm no septo interventricular, não transfixado; reconstrução aórtica foi realizada por enxertos de pericárdio bovino. Resultados considerados para toda amostra foram características operatórias, evolução clínica (seguimento de 2 a 11 anos) e gradiente na via de saída do ventrículo esquerdo (VSVE) ao ecocardiograma Doppler. RESULTADOS: Ampliação aumentou diâmetro anelar aórtico de 18,3±2,2 mm para 24,8±2,0 mm (p<0,001), tornando-o comparável ao normal: 24,9±1,5 mm (NS). Foi necessário maior tempo de circulação extracorpórea para ampliação anelar (122,1±38,9 min vs 91,0±30,7 min; p<0,005) e de pinçamento aórtico (91,6±20,7 min vs 68,0±23,5 min; p<0,001). Para ampliação anelar, o gradiente sistólico máximo na VSVE reduziu de 83,6±22,3 mmHg no pré-operatório para 26,7±11,4 mmHg (p<0,01), recentemente, e na substituição valvar simples a redução foi de 68,2±28,7 mmHg para 32,8±16,2 mmHg (P<0,001); valores comparáveis para intervalos correspondentes (NS). CONCLUSÃO: Técnica de ampliação anterior e posterior do anel aórtico possibilitou aumento do diâmetro anelar e do substituto protético implantado, sendo que para até 11 anos de seguimento o resultado clínico e ecocardiográfico foi superponível ao da substituição aórtica em pacientes com anel normal.
2022-12-06T14:00:48Z
Sant'Anna,João Ricardo M. De Bacco,Felipe W. Sant'Anna,Roberto T. Kalil,Renato A.K. Prates,Paulo R. Nesralla,Ivo A.
Revascularização cirúrgica do miocárdio com enxerto composto de artérias torácica interna esquerda e radial: comparação do fluxo sangüíneo para artéria coronária esquerda com a técnica convencional
INTRODUÇÃO: Os enxertos compostos têm sido freqüentemente utilizados na cirurgia de revascularização do miocárdio (RM). Entretanto, permanece indefinido se essa técnica é capaz de oferecer o mesmo fluxo sangüíneo (Q) aos ramos da artéria coronária esquerda (CE) que a técnica convencional. O objetivo é comparar o Q total aos ramos revascularizados pelas artérias torácica interna esquerda (ATIE) e radial (AR) nas técnicas compostas e convencional. MÉTODO: Estudamos 42 pacientes distribuídos, aleatoriamente, conforme a técnica de RM utilizada. Grupo A ou ATIE e AR composta em Y(n=14). Grupo B ou ATIE e AR composta modificada [enxerto intercoronariano com AR e anastomose da ATIE sobreposta a AR ao nível da artéria interventricular anterior (DA), n=14]. Grupo C ou ATIE pediculada para DA e AR em posição aorto-coronariana (n=14). Trinta e um pacientes foram submetidos a fluxometria (Fx) com cateter-guia doppler de 12-MHz (0,014 polegada, Flowire, Jometrics Inc.), no pós-operatório imediato. A reserva de fluxo coronariano (RFC) foi calculada pela determinação da média da velocidade de pico (APV) em hiperemia após administração de adenosina. RESULTADOS: A APV em repouso no início da ATIE foi, no grupo A, 28,4±4,8 cm/s; no grupo B, 34,4±7,9 cm/s (p=0,0384 x C) e, no grupo C, 25,8± 8,6 cm/s. A RFC foi de 2,1 ± 0,4, 2 ± 0,3 e 2±0,4 nos grupos A, B e C, (p=0,7208). O Q total distribuído aos ramos da CE revascularizados foi, no grupo A, 110±30 ml/min, no grupo B, 145±59 ml/min e, no grupo C, 133±58 ml/min (p=0,3232 A, B x C). CONCLUSÕES: Não houve diferença significativa do Q total oferecido ao território da CE revascularizado pelas técnicas de EC e convencional. A RFC da ATIE nos grupos compostos foi satisfatória.
2022-12-06T14:00:48Z
Castro Neto,Josué V. Chaccur,Paulo Carvalho,Alexandre R. de Staico,Rodolfo Albertal,Mariano Farran,Jorge Moreira,Luiz Felipe P. Lisboa,Luiz Augusto Oliveira,Sérgio A. Paulista,Paulo P.
Relação anatômica entre a porção posterior do ânulo mitral e as artérias coronárias: implicações no tratamento cirúrgico
OBJETIVO: Este trabalho objetivou analisar a relação anatômica entre o ânulo da valva atrioventricular esquerda (mitral), a artéria circunflexa e a artéria posterior do ventrículo esquerdo, relacionando a distância entre as estruturas citadas ao padrão de dominância coronariano. MÉTODO: Foram estudados 85 corações humanos, previamente fixados em solução de formaldeido a 10%. Inicialmente, avaliou-se o padrão de dominância coronariana. A seguir, realizou-se atriotomia e ventriculotomia esquerdas na parede posterior do coração, a partir das veias pulmonares em direção ao ápice cardíaco, seccionando-se o ânulo mitral. Removeu-se a parede atrial ao nível do ânulo, em toda a porção da cúspide posterior. Sobre o ânulo foram demarcados cinco pontos: 1 - comissural anterior, 2 - entre o comissural anterior e o ponto médio posterior do ânulo, 3 - ponto médio posterior do ânulo, 4 - entre o ponto médio posterior do ânulo e o comissural posterior, 5 - comissural posterior. Nestes pontos foi medida a distância entre as estruturas com um paquímetro eletrônico. RESULTADOS: Padrão de dominância direita foi observado em 81,17% dos casos, circulação balanceada em 16,47% e dominância esquerda em 2,35%. Nos corações que apresentaram dominância direita observou-se que a região de maior proximidade entre o ânulo e as estruturas vasculares foi a comissural anterior, 3,996 ± 1,865mm, enquanto a região de menor proximidade foi a comissural posterior, medindo 7,78 ± 2,615mm. CONCLUSÃO: Este estudo propiciou melhor compreensão da relação anatômica entre a valva mitral e as artérias coronárias adjacentes, podendo auxiliar o cirurgião na diminuição de complicações cirúrgicas.
2022-12-06T14:00:48Z
Pessa,Clodualdo J. N. Gomes,Walter J. Catani,Roberto Prates,José Carlos Buffolo,Enio
Doença da discinesia miocárdica de estresse
OBJETIVO: Pesquisando a discinesia de contração miocárdica como outra possível causa da isquemia silenciosa de estresse, analisar a eficácia do cálcio inibidor miocítico diltiazem na normalização de testes ergométricos previamente positivos. MÉTODO: Em outubro de 2004, dez pacientes, sem sintomas de doença arterial coronária, com teste ergométrico positivo definido por infradesnível de segmento ST, sem dor precordial nem arritmia durante os exames (Seis - 60% - do sexo masculino; idades entre 42 e 71 anos, média de 58,2 anos), foram tratados com três doses diárias de 90mg de diltiazem e reestudados após período de cinco dias. Os exames foram realizados em esteira ergométrica, no protocolo de Bruce. RESULTADOS: O diltiazem impediu a depressão do segmento ST, tanto do ponto J (infradesnível médio e 2,1 ± 0,3mm, no controle, e 0,0 desnível com tratamento; p<0,001), quanto do ponto Y (infradesnível de 1,65 ± 0,7 mm, no controle, e 0,0 desnível com tratamento; p<0,001). A freqüência cardíaca não apresentou variação estatisticamente significante (média de 156,1 ±12,3 bpm, no controle, e 151,6 ± 23,4 bpm com tratamento/ p>0,05). CONCLUSÃO: A administração do cálcio inibidor miocítico, diltiazem, impediu a depressão silenciosa do segmento ST previamente induzida por teste ergométrico em pacientes sem sintomas de doença arterial coronária, confirmando o envolvimento da discinesia da contração miocárdica na gênese do fenômeno.
2022-12-06T14:00:48Z
Gomes,Otoni Moreira Gomes,Eros Silva Faraj,Marcílio
Infarto agudo do miocárdio e dissecção aguda de aorta: um importante diagnóstico diferencial
Relatamos o caso de um paciente de 54 anos, portador de hipertensão arterial sem tratamento, que apresentou quadro de emergência hipertensiva com lesão de órgão-alvo. Inicialmente, tratada como infarto agudo do miocárdio, na evolução foi diagnosticada dissecção de aorta tipo A, abordada cirurgicamente com boa evolução no pós-operatório e controle adequado da pressão arterial nas primeiras 24 horas. Reforçamos a importância do diagnóstico diferencial de dor torácica na emergência hospitalar, visando tratamento correto e controle adequado da hipertensão arterial ao longo do tempo, no sentido de evitar as complicações hipertensivas.
2022-12-06T14:00:48Z
Martin,José Fernando Vilela Andrade,Letícia Goto Loureiro,Afonso Augusto Carvalho Godoy,Moacir Fernandes de Braile,Domingo Marcolino
Eventos catastróficos associados ao tratamento da comunicação interatrial tipo ostium secundum: razões para não se subestimar este tipo de cardiopatia congênita
OBJETIVO: O presente trabalho clínico foi motivado pela frustrante experiência de quatro pacientes operados para o tratamento cirúrgico da comunicação interatrial tipo ostium secundum (CIA-II), que vieram a falecer em condições extremamente dramáticas. MÉTODO: Estudo retrospectivo embasado em dados de prontuários. As pesquisas bibliográficas incluíram: tromboembolismo paradoxal (cerebral, pulmonar ou mesentérico), malformações vasculares do sistema nervoso central e conexões anômalas das veias cavas. Estas pesquisas da literatura foram embasadas em possíveis eventos, inesperados e catastróficos, que levaram quatro pacientes ao óbito. RESULTADOS: Os quatros pacientes, todos do sexo feminino, foram submetidos a atriosseptorrafia com tempo de parada cardíaca isquêmica inferior a 20 minutos, em circulação extracorpórea. As causas de óbito foram: isquemia intestinal não-oclusiva, ruptura de aneurisma cerebral de artéria comunicante anterior, cor pulmonale com hipertensão arterial e tromboembolismo e um provável tromboembolismo cerebral em uma criança que precisou ser reoperada pela drenagem da veia cava inferior em átrio esquerdo. CONCLUSÃO: A lição final deste trabalho é: "Não subestime a comunicação interatrial em cirurgia cardíaca!".
2022-12-06T14:00:48Z
Evora,Paulo Roberto B. Ribeiro,Paulo José de Freitas Vicente,Walter V.V. Menardi,Antonio C. Rodrigues,Alfredo J. Reis,Celso L. Viaro,Fernanda
Uso do pericárdio autólogo para reforço da aortorrafia no tratamento cirúrgico da valva aórtica
O reparo da aortotomia no tratamento cirúrgico da valva aórtica pode ser realizado por meio de diferentes técnicas. Em alguns casos, porém, a aorta ascendente encontra-se aterosclerótica, fina e friável, aumentando o risco de rotura no pós-operatório imediato e formação tardia de aneurismas. Este trabalho descreve uma técnica de reforço da aortorrafia com a utilização de pericárdio autólogo e seus resultados, através da análise retrospectiva de 23 casos realizados no Instituto do Coração de São Paulo, entre 1999 e 2003.
2022-12-06T14:00:48Z
Guedes,Marco Antonio Vieira Pomerantzeff,Pablo Maria Alberto Brandão,Carlos Manuel de Almeida Oliveira,Sérgio Almeida de
Correção de ectopia cordis e onfalocele em recém-nascido: relato de caso operado com sucesso
Recém-nascido, sexo feminino, com diagnóstico de ectopia cordis e onfalocele; realizada cesariana e com 6 horas correção da parede abdominal e da ectopia cordis. Evoluiu com grave instabilidade hemodinâmica, sendo reoperada para liberação dos pontos do esterno. Apresentou melhora progressiva, extubação no 15º e alta no 40º dia. Aos oito meses foi reinternada para fechamento do esterno e reconstrução abdominal (neoonfaloplastia). Houve boa evolução, com alta no 5º dia. Com 4 anos de evolução, encontra-se assintomática, sem medicações ou restrições físicas.
2022-12-06T14:00:48Z
Jatene,Marcelo Biscegli Anbar,Ramez Oliveira,Patrícia Marques de Abellan,Deipara Monteiro
Correção da origem anômala de artéria coronária esquerda com insuficiência mitral e hemólise mecânica
Criança do sexo feminino, 2 meses de idade, apresentando quadro clínico de insuficiência cardíaca e sopro. Durante a investigação, foi realizado ecocardiograma e estudo cineangiocardiográfico que evidenciaram origem anômala da artéria coronária esquerda do tronco pulmonar e insuficiência mitral importante demonstrada ao doppler. A paciente foi submetida a tratamento cirúrgico com auxílio de circulação extracorpórea, que consistiu no reimplante da artéria coronária esquerda na aorta, associado à anuloplastia da valva mitral. No pós-operatório tardio, houve importante hemólise mecânica ocasionada pela plastia mitral. A paciente foi reoperada para remoção de retalho de pericárdio bovino. O ecocardiograma pós-operatório mostra insuficiência mitral leve e o paciente apresenta-se em classe funcional I (NYHA).
2022-12-06T14:00:48Z
Caliani,José Alberto Machado,Alessandra Amorim Marinho,José Augusto Toledo Simões,Luiz Carlos Barbosa,Odilon Nogueira
Aneurisma do arco aórtico com fístula aorto-pulmonar: tratamento cirúrgico com sucesso
Aneurisma de arco aórtico com fístula aorto-pulmonar aguda é uma afecção rara e, geralmente, diagnosticada postmortem. Poucos relatos de sucesso cirúrgico foram realizados e persiste uma alta taxa de mortalidade. Os autores relatam o caso de um paciente de 78 anos, com comunicação aguda entre aneurisma de arco aórtico e artéria pulmonar com precordialgia, instabilidade hemodinâmica e congestão pulmonar. A operação foi realizada com sucesso, sendo realizada a substituição da porção proximal da aorta descendente, do arco aórtico e da porção distal da aorta ascendente, além do fechamento da fístula.
2022-12-06T14:00:48Z
Sobral,Marcelo Luiz Peixoto Santos,Luis Alberto Saraiva Santos,Gilmar Geraldo dos Stolf,Noedir Antonio Groppo
Aneurisma toracoabdominal roto: modificação do circuito de perfusão visceral
Paciente portador de aneurisma toracoabdominal (ATA) tipo lV, roto, submetido a tratamento cirúrgico utilizando perfusão visceral assistida por bomba centrífuga e oxigenador de membrana neonatal. Este circuito permite a perfusão visceral com sangue oxigenado, durante o período de isquemia, e infusão de volume rápido via venosa após a retirada da pinça.
2022-12-06T14:00:48Z
Rocha,Eduardo Faccini Guillaumon,Ana Terezinha Antunes,Nilson Vieira,Reinaldo Wilson
Caso 7/2004
No summary/description provided
2022-12-06T14:00:48Z
Croti,Ulisses Alexandre Braile,Domingo Marcolino Hassem Sobrinho,Sírio De Marchi,Carlos Henrique