Repositório RCAAP

A contribuição da tecnologia industrial básica (TIB) no processo de formação e acumulação das capacidades tecnológicas de empresas do setor metal-mecânico.

Nota-se que cada vez mais a sobrevivência e o crescimento das empresas industriais estão relacionadas com a possibilidade de se oferecer produtos e serviços em conformidade com as mais recentes normas internacionais. Em tal contexto, o domínio das funções tecnológicas da Tecnologia Industrial Básica TIB (metrologia, normalização e avaliação da conformidade) não é somente um requisito para a competitividade de uma empresa, mas também a base para a efetiva acumulação de capacidades tecnológicas, as quais são necessárias para a inovação bem como para o melhoramento contínuo da qualidade dos produtos e serviços. Na literatura especializada, raros são os estudos que analisam a função da TIB no processo de aprendizagem tecnológica de uma empresa. Este trabalho teve a intenção de preencher essa lacuna ao propor um modelo para avaliar e projetar as relações dinâmicas entre TIB e capacidade tecnológica. O objetivo geral deste estudo foi o de analisar a relação entre a TIB e a formação e acumulação das capacidades tecnológicas nas empresas. O estudo foi realizado através de um survey, cujo instrumento de pesquisa foi um questionário aplicado em uma amostra de 103 empresas de diferentes níveis de capacidade tecnológica do setor metalmecânico. Concluiu-se que a TIB contribui com a formação e acumulação das capacidades tecnológicas em todos os níveis e os resultados mostraram que existem associações significativas entre: (i) certificações ISO 9001/TS 16949 com as atividades de engenharia reversa; (ii) certificações ISO 17025 e de produtos com as inovações incrementais em sua linha de produtos; (iii) certificação ambiental ISO 14001 com as inovações radicais em processos/produtos, práticas de just-in-time, Kaizen, TQC/TQM e uso de sistemas integrados de informação; e (iv) sistemas inovadores de medição com as práticas de P&D e relacionamentos com instituições de C&T.

Ano

2009

Creators

Renato Gallina

O processo de inovação nas indústrias de pequeno e médio porte do Estado de São Paulo - setores da eletro eletrônica e telecomunicações.

O objetivo desta dissertação é avaliar o grau de envolvimento das pequenas e médias empresas do setor da eletroeletrônica no processo de busca da inovação tecnológica. A inovação tecnológica assumiu um caráter estratégico para as empresas, a partir dos anos oitenta. De um lado, a empresa se vê compelida à busca da inovação devido à crescente concorrência inerente à globalização, à crescente exigência do mercado de consumo e à necessidade de manutenção ou aumento de sua fatia de mercado. Por outro lado, a empresa coloca-se em situação mais conservadora devido à incerteza e aos riscos financeiros característicos do processo de inovação. Existe um elenco bastante amplo de fontes de inovação tecnológica, desde universidades e institutos de pesquisa especializados até o estabelecimento de redes empresariais. Entretanto, o que se observa no cenário industrial do país é o engajamento das grandes corporações multinacionais nesse processo de busca da inovação tecnológica e uso das mais diversas fontes disponíveis. As empresas de pequeno e médio porte ainda mantém-se à margem desse processo de incorporação da inovação, o que amplia o fosso tecnológico entre esses dois blocos industriais. É inegável a importância social da pequena e média empresa, pois são as responsáveis pela maior parcela do número de empregos, além de responsáveis por grande parte do processo de geração de novas tecnologias. Seu retrocesso tecnológico poderá trazer conseqüências adversas ao capital intelectual e ao desenvolvimento tecnológico do país. Para a avaliação do perfil inovador das empresas, foi feita uma pesquisa Quantitativa, através de um Levantamento (Survey), com aplicação de questionário estruturado, com uma amostra de vinte e três empresas, sendo vinte e uma delas pertencentes ao segmento eletroeletrônico e duas pertencentes ao segmento da informática.

Ano

2001

Creators

José Roberto Tálamo

Análise do desenvolvimento de competências operacionais alinhadas à política make-to-order em uma empresa de manufatura contratada.

Empresas de manufatura contratada terão sucesso se conseguirem definir sua estratégia por meio do desenvolvimento de competências operacionais alinhadas aos requisitos do mercado, direcionando decisões e ações que as impulsionem a obterem um melhor desempenho. As incertezas, tanto de produtos como de volumes que serão demandados, envolvidas no relacionamento com as empresas-cliente reduzem a oportunidade de um planejamento antecipado da produção, requerendo, então, uma política de atendimento da demanda do tipo make-to-order (MTO). O grande desafio enfrentado pelas empresas que operam no ambiente MTO é atender à demanda do cliente de forma rápida e confiável, ou seja, respeitando-se os prazos e as quantidades requeridos. O objetivo geral deste trabalho foi analisar como práticas do sistema Lean Manufacturing (LM) poderiam ser efetivamente implementadas em conjunto a um sistema de planejamento e controle da produção (PCP) apropriado, visando ao desenvolvimento de competências operacionais alinhadas à política MTO. Os objetivos específicos do estudo concentraram-se em identificar na literatura as principais competências operacionais requeridas no ambiente MTO, discutir o processo de implementação de práticas do sistema LM e comparar, conceitualmente, sistemas de PCP. A empresa de manufatura contratada escolhida para este estudo representava um caso puro da utilização da política MTO, dada a natureza de seu relacionamento com os clientes. A aplicação da metodologia pesquisa-ação permitiu que o estudo fosse conduzido de forma participativa e com uma abordagem de solução de problemas, além de fornecer um roteiro de referência, relacionando as etapas da pesquisa aos conceitos abordados na literatura. Como resultado, verificou-se que a adoção de práticas do sistema LM auxilia de forma significativa no desenvolvimento de competências operacionais em empresas que operam em ambientes MTO. No entanto, é necessário que estas práticas estejam associadas a um sistema de PCP apropriado - Workload Control (WLC) - para que se obtenham os resultados esperados.

Ano

2008

Creators

Eduardo Ruiz Melchert

Uma investigação sobre a importância da operação com centrais de negócios para o consumidor final em supermercados de vizinhança.

Esta pesquisa analisa a importância de empresas supermercadistas que já operam com centrais de negócio, onde buscam obter melhores condições competitivas de mercado, mais especificamente denominados supermercados de vizinhança, destacando os fatores que podem ser mais facilmente percebidos pelos clientes dessas lojas. Apesar da reconhecida importância das centrais de negócios no contexto brasileiro, ainda existe pouco conhecimento aprofundado do assunto. Esta iniciativa ganhou força no País apenas nos últimos cinco anos e a maioria dos estudos encontrados na literatura possui caráter predominantemente exploratório. Neste sentido, a presente pesquisa buscou, por meio do levantamento bibliográfico e do estudo de caso, obter a opinião dos clientes acerca da percepção de benefícios ao comprarem produtos nas lojas que pertencem a uma central de negócio, quando comparados com lojas equivalentes, consideradas concorrentes. Foi realizada uma pesquisa com abordagem quantitativa, no formato estudo de caso utilizando-se amostragem por conveniência. A coleta de dados da amostra foi feita através de questionário estruturado. Para analisar os dados foi utilizado o teste de Mann- Whitney, cuja aplicação é indicada quando estão em comparação dois grupos independentes. Os resultados permitiram identificar a existência de percepção de benefícios dos consumidores ao comprarem em supermercados de vizinhança pertencentes a uma central de negócio, bem como identificar os aspectos mais representativos dos referidos benefícios.

Ano

2008

Creators

Giorgio Arnaldo Enrico Chiesa

Desenvolvimento global de produtos: o papel das subsidiárias brasileiras de fornecedores de equipamentos do setor de telecomunicações.

O desenvolvimento tecnológico é fundamental para a competitividade das empresas, especialmente em setores dependentes da inovação como o de telecomunicações. E, na busca por melhores condições para o desenvolvimento tecnológico, cada vez mais, pesquisa e desenvolvimento nas companhias globais são realizados por equipes localizadas em diferentes países. A participação ativa de vários países no Desenvolvimento Global de Produtos (DGP) pode possibilitar o crescimento desses países, uma vez que, para estarem inseridos no desenvolvimento mundial, eles recebem investimentos locais para se capacitarem. Dessa forma, este trabalho analisa a participação das equipes brasileiras das companhias transnacionais estrangeiras fabricantes de equipamentos de telecomunicações no DGP e apresenta um modelo para tal envolvimento, a fim de que seja possível traçar tendências e discutir mecanismos para potencializar essa participação e, consequentemente, o desenvolvimento local. Para atender aos objetivos deste trabalho, a metodologia utilizada engloba estudos de casos e análises de dados quantitativos. Essas duas abordagens metodológicas foram combinadas e serviram para melhor análise dos resultados obtidos. Entre os resultados desta pesquisa, três se sobressaem. Primeiro, a análise dos fatores que influenciam as empresas quando localizam P&D fora de seus países de origem, em especial no Brasil. Segundo, após identificar que há envolvimento das subsidiárias brasileiras no DGP, analisou-se como essas atividades ocorrem, com o intuito de avaliar possíveis dinâmicas em comum, o que caracteriza o segundo resultado desta pesquisa. Essa análise é apresentada sob três diferentes aspectos: características do envolvimento das equipes brasileiras; cooperação entre as companhias e os demais agentes de inovação no setor; e dinâmica para formação e interações da equipes no DGP, com a apresentação de um modelo que retrata as estruturas de P&D Internacional mais utilizadas no setor de telecom. Terceiro, a avaliação dos resultados da participação brasileira no DGP em termos de análises quantitativas de dados secundários e do levantamento de dois indicadores de C&T para as companhias: dados de patentes e dados bibliométricos.

Ano

2003

Creators

Simone Vasconcelos Ribeiro Galina

Indicadores de posição econômica para sistemas com unidade central administrativa e várias unidades de negócios.

O trabalho apresenta um modelo econômico para auxílio à tomada de decisão em nível tático e estratégico, podendo ser aplicado tanto a empresas do setor industrial como de serviços que possuem uma sede administrativa com várias unidades de negócios dispersas ou não geograficamente. O modelo pode retratar a situação passada, presente e futura da empresa, mostrando claramente como os valores econômicos foram obtidos e como se compuseram para formar o resultado final. Os resultados podem ser utilizados para a simulação de possíveis alterações, avaliando os resultados através dos cenários propostos podendo servir como referencial para o planejamento estratégico. Para tanto, este trabalho propõe a utilização de medidas de posição econômica no intuito de medir a situação econômica de cada Produto/Unidade Estratégica de Negócio através da Margem de Segurança, do Grau de Alavancagem Operacional, do Grau de Alavancagem Operacional Combinado e da Análise de Equilíbrio da empresa, tendo como conseqüência, a situação econômica da sede administrativa medida através das contribuições advindas de cada Unidade Estratégica de Negócio. O cálculo dos indicadores de posição econômica torna-se muito importante no âmbito da quantificação da posição econômica da empresa, medindo o impacto dos subsistemas em sua situação econômica através da análise das posições econômicas relevantes e diferenciadas. Os indicadores podem ser comparados com indicadores de outras empresas do mesmo setor, com outras Unidades Estratégicas de Negócios da mesma empresa, com dados passados da mesma Unidade Estratégica de Negócio etc.

Ano

2006

Creators

Flavio Alves Pozzi

Estilo de aprendizagem Ativo-Reflexivo e jogo de empresas: (des) entrosamento para o aprendizado de planejamento e controle da produção

Enquanto alguns indivíduos preferem processar informações no mundo exterior (extrovertido/extrospectivo), outros preferem processá-las de forma reflexiva (introvertido/introspectivo). Tal diferença induz vivências distintas e portanto gera aprendizados distintos, mesmo para estudantes no mesmo ambiente de aprendizagem. O problema examinado nesta pesquisa foi a assimetria no aprendizado de Planejamento e Controle da Produção (PCP) por estudantes com diferentes Estilos de Aprendizagem (EA) do modelo Ativo/Sem-preferência/Reflexivo em ambiente dinamizado pelo jogo de empresas (JE) Politron. A pergunta problema da pesquisa foi: a vivência com JE gera uma experiência mais efetiva para o aprendizado dos estudantes com EA Ativo? O objetivo central foi testar a hipótese de entrosamento do EA Ativo-Reflexivo com o ambiente de aprendizagem. O aprendizado no domínio cognitivo foi verificado com uma prova objetiva. Pela taxonomia de Bloom (ANDERSON; KRATHWOHL, 2001), a prova testou o desempenho escolar para os objetivos de aprendizagem dos processos cognitivos (recordar, entender, aplicar e analisar) e dos tipos de conhecimento (fatual, conceitual e processual). Os EA Ativo-Reflexivo foram mapeados com o modelo index of learning styles (ILS) de Felder e Silverman (1988). Foram conduzidos dois quase-experimentos de teste antes e depois com amostras separadas. No primeiro, com 375 estudantes, buscaram-se evidências de assimetria no aprendizado de estudantes com diferentes EA Ativo-Reflexivo. No segundo, com 100 estudantes, estudou-se o efeito do aumento de ênfase nas atividades reflexivas sobre a assimetria no aprendizado dos estudantes. No primeiro quase-experimento observou-se menor aprendizado dos estudantes com EA Ativo. Os resultados observados foram interpretados sob a ótica da teoria de aprendizagem vivencial de Kolb, D. (1984, p. 42) em que a aprendizagem depende de quatro etapas de um ciclo: existência imediata e concreta, observação reflexiva, conceitualização abstrata e experimentação ativa. Supôs-se que o menor aproveitamento dos estudantes com preferência Ativa, tenha decorrido da falta de atividades reflexivas, o que teria limitado o fechamento do ciclo de aprendizagem. Os Reflexivos, que preferem a transformação do conhecimento pela observação reflexiva (introspecção), foram estimulados a experimentar ativamente os conhecimentos no jogo de empresa fechando o ciclo de aprendizagem mais efetivamente que os Ativos: na reflexão, apoiados nas suas preferências pessoais, e na ação, pelas situações impostas pelo jogo. Para testar esta suposição, desenvolveu-se o segundo quase-experimento, ampliando-se as atividades reflexivas da vivência. O resultado levou à aceitação da igualdade das médias dos estudantes Ativos, Reflexivos e Sem preferência. Baseado nas referências e nos resultados observados sugere-se que agentes de aprendizagem incorporem em seus planos de ensino e aprendizagem o caráter cíclico da aprendizagem vivencial (KOLB, D. 1984). Em concordância com as observações de Felder e Spurlin (2005), Seno e Belhot (2009) e Felder (2010), sugere-se a criação de oportunidades de aprendizagem balanceadas aos estudantes com diferentes EA. Aos educadores que já adotam o jogo de empresas, ressalta-se a importância dos momentos reflexivos, sobretudo para os estudantes Ativos serem estimulados a analisar os resultados do JE e fazer observações reflexivas diminuindo assim a assimetria de aprendizado.

Ano

2014

Creators

George Paulus Pereira Dias

Incubar ou acelerar? análise sobre o valor entregue para as startups pelas incubadoras e aceleradoras de negócios.

Tanto as incubadoras como as aceleradoras são organizações especializadas no suporte de empreendimentos em fases iniciais, em especial, aqueles intensivos em inovação conhecidos como startups. Apesar da grande disseminação dessas organizações, há poucas informações na literatura que evidenciem as suas diferenças e as contribuições na jornada do empreendedorismo inovador. Assim, o objetivo principal deste estudo é comparar a diferença entre as propostas de valor das aceleradoras e das incubadoras a partir da percepção das startups que tenham sido tanto incubadas como aceleradas. Entre os objetivos específicos temos: discutir possíveis relações entre as aceleradoras e as incubadoras de negócios; apresentar a evolução das incubadoras e os fatores que induziram o surgimento das aceleradoras, descrevendo os diferentes arquétipos e as implicações que essas organizações têm no ecossistema de empreendedorismo; apresentar o cenário nacional do fenômeno de aceleração e de incubação. O levantamento de dados contará com duas etapas: análise documental de fontes de dados secundárias e estudos de caso com uso de técnica de entrevista e questionário semiestruturado. A análise documental foi feita a partir de banco de dados de artigos científicos, dados oficiais de governos, fundações, revistas e páginas web especializadas e editais de chamamento das próprias organizações. A análise documental fornecerá o retrato de como as incubadoras e as aceleradoras se promovem no ecossistema como organizações importantes no apoio às startups. Em seguida, através de abordagem exploratória descritiva e qualitativa, foram realizadas entrevistas com roteiros semiestruturados com fundadores de startups que foram incubadas e aceleradas, para compreender o valor que cada um desses processos forneceu ao desenvolvimento dessas empresas. Concluiu-se que existe uma dissonância entre o valor percebido pelas startups e o que as incubadoras e as aceleradoras promovem. Também foi possível identificar que a busca por recursos pelas startups tende a não seguir um processo linear, capturando as melhores oportunidades que estejam disponíveis no momento. Por fim, esta pesquisa é um passo exploratório para trazer novas evidências do fenômeno das startups e dos diferentes instrumentos que as constroem. Sugerem-se encaminhamentos que possam preencher lacunas na literatura a respeito dos fenômenos citados, indicando a necessidade de estudos futuros que adensem o conhecimento desse fenômeno.

Ano

2017

Creators

Felipe Massami Maruyama

O papel da interação com usuários finais no upgrading em GVC digitais.

Este trabalho busca avançar o conhecimento sobre Global Value Chains (GVC) e inovação com usuários ao estudar a influência da colaboração dos usuários finais no upgrading de desenvolvedores em cadeias digitais. A pesquisa sugere que esforços de inovação entre uma empresa fornecedora em cadeias digitais e seus usuários finais levam a tipos preferenciais de upgrading, que variam em função de características específicas da indústria de jogos e da governança da cadeia na qual o desenvolvedor está inserido. Os referenciais teóricos das Cadeias Globais de Valor (GVC), inovação com usuários finais e método de regressão logística são utilizados para estabelecer as estruturas analíticas para este trabalho. Os resultados do trabalho são: (i) validação do modelo MOA+ID (Motivação, Oportunidade, Habilidade, e Infraestrutura Digital) para estudar a colaboração entre fornecedores e usuário final; (ii) identificação que o impacto da interação com usuários finais no upgrading de desenvolvedores em cadeias jogos digitais depende de características específicas de tal indústria, e (iii) identificação que o impacto da interação com usuários no upgrading de desenvolvedores em cadeias jogos digitais depende da governança da cadeia na qual o desenvolvedor está inserido. Desenvolvedores de jogos pertencentes a cadeias cujas governança são dos tipos Mercado e Relacional apresentam upgrading devido a colaboração com usuário final por que possuem liberdade e competências para se beneficiarem da relação com usuários final. Desenvolvedores de jogos pertencentes a cadeias cujas governança são dos tipos Modular e Cativa não apresentam upgrading devido à interação com usuário devido ao baixo nível de dependência do governante da cadeia.

Ano

2017

Creators

Evodio Kaltenecker Retto de Queiroz

Autogestão da produção, produção da autogestão: elementos da cooperação na Flaskô a partir de uma análise ergonômica do trabalho.

A presente dissertação teve como motivação geral aprofundar na compreensão do trabalho dentro da Flaskô, uma Empresa Recuperada pelos Trabalhadores (ERT), devido ao interesse nessas experiências de autogestão. A questão de fundo consiste em entender se seriam as ERT\'s capazes de possibilitar transformações substanciais no trabalho de maneira a apontar para novas relações sociais e de produção. Questão abrangente que permanecerá por muito tempo. A partir de um recorte um pouco mais específico, buscamos compreender como se configura a cooperação entre os trabalhadores em suas atividades de produção. Para isso utilizamos o referencial teórico da Ergonomia da Atividade. Foi feita uma pesquisa-ação na fábrica seguindo a metodologia Análise Ergonômica do Trabalho (AET), que permitiu que nos aproximássemos da atividade e da organização real do trabalho, podendo observar no processo de mudança e projeto de novas formas organizacionais os interstícios, contradições e lógicas do trabalho na fábrica. A partir das vivências que os trabalhadores deixaram emergir na AET bem como dos relatos, entrevistas e observações realizadas, analisamos a cooperação à luz dos conceitos da Psicodinâmica do Trabalho, tentando construir uma interpretação da deontologia do fazer na fábrica, ou seja, dos processos que permitem o reconhecimento intersubjetivo dos trabalhadores através da discussão, deliberação, criação de acordos, normas e regras que envolvem a capacidade de construir confiança, comunicar-se, coordenar as inteligências singulares através de arbitragem e da legitimação de certo tipo de autoridade fundada no saber e na utilidade, e não na dominação.

Ano

2019

Creators

Lucca Perez Pompeu

Análise comparativa dos modelos Drum-Buffer-Rope e Constant Work-In-Process em um ambiente com montagem e produção contra pedido.

Os modelos de programação e controle Constant Work-In-Process (CONWIP) e Drum-Buffer-Rope (DBR) são mecanismos bastante conhecidos na literatura de Planejamento e Controle da Produção, especialmente, pela robustez e bom desempenho. Esses modelos já foram comparados, sobretudo, em ambientes do tipo flow shop. Há muitos trabalhos que apontam o DBR como superior, outros que sugerem equivalência entre ambos e, em menor proporção, casos onde o CONWIP foi melhor. Contudo, estudos comparativos em ambientes mais complexos, como sistemas com montagem, ainda são escassos na literatura. Diante do exposto, a presente tese visa comparar o CONWIP e o DBR em um ambiente de montagem (assembly flow shop) contra pedido. Para tanto, foram desenvolvidos dois modelos de simulação por eventos discretos e um experimento hierárquico-cruzado, com os seguintes fatores: modelo de programação e controle, posição do gargalo, severidade do gargalo e limite de buffer. Os mecanismos foram avaliados quanto aos indicadores tempo médio de fluxo, lead time médio, utilização do gargalo, percentual de ordens atrasadas e atraso médio. Os resultados demonstraram que, para o ambiente em análise, os modelos se mostraram estatisticamente semelhantes, havendo diferenças significativas apenas para a variável tempo médio de fluxo, o que ratifica e estende conclusões de estudos anteriores. Há evidências de que o CONWIP realiza um controle mais efetivo do estoque em processo e não é significativamente afetado pelas diferentes posições do gargalo. Para o CONWIP, os melhores resultados foram identificados quando a restrição estava no início do sistema, enquanto que para o DBR os melhores resultados foram quando o gargalo estava na última estação da linha de fabricação (operação anterior a montagem).

Ano

2019

Creators

Fernanda Barreto de Almeida Rocha Mariz

Economia circular: uma análise das estruturas de governança.

Dado o cenário de degradação dos recursos naturais a partir da industrialização, houve o surgimento de um modelo alternativo à economia linear tradicional, a chamada Economia Circular. O conceito tem tido interesse crescente da Academia, sendo aplicado tanto pelo governo quanto pelas empresas. O trabalho investiga as práticas de circularidade aplicadas pelas empresas a partir do ciclo de vida do produto e os mecanismos de coordenação (ou governança) utilizados na adoção destas práticas. Para a parte empírica foram feitas entrevistas em profundidade com seis organizações de diferentes tamanhos e setores econômicos. Os resultados indicam que a colaboração é o mecanismo de coordenação predominante. Para algumas empresas entrevistadas mesmo atividades supostamente de alta centralidade e especificidade que, segundo a literatura, seriam internalizadas, são feitas por meio de colaboração. Observou-se a grande ênfase das atividades que promovem a maior articulação entre agentes econômicos em um cenário de Economia Circular. E essas articulações são feitas por meio de colaboração. Outro fator de destaque foram novas atividades de circularidade que surgiram do estudo empírico tais como a importância da conscientização do consumidor e divulgação de informações. Pode-se observar a importância que as empresas dão em fazer com que os consumidores entendam a importância das suas atividades no exercício de atribuir maior valor às suas ações.

Ano

2020

Creators

Mariana Rodrigues Bauli

Metodologia para estabelecimento de métricas para empresas de serviços.

Medir o desempenho de organizações é de suma importância para avaliar o desempenho das mesmas, melhor ainda se as medidas forem validadas e se tornem métricas de um sub-setor podendo nortear de forma confiável as decisões a serem tomadas em função destas. O objetivo geral desta tese consiste em propor uma metodologia que possibilite o estabelecimento de métricas para empresas prestadoras de serviços. Um dos objetivos específicos é efetuar a análise da aplicabilidade da metodologia proposta em um conjunto de empresas préselecionadas de um sub-setor de serviços; no caso, concessionárias de rodovias do Estado de São Paulo. Propõem-se uma metodologia que selecione desde o sub-setor de empresas, de forma a participarem do processo de coleta de dados até a obtenção das métricas que são os indicadores de desempenho validados. A TL 9000 do setor de telecomunicações ampara em muito os métodos de coleta de dados propostos. O trabalho apresenta vários indicadores de desempenho baseados nos sete critérios de desempenho propostos por Sink e Tuttle (1993) e avaliados sob os aspectos competitivos dados por Slack (1993), além de outros autores que consubstanciam a metodologias proposta. Destes indicadores obteve-se algumas métricas, as quais permitem conclusões sobre o desempenho das concessionárias de rodovias. Ressalta-se que as métricas propostas são de cunho quantitativo, mensurando a performance das empresas de serviços analisadas.

Ano

2007

Creators

Márcio Siqueira

Como enfrentar o \'Fenômeno China\' na produção de calçados: proposta de estratégia competitiva para a indústria calçadista brasileira.

A competição no mercado internacional com os produtores mundiais, pode ser uma fonte de excelentes oportunidades ou de perigosas armadilhas, como o desafio de difícil solução, representado pelos produtores mundiais de calçados com baixos custos de mão-de-obra, por exemplo, os chineses. A grande maioria dos produtores brasileiros de calçados está estabelecida em clusters, como na Europa os produtores italianos de calçados estão estabelecidos nos \"distretti\". Essas concentrações geográficas de fabricantes são normalmente formadas por empresas de pequeno e médio porte, todas enfrentando o mesmo problema, pois o custo da mão-de-obra é um dos principais custos relativos às atividades das empresas em geral, e principalmente das que operam com a produção baseada na utilização intensiva de mão-de-obra. E mesmo possuindo bom nível de qualidade em seus produtos, estão enfrentando sérias dificuldades financeiras e operacionais, e assim podem permanecer até o encerramento de suas atividades; como tem acontecido, a menos que possam encontrar uma solução organizacional; uma estratégia competitiva que permita concorrerem nas oportunidades dos mercados mundiais sem sofrer as constantes derrotas comerciais impostas pelos produtores chineses. O principal objetivo do presente trabalho, foi propor estratégia competitiva para a indústria calçadista brasileira, por meio da investigação dos principais fatores que estão influenciando a competitividade dos produtores brasileiros no mercado internacional de calçados, principalmente as estratégias adotadas no cluster de Franca. A pesquisa foi realizada em uma indústria de mão-de-obra intensiva, no cluster produtivo de calçados de Franca - SP, completada com informações de pesquisa realizada em tipo de cluster similar na Itália, o cluster calçadista de Verona. (Distretto Calzaturiero di Verona). A proposta final sugere as ações gerenciais e ferramentas para os melhoramentos estratégicos mais adequadas para possibilitar às empresas e outros participantes do cluster, aperfeiçoarem seu preparo para participar da competição de âmbito mundial com maiores chances de sucesso. Estas ações e ferramentas são a base para a proposta de estratégia competitiva, um assunto original na forma como é abordada, pois na literatura especializada não foi encontrado nenhuma tese específica sobre o assunto.

Ano

2007

Creators

Mario Luiz Bimbatti

Colaboração aberta nas empresas e o desempenho organizacional.

A colaboração aberta tem se apresentada cada vez mais como uma forma das organizações melhorarem sua competitividade e a sua capacidade de inovação. Depois de um pouco mais de dez anos desde que o conceito foi lançado é preciso começar a consolidá-lo em termos de quais aspectos devem ser observados ao implementar uma iniciativa de colaboração aberta e como mensurar estes resultados. Indo um pouco mais além, é preciso compreender a influência que o desempenho da colaboração aberta tem sobre o desempenho organizacional. No entanto, este tem sido um ponto que ainda gera muitas discussões. Não há ainda um consenso em como mensurar e o que deve ser mensurado para que os reais benefícios da colaboração aberta possam ser identificados. Dado o contexto acima, esta tese se propôs a investigar como as organizações buscam mensurar os impactos da prática da colaboração aberta e compreender se existe uma relação positiva entre o desempenho da colaboração e o desempenho organizacional. Adicionalmente, esta tese investigou a relevância dos fatores influenciadores do desempenho da colaboração aberta indicados na literatura. Como abordagem metodológica foi escolhida a abordagem mista entre a pesquisa qualitativa e a pesquisa quantitativa. A pesquisa qualitativa foi realizada por meio de um estudo de caso em quatro empresas de grande porte. Os resultados trouxeram importantes percepções quanto à importância da existência de uma orientação estratégica para a implementação de um projeto de colaboração aberta. Para a pesquisa quantitativa foi proposto um instrumento de pesquisa para avaliar a relevância do relacionamento entre o desempenho da colaboração aberta (DCOL) e o desempenho organizacional (DORG). Este instrumento também avaliou qual a relevância que os fatores influenciadores Tecnologia da Informação (TEC), Motivação para iniciar um projeto de colaboração aberta (MOT), o papel desempenhado pelos colaboradores (USU) e a tipologia adotada para operacionalizar a colaboração (TIP) têm sobre o desempenho da colaboração aberta. Para a análise dos dados foi aplicada a técnica da Modelagem de Equações Estruturais (MEE) com estimação pelo método Partial Least Squares (PLS), por meio do software SmartPLS 3.2.1. Os resultados indicaram uma relação significativa entre o DCOL e DORG.

Ano

2015

Creators

Kumiko Oshio Kissimoto

Processo para especificação de requisitos de software com foco de aplicação em trabalho cooperativo.

O trabalho dos usuários em sistemas de informação é uma atividade social que envolve grupos de pessoas que cooperam entre si para desempenhar as mais variadas funções. A natureza da cooperação, por si só é complexa e depende dos indivíduos envolvidos, do ambiente físico e da organização onde o trabalho se desenvolve. Os aspectos ligados ao trabalho cooperativo dos usuários não são considerados no enfoque tradicional da engenharia de software, uma vez que o usuário é visto de modo independente do meio ou grupo em que está inserido, com o modelo individual generalizado para o estudo do comportamento coletivo envolvendo todos os usuários. O objetivo deste trabalho é propor um processo de requisitos de software para tratar as questões envolvendo o trabalho cooperativo em sistemas de informação que apresentem coordenação distribuída nas ações dos usuários e a comunicação entre eles ocorre, preponderantemente, de modo indireto por meio dos dados inseridos no uso do software. Para tanto, a pesquisa faz uso de conceitos da ergonomia, da cognição e da engenharia de software. Utiliza-se a pesquisa-ação como metodologia de pesquisa em três ciclos, aplicada durante o desenvolvimento de um sistema de workflow corporativo em uma empresa de pesquisa tecnológica. No primeiro ciclo, o processo trata da definição dos requisitos do domínio do problema e das contribuições individuais dos usuários. No segundo ciclo, as contribuições do grupo (suas ações e inter-relações) são consideradas com as contribuições individuais pela simulação da solução proposta. No terceiro ciclo, o processo trata do refinamento dos requisitos do trabalho cooperativo, com o software em uso real no ambiente de trabalho. Os resultados obtidos no final do ciclo 2 e início do ciclo 3 durante a aplicação do processo em campo, mostraram a necessidade de melhoria do processo. Esta evolução é necessária, visto que a inclusão do sistema informatizado altera o ambiente de trabalho dos usuários, passando da interação face a face para a interação mediada pelo software. Os resultados obtidos evidenciaram que o maior grau de consciência dos usuários sobre como os inter-relacionamentos de suas atividades são realizados contribuem para um decréscimo em seus erros individuais, diminuindo o retrabalho de recodificação do software e acima de tudo o uso inadequado do sistema, evitando a propagação das consequências desses erros nos resultados finais do trabalho em grupo.

Ano

2009

Creators

Vagner Luiz Gava

Um modelo para financiamento de parques tecnológicos no Brasil: explorando o potencial dos fundos de investimento.

Os Parques Científicos e Tecnológicos (PCTs) são considerados instrumentos de política de apoio à inovação e transferência de tecnologia. Os parques procuram oferecer uma infra-estrutura física e organizacional favorável ao estabelecimento de empresas de base tecnológica que se beneficiam dos resultados das aglomerações dessas empresas. O objetivo deste trabalho é apresentar uma arquitetura de um modelo inovador para financiamento de Parques Científicos e Tecnológicos no Brasil. A proposição do novo modelo explora o potencial dos fundos de investimento como mecanismo de financiamento para os parques. A arquitetura do novo modelo apresentado neste trabalho utilizou uma estrutura norteada pelos moldes de um project finance associada ao uso do Fundo de Investimento em Participações (FIP), e o Fundo de Investimento Imobiliário (FII), como fontes de obtenção de recursos para o financiamento do empreendimento. A metodologia utilizada neste trabalho foi pesquisa-ação que contou com uma etapa de ensaio e avaliação do novo modelo.

Ano

2011

Creators

Luiz Antonio Gargione

Organização na produção por processos contínuos: prática, conceitos e métodos de projeto para fronteiras móveis interpenetrantes.

Nos processos contínuos observa-se uma forte participação da Engenharia e da Manutenção na operação dos sistemas de produção, ao mesmo tempo em que a Operação interage bastante com as atividades daquelas duas funções. Essas intervenções das funções, no que aparentemente seria do domínio organizacional das demais, acontecem em razão da complexidade tecnológica e logística desses sistemas de produção. Os estudos de casos realizados em refinaria de petróleo e em fábrica petroquímica de produtos para fertilizantes, que são casos típicos de processos contínuos, mostram que nas interfaces entre as funções Operação, Engenharia e Manutenção as fronteiras organizacionais não são fixas. Elas se movem e se interpenetram, conferindo dinâmica à estrutura organizacional para solucionar problemas, definir e implantar metas de produção. Entretanto, a teoria para projetos organizacionais, em particular a teoria sociotécnica moderna, prevê fronteiras fixas. Neste trabalho, tendo em vista as interfaces entre as funções que atuam de modo integrado na produção por processos contínuos, essa teoria é discutida, fazendo-se as considerações pertinentes às fronteiras móveis, fruto das informações exploradas através dos casos estudados. Então são feitas proposições de cunho conceitual-metodológico para que a teoria de projetos organizacionais possa tratar as fronteiras que se movem e se interpenetram. Os conceitos propostos abrangem co-execução de atividades e compartilhamento do controle de aspectos dos sistemas de produção pela Operação, Engenharia e Manutenção, além do estabelecimento de mecanismos de coordenação para fronteiras móveis e interpenetrantes. Complementarmente, são apresentadas regras para projeto organizacional coerentes com os conceitos propostos. Obtém-se, assim, uma teoria de projetos adequada à organização de sistemas de produção por processos contínuos, que pode ser aplicada nos sistemas de produção onde, devido à complexidade técnica, a Engenharia e a Manutenção se fazem bem presentes na operação da produção e as interfaces entre Operação, Engenharia e Manutenção têm fronteiras organizacionais móveis e interpenetrantes.

Ano

2008

Creators

Marcelo Crescenti Aulicino

O alinhamento estratégico entre a área de TI e a área de Shopper Marketing de empresas de bens de consumo.

O mercado consumidor enseja acirrada competição entre as empresas de bens de consumo nos dias atuais. O grande número de fabricantes inserido no mercado, somado ao grande número de marcas, categorias e subcategorias de produtos faz com que cresça a necessidade da área de Trade Marketing em desenvolver estratégias cada vez mais focadas e específicas para cada canal de distribuição (lojas/varejo). Dessa forma, surge a área de Shopper Marketing com o intuito de proporcionar entendimento do comprador (shopper) de cada canal, compreendendo e desenvolvendo estratégias, por intermédio das pesquisas de shopper, associadas à experiência de compra. Nesse sentido, são considerados os aspectos emocionais relacionados ao momento da compra, e à Jornada de Compra (Path to Purchase) desse shopper. A criação de Conhecimento Organizacional e as inovações provenientes da Tecnologia da Informação são posicionadas como pilares importantes para a difusão do conhecimento desenvolvido na área de Shopper Marketing para toda a organização, potencializado pelo devido alinhamento estratégico entre as áreas e a alta gestão das empresas. Assim, o presente trabalho tem como objetivo compreender como as áreas de Shopper Marketing das organizações estão alinhadas estrategicamente com a área de TI e alta gestão do negócio para a criação de conhecimento organizacional estratégico.

Ano

2019

Creators

Felipe Canella Barros Pignanelli

O desafio da integração da sustentabilidade no sistema de mensuração de desempenho corporativo: contribuições de um estudo bibliométrico e estudos de casos.

O termo sustentabilidade corporativa refere-se à capacidade de uma organização de sobreviver no longo prazo, mantendo-se (minimamente) lucrativa para que possa exercer suas atividades com cada vez menos impactos negativos ambientais e mais benefícios sociais. Considerando a lógica de que a empresa é aquilo que ela é capaz de mensurar, organizações sustentáveis demandam sistemas gerenciais de mensuração de desempenho que estejam alinhadas ao desenvolvimento sustentável. Assim, o presente estudo se propõe a discutir a seguinte pergunta de pesquisa: Como é inserida a sustentabilidade nos sistemas de mensuração de desempenho corporativos? Para isso, são propostos dois objetivos de pesquisa: (i) levantar os sistemas de mensuração de desempenho de sustentabilidade e explorar seus principais desafios; e (ii) explorar a importância relativa dada pelas empresas em relação aos indicadores de sustentabilidade. Para isso, a pesquisa conta com uma revisão sistemática da literatura e estudos de casos multissetoriais (um piloto e quatro exploratórios). A pesquisa traz evidências de que a temática de indicadores de sustentabilidade é ainda incipiente e pouco estruturada, com potencial de melhorar o aproveitamento da literatura já consolidada de sistemas de mensuração de desempenho. O estudo bibliométrico conta com (i) estatística descritiva, (ii) análise de redes de relacionamento (co-citação e palavras-chave) e (iii) análise de conteúdo a partir de uma amostra de artigos extraídos da base de dados ISI Web of Knowledge (Web of Science). Verifica-se que a literatura de indicadores de sustentabilidade aborda temáticas diversas, tais como vantagem competitiva, gestão de stakeholders e avaliação do ciclo de vida. Já os estudos de casos baseados em entrevistas semi-estruturadas permitiram o levantamento dos seguintes sistemas de mensuração de desempenho com incorporação de indicadores de sustentabilidade: sistema de avaliação de desempenho das áreas, sistema de avaliação de desempenho individual, indicadores para elaboração de relatórios internos e externos e sistema de avaliação inicial de projetos. Além disso, foram identificados fatores que interferem na prioridade dos indicadores de sustentabilidade: estratégia corporativa, pré-requisito; maturidade da questão e urgência. Dentre os desafios apontados pelas empresas, encontram-se a definição de indicadores para avaliar os benefícios sociais decorrentes das atividades da organização, a quantificação monetária de retorno de iniciativas ambientais e sociais e o engajamento dos colaboradores na sustentabilidade corporativa, independente da natureza das suas atividades. A pesquisa mostra que há benefícios na incorporação da sustentabilidade no sistema de mensuração de desempenho corporativo e que isso ainda tem potencial para ser abordado de forma mais sistemática, sem depender exclusivamente da iniciativa de determinados líderes. O papel desses atores para implantação de práticas sustentáveis na organização é fundamental e necessário, mas não suficiente, já que a sustentabilidade corporativa depende do engajamento de diversos stakeholders (internos e externos à organização), que podem ser influenciados pela cultura e pelos processos de negócios alinhados à lógica do desenvolvimento sustentável.

Ano

2014

Creators

Sandra Naomi Morioka