RCAAP Repository

Diagnóstico da raiva e das encefalites equinas do Leste e Oeste em equídeos pelo emprego da técnica de multiplex hemi-nested RT-PCR

Várias zoonoses virais acometem equídeos causando quadros neurológicos, entre as quais a raiva e as encefalites equinas do Leste (EEE) e Oeste (WEE). O diagnóstico clínico geralmente não é conclusivo, o que torna imprescindível o diagnóstico laboratorial. Dados do Laboratório de Diagnóstico de Raiva do Instituto Pasteur de São Paulo, entre os anos 2000 e 2010, mostram que aproximadamente 75% das amostras enviadas foram negativas para raiva, ressaltando a relevância da realização de um diagnóstico diferencial para as encefalites equinas causadas por alfavírus. Os objetivos do estudo foram testar a adequação do uso de multiplex hemi-nested RT-PCR para o diagnóstico de raiva, EEE e WEE em amostras de sistema nervoso central de equídeos e realizar uma análise de custo das reações de cada técnica. Foram utilizados os primers 21G, 304 e 504 dirigidos ao gene N do vírus da raiva, e os primers cM3W, M2W, nEEE e nWEE dirigidos ao gene NSP1 dos vírus da EEE e WEE. Procedeu-se a um estudo preliminar dos primers e de seu uso em uma hemi-nested RT-PCR, avaliando a temperatura ótima de anelamento, a sensibilidade e especificidade analíticas e a reprodutibilidade da técnica em amostras de campo positivas para raiva e para EEE. A partir do protocolo estabelecido na reação de hemi-nested RT-PCR, realizaram-se variações de concentração de reagentes no protocolo para a reação de multiplex hemi-nested RT-PCR. Após o estabelecimento do protocolo para esta reação, os mesmos testes para verificação da sensibilidade e especificidade analíticas e da reprodutibilidade foram realizados, comparando-se os resultados com os obtidos pela hemi-nested RT-PCR. No teste de limiar de detecção, a sensibilidade analítica foi semelhante para as duas técnicas, obtendo-se 10&#45;1,7 para os três vírus padrão CVS, EEEV e WEEV. No teste de limiar de detecção utilizando uma amostra com os três vírus verificou-se uma alta especificidade dos primers, sendo que na reação de multiplex hemi-nested RT-PCR foi possível detectar simultaneamente os três vírus padrão. Não houve diferença nas proporções de amostras detectadas como positivas para raiva obtidas pelas duas técnicas, analisando-se pelo teste exato de Fisher (P=1,0000). No entando, para amostras de campo positivas para EEE, a proporção de amostras detectadas como positivas pela hemi-nested RT-PCR foi maior do que a proporção obtida pela multiplex hemi-nested RT-PCR (P<0,0001). Apesar de não ter sido possível o uso de amostras de campo positivas para WEE nesse estudo, os resultados sugerem que seria possível a detecção pela multiplex hemi-nested RT-PCR. Estes dados sugerem que a técnica de multiplex hemi-nested RT-PCR poderia ser aplicada para detecção de raiva e WEE, mas com limitações para a detecção de EEE. Pela análise de custo dos reagentes, o valor de uma reação de multiplex hemi-nested RT-PCR é semelhante ao de uma hemi-nested RT-PCR, podendo representar uma economia de pelo menos 49,17%.

Year

2011

Creators

Keila Iamamoto

Estudo da campanha de vacinação contra a raiva em cães e gatos em área do Município de São Paulo, SP

Este estudo teve como objetivo avaliar a campanha de vacinação da Prefeitura de São Paulo na área da SUVIS Lapa/Pinheiros, em 2012. Obteve-se o perfil dos animais e proprietários atendidos e analisou-se a distribuição espacial e áreas de influência dos postos de vacinação, baseando-se na distância euclidiana percorrida pelos proprietários. Realizou-se amostragem não probabilística dos proprietários através da aplicação de um questionário. Os endereços dos animais e postos de vacinação foram plotados em mapas georreferenciados. As distâncias percorridas pelos proprietários foram significantemente maiores ao posto fixo (média de 2.911 metros [2.479-3.343]) do que aos postos volantes (média de 712 metros [657-767]). O meio de transporte mais utilizado até o posto fixo foi o automóvel (76% [69,9-82,1%]), enquanto que, nos postos volantes, a maioria dos proprietários levou seus animais a pé (76% [74,2-77,8%]). Em apenas 19% dos postos de vacinação todos os proprietários residiam no território da SUVIS Lapa/Pinheiros, sendo comum a vacinação de animais provenientes de outras regiões. A idade média dos cães foi de 5,8 anos [5,7-6,0] e 51% eram machos. Quanto à participação, 17% dos proprietários afirmaram ser a primeira vacinação de seus cães na campanha. A idade média dos gatos foi de 4,1 anos [3,9-4,4] e 57% eram fêmeas. Quanto à participação, 35% dos proprietários afirmaram ser a primeira vacinação de seus gatos na campanha. A idade média dos proprietários de cães foi de 40,38 anos, sendo 54% mulheres. Quanto ao transporte, 73% [71,6-74,9%] dos proprietários levaram os cães a pé, e 26% [24,7-28%] utilizaram automóvel. A idade média dos proprietários de gatos foi de 39,85 anos, sendo 62% mulheres. Quanto ao transporte, 63% [58,9-66,5%] dos proprietários levaram os gatos a pé, e 35% [31,4-38,9%] utilizaram automóvel. O número de animais vacinados na SUVIS Lapa/Pinheiros em 2012 foi o menor das últimas quatro campanhas, havendo decréscimo de 34,1% no número total de vacinados em relação a 2009, com diminuição de 35,8% para cães e 25,6% para gatos. Torna-se necessário aprimorar e adequar a estratégia de vacinação, principalmente em função das diferenças socioeconômicas desta área.

Year

2013

Creators

Gisele Melo Alves Moretti

Pesquisa de Salmonella spp. em queijos Minas meia-cura obtidos em feiras livres da cidade de São Paulo

O queijo tipo Minas, quando curado, desenvolve características específicas que têm grande aceitação no mercado nacional. Isto, associado ao fato de ser um queijo de fácil fabricação e que tem bom valor agregado, estimula a produção informal, com o uso do leite cru e com tempo de cura de 10 a 12 dias; o que não atende o tempo mínimo que a legislação exige para que se use o leite cru. Este projeto se propôs a pesquisar a presença de Salmonella spp. em 161 amostras de queijo Minas meia-cura comercializado informalmente na cidade de São Paulo; em 32 amostras foram pesquisados a Aw, umidade e pH. Todas as amostras foram negativas para Salmonella spp. em 25g e os valores médios de umidade, Aw e pH foram, respectivamente, de 29,92, 0,94 e 5,1. Conclui-se que o risco de se contrair salmonelose pelo consumo desse produto é menor do que era esperado, embora não tenha sido pesquisada a presença de células viáveis mas não cultiváveis. No entanto, deve-se ter em mente que a ausência de controle da cadeia produtiva desse queijo é um fator de risco para outros perigos, seja de natureza microbiológica, química, física e de fraudes.

Year

2010

Creators

Felipe Roberto Vita Pedrosa

Ocorrência e caracterização molecular de vírus associados às enteropatias em suínos no Estado de São Paulo

Os rotavírus e coronavírus são importantes agentes virais associados às enteropatias em suínos, tendo implicações em Saúde Animal, Saúde Pública e no Agronegócio. Apesar disso, são escassos os trabalhos em nosso meio que visaram detectá-los e caracterizá-los com maior amplitude, especialmente os coronavírus. Nesse sentido, determinou-se a ocorrência das amostras circulantes destes vírus a partir de materiais clínicos oriundos de diversas granjas produtoras de suínos de 12 diferentes municípios do Estado de São Paulo, mediante o emprego de três reações, previamente descritas, em paralelo: uma multiplex nested RT-PCR para detecção simultânea de dois coronavírus suínos que podem ser encontrados nas fezes desses animais, o Vírus da Gastroenterite Transmissível (TGEV) e o Vírus da Diarreia Epidêmica dos Suínos (PEDV), e rotavírus do grupo A; uma nested RT-PCR para investigar a existência de algum pancoronavírus nos animais pesquisados; e uma RT-PCR para verificar a ocorrência do TGEV e do Coronavírus Respiratório Suíno (PRCoV), o qual também pode ser observado em materiais fecais de porcos. Para a primeira reação, foram utilizados dois pares de primers dirigidos ao gene S do TGEV (951pb e 793pb), dois ao gene M de PEDV (425pb e 291pb), e dois ao gene NSP5 do rotavírus (317pb e 208pb); para a segunda, foram empregados quatro primers direcionados ao gene RdRp dos coronavírus (251pb e 136pb); e para a terceira, foi usado um par de primers tendo como alvo o gene S (886pb para TGEV e 205 a 214pb para PRCoV). Os dados obtidos demonstraram que há uma elevada frequência de ocorrência de rotavírus nas criações comerciais, acometendo 40,37% do total de amostras testadas (88/218) e 91,6% dos municípios amostrados (11/12 municípios). Os coronavírus não foram detectados nas criações. Os fragmentos de rotavírus amplificados provenientes da multiplex nested RT-PCR foram purificados e caracterizados através da determinação das sequências de nucleotídeos, referentes aos genes VP4 e VP7. Foi possível o sequenciamento nucleotídico total do gene VP7 de uma amostra, e o sequenciamento parcial de 34 (aproximadamente 24,74% a 35,57% da região codificadora) e 23 (aproximadamente 63,19% a 98,77% da região codificadora) amostras para o gene VP4 e VP7, respectivamente. Quanto aos genotipos, foram detectados o G3, G5 e G9 em combinação com P[6], P[13] (e/ou P[22]) e P[23]. Formulações vacinais disponíveis comercialmente contemplam apenas os genotipos G4 e G5 dos rotavírus, o que demonstra uma desvantagem em termos de proteção de animais suscetíveis, visto que somente um deles (G5) foi encontrado nos animais analisados no presente estudo. O conhecimento deste víru permite estudos quanto à transmissão zoonótica e interespécies deste micro-organismo e o fortalecimento do controle e de medidas profiláticas direcionadas ao agente.

Year

2013

Creators

Paloma de Oliveira Tonietti

Orthopoxvirus bovino: inquérito soroepidemiológico e caracterização de amostras pela técnica de PCR e RFLP

No Brasil, casos de doença exantemática em bovinos e humanos têm sido relatados em diversas regiões, cujo agente causal é o virus vaccinia pertencente ao gênero Orthopoxirus da família Poxviridae. Classicamente, a varíola bovina é causada pelo Cowpoxvirus, entretanto, outros Poxvirus, como o vírus vaccinia podem desenvolver sintomatologia clínica semelhante. Além de comprometer a cadeia produtiva de leite, uma vez que dificulta a ordenha, predispõe a mastite e descarte do produto, é uma zoonose e atualmente está incluída no diagnóstico de doença vesicular. A origem desses casos bem como a epidemiologia da doença ainda é pouco conhecida. Assim, objetivou-se no presente estudo 1) Avaliar a soroprevalência de Orthopoxirus em rebanhos bovinos do circuito sete do Estado de São Paulo que compreendem as regiões do Vale do Paraíba e Mogi das Cruzes e associar os possíveis fatores de risco envolvidos na transmissão da doença; 2) Detectar e caracterizar a presença de Orthopoxirus em amostras suspeitas de doença vesicular, no período de 2007 a 2009, provenientes de diversas regiões do Brasil utilizando técnicas convencionais e moleculares: microscopia eletrônica, isolamento viral, PCR e RFLP; 3) Sequenciamento e análise filogenética das amostras positivas para o vírus vaccinia. Para o inquérito soroepidemiológico foram analisadas 76 propriedades pertencentes ao circuito 7 que compreendem as regiões do Vale do Paraíba e Mogi das Cruzes, estado de São Paulo, selecionadas aleatoriamente, totalizando 619 animais, estratificados em fêmeas acima de dois anos. A soroprevalência de Orthopoxirus no Vale do Paraíba foi de 32,3% (200/619) pela virusneutralização. Associação positiva foi encontrada para presença de animais silvestres. No diagnóstico virológico foram analisadas 227 amostras de epitélio, negativas para outras doenças vesiculares. Encontrou-se frequencia de 63,4% (144/227) positivas para o Orthopoxirus em praticamente todas as regiões do país. A análise por RFLP revelou perfil de padrão para o vírus vaccinia. O sequenciamento dos isolados confirmou que o vírus vaccinia é a estirpe circulante e está agrupado no grupo I de isolados de vaccinia brasileiros.

Year

2013

Creators

Liria Hiromi Okuda

Estudo de campo para avaliação da efetividade de vacinação e de uso de coleiras impregnadas com inseticidas para o controle da leishmaniose visceral canina

As leishmanioses e particularmente a leishmaniose visceral (LV) são doenças transmitidas por vetores artrópodes candidatas a experimentar uma grande expansão territorial em virtude de problemas relacionados ao aquecimento global. Este evento climático deverá causar grande impacto sobre a distribuição geográfica do artrópode transmissor no Brasil e no mundo. Com efeito, nos últimos 20 anos a situação epidemiológica da LV no Brasil vem se modificando de um padrão esporádico prevalente eminentemente em áreas rurais para uma condição de epidemias peri-urbanas que pode afetar todos os estratos sociais da população, tornando-se uma séria ameaça à saúde pública. As leishmanioses são consideradas até o momento doenças não preveníveis e seu padrão epidemiológico vêm se alterando de forma flagrante, o que demanda urgência para o desenvolvimento de novas ferramentas de controle e tratamento. Dentre as diversas questões levantadas sobre as demandas em pesquisa relacionadas ao controle desta enfermidade, destaca-se a importância de avanços em estudos de epidemiologia quantitativa e modelagem matemática que permitam prever efeitos de vacinações de populações empregando-se imunógenos com eficácia e/ou cobertura vacinal menor que 100%, o que parece ser uma realidade com as vacinas contra leishmanioses desenvolvidas até então pelos laboratórios no mundo todo. O sucesso de estratégias eficazes para o controle da LV depende do conhecimento de diversos parâmetros da dinâmica de infecção nas diferentes populações e espécies que atuam na cadeia epidemiológica da doença. Esse estudo teve objetivo de avaliar a efetividade de vacinas contra leishmaniose em cães bem como da utilização de coleira impregnada com inseticida através de um estudo de coorte realizado em uma região de transmissão moderada de leishmaniose visceral canina. Foram construídas seis coortes compostas por animais não reagentes ao teste rápido TR-DPP&reg; e ao teste EIE-ELISA&reg;. Todos os animais apresentaram estado clínico normal, conforme avaliação semiológica. As coortes compreendem grupos de animais sem qualquer medida de controle (grupo N), grupos de animais com aplicação de coleira (grupo C), grupos de animais vacinados com vacina de subunidade (grupo V1) e grupos de animais vacinados com vacina recombinante (grupo V2) e grupos de animais vacinados e com coleira (grupos V1C e V2C). Foram colhidas amostras de todas as coortes em três tempos com intervalo de seis meses cada, para sorodiagnóstico. A efetividade encontrada ao final de 12 meses de observação para os grupos C, V1, V2, V1C e V2C foram 38,2%, 58,1%, 35%, 68,6% e -36,5% respectivamente com base nos cálculos estatísticos feitos por regressão de Cox para riscos proporcionais. Todas as coortes, mesmo tendo desempenhando alguma efetividade exceto V2C, os resultados dos intervalos de confiança do risco relativo não foram significativos quando comparados ao grupo controle (N).

Year

2015

Creators

Estela Gallucci Lopes

Carrapatos e Riquétsias associados a pequenos mamíferos em áreas endêmicas e não endêmicas para Febre Maculosa Brasileira

A Febre Maculosa Brasileira (FMB) é a enfermidade transmitida por carrapatos de maior importância médica da América Latina. Capivaras são hospedeiros primários para o carrapato vetor Amblyomma sculptum, e amplificadoras da bactéria Rickettsia rickettsii, causadora da FMB. Entretanto, o ciclo epidemiológico da doença pode envolver outros componentes. Nesse sentido, pequenos mamíferos podem atuar como hospedeiros alternativos para carrapatos e para a manutenção do agente. O objetivo do presente estudo foi comparar ixodofauna e riquétsias associadas a pequenos mamíferos de áreas endêmicas e não endêmicas para FMB. Para isso pequenos mamíferos foram capturados (2015-2018) em três áreas endêmicas (E) e três áreas não endêmicas (NE) com alto grau de antropização no estado de São Paulo, e em duas áreas não endêmicas com baixo grau de antropização (BIO), uma no estado do Mato Grosso e outra no estado do Mato Grosso do Sul. Todos os carrapatos em parasitismo nos pequenos mamíferos capturados foram coletados. Soro sanguíneo foi testado para anticorpos anti-riquétsias por Reação de Imunofluorescência Indireta; carrapatos e tecidos dos pequenos mamíferos tiveram DNA extraído e testado na PCR para Rickettsia. Foi realizada uma análise comparativa de fatores ambientais que pudessem alterar a população de carrapatos e pequenos mamíferos do local entre as áreas E e NE. Foram capturados 629 animais de 27 espécies diferentes. A prevalência de parasitismo nesses animais foi de 45,4% nas E, 39% nas NE e 22% nas BIO. Nas E foram coletados 2795 carrapatos (A. sculptum, Amblyomma dubitatum, Amblyomma ovale e Ixodes loricatus); nas NE 1283 (Ixodes schulzei, I. loricatus, A. ovale, A. sculptum e A. dubitatum) e nas BIO 342 (A.sculptum, Amblyomma parvum, A. ovale, Ornithodoros mimon e I. loricatus). A. sculptum correspondeu a 81% dos carrapatos nas E, 10,7% nas NE e 43,8% nas BIO, ocorrendo majoritariamente no marsupial Didelphis sp. nas E e NE. Foram soropositivos 33,3% dos roedores e 19,2% dos marsupiais nas E, 15,7% e 10,3% nas NE e 12,6% e 11,2% nas BIO respectivamente. Nas E a taxa de infecção dos carrapatos testados pela PCR foi de 13,8%, nas NE 24,1% e nas BIO 48,6%. Nenhuma amostra de tecido foi positiva. As áreas NE apresentaram diferenças significativas na variável complexidade de sub-bosque, sendo mais complexo nessas áreas. A composição na comunidade de hospedeiros e carrapatos diferiu entre as três áreas estudadas. Evidencia-se maior circulação de riquétsias e maior número de A. sculptum nas E, apesar da similaridade na abundância do principal pequeno mamífero associado a ambos, Didelphis sp., entre as E e NE.

Year

2019

Creators

Maria Carolina de Azevedo Serpa

Estabelecimento e desenvolvimento do Lagochilascaris major (LEIPER, 1910) em camundongos e felinos infectados experimentalmente

Estudou-se a infecção experimental, com L. major, em camundongos e felinos domésticos e a ocorrência desses parasitos em felinos selvagens, mantidos em cativeiro, em Parques e/ou Zoológicos de algumas cidades do Estado de São Paulo. Durante o estudo do desenvolvimento embrionário de L. major foram observadas duas mudas dentro do ovo, sendo a primeira em torno do dia 15º de incubação e a 2a aos 20 dias de incubação. Ovos larvados, com larvas de 3º estagio inicial foram utilizados para a infecção em camundongos. Observou-se a migração, estabelecimento e desenvolvimento das larvas até a formação de cistos parasitários com larva de terceiro estágio final, aos 30 dias e 6 meses de infecção. A infecção dos felinos com cistos parasitários, obtidos de camundongos, permitiu a maturação e reprodução dos nematóides adultos nas fossas das tonsilas palatinas, assim como a determinação do período prépatente da infecção de cerca de 15 dias. Alterações hematológicas, histopatológicas, dosagens de proteínas plasmáticas foram acompanhadas durante as infecções experimentais dos camundongos e felinos. A pesquisa da infecção em felinos selvagens mantidos em Parques e/ou Zoológicos de algumas cidades do Estado de São Paulo, verificada através de exames parasitológicos de fezes e de aplicação de questionário , não detectou a lagochilascaríase.

Epidemiologia molecular em um surto de disenteria de inverno em bovinos leiteiros adultos no Estado de São Paulo e descrição de genótipos para o Coronavírus bovino (BCoV)

O coronavírus bovino (BCoV) é classificado no Grupo 2 do gênero Coronavirus da ordem Nidovirales, família Coronaviridae, causando disenteria (disenteria de inverno) em bovinos adultos, diarréia em bezerros neonatos e processos respiratórios em bovinos adultos e jovens. No presente estudo, 21 amostras fecais de vacas leiteiras colhidas durante um surto de disenteria em uma propriedade de Paranapanema no Estado de São Paulo positivas para BCoV foram submetidas a reações de PCR para amplificação parcial dos genes codificadores das proteínas S (448pb) e HE (441pb) do BCoV. Destas amostras, 14 foram positivas para cada PCR (não simultaneamente), sendo os fragmentos amplificados submetidos a seqüenciamento de DNA para reconstrução genealógica por máxima parcimônia através de algoritmo heurístico em conjunto com seqüências homólogas recuperadas do GenBank. Considerando-se o gene S, a identidade de nucleotídeos entre as 14 amostras aqui estudadas foi de 100%, tendo as mesmas segregado em um grupo exclusivo; além disso, demais amostras brasileiras incluídas no estudo segregam em outros dois grupos. Em relação ao gene HE, as 14 amostras estudadas apresentaram identidade de nucleotídeos de 100%, mas a árvore genealógica apresentou topologia pouco resolvida, tendo estas amostras, segregado em grupo politômico com as seqüências homólogas incluídas. Comparações entre os diversos grupos nas árvores do gene S em termos de aminoácidos revelaram marcadores grupo-específicos, com substituições exclusivas para as amostras de BCoV aqui estudadas. Com base nestes resultados, conclui-se que, durante o transcorrer do surto de disenteria de inverno, uma única linhagem de BCoV estava presente, baseado no seqüenciamento parcial dos genes S e HE e que há pelo menos três genótipos de BCoV presentes no Brasil em relação ao gene S e ao menos um em relação ao gene HE, considerando-se as regiões gênicas e as seqüências incluídas no presente estudo.

Year

2009

Creators

Sibele Pinheiro de Souza

Inativação do Mycobacterium bovis (espoligotipo BR024) em creme de leite submetido à alguns parâmetros comerciais de pasteurização

A resistência térmica dos microrganismos sofre influência, entre outros fatores, das características do agente e das características do substrato, como o teor de gordura. Um dos objetivos da pasteurização do creme é a eliminação dos patógenos eventualmente presentes no leite. Entretanto, não há padrão de tempo e temperatura de pasteurização para este produto na legislação. O Mycobacterium bovis é considerado o patógeno não formador de esporo de maior resistência térmica que pode normalmente ser transmitido pelo leite. Assim, este trabalho se propõe a avaliar a inativação de Mycobacterium bovis (espoligotipo BR024) em creme de leite fresco submetido a alguns parâmetros comerciais de pasteurização. Creme de leite foi contaminado e pasteurizado em Banho-Maria a 75°C, 80°C, 85°C e 90°C, por 5 e 15 segundos. O agente foi quantificado por semeadura em duplicata das diversas diluições em meio Stonebrink, após incubação a 36°C/45 dias. A redução na população variou de 3,9 log UFC/mL até a 6,8 log UFC/mL o que mostra que, nas condições do estudo, todos os binômios estudados mostraram-se capazes de reduzir a carga contaminante para níveis tão baixos ou menores que 0,1 log UFC/mL, considerando a máxima contaminação inicial natural do leite por M. bovis (4 log UFC/mL), segundo Ball (1943)

Year

2010

Creators

Lívia de Andrade Rodrigues

Frequência de anticorpos anti-Neospora caninum, anti-Brucella abortus e anti-Lesptospira spp. em bovinos do Estado do Pará: estudo de possíveis variáveis para ocorrência de infecção

Para relacionar possíveis variáveis para infecção pelos agentes N. caninum, B. abortus e Leptospira spp em rebanhos bovinos do Estado do Pará utilizando a frequência de anticorpos foram colhidas amostras de sangue de 3466 vacas provenientes de 176 propriedades, nas quais um questionário foi aplicado. A prova de RIFI foi utilizada para pesquisa de anticorpos anti-N.caninum; a prova de triagem do AAT seguida pela SAL e 2-ME como confirmatórias para pesquisa de anticorpos anti-B. abortus; e o método de SAM para pesquisar anticorpos contra Leptospira spp., utilizando uma bateria de 22 antígenos. As análises estatísticas foram realizadas pelas provas do Qui-quadrado (X2) e Mann-Whitney, com intervalo de confiança de 95%. A ocorrência de anticorpos anti-N. caninum, B. abortus e Leptospira spp. em bovinos foi de 14,7%, 3,7% e 65,5% em 87,4%, 41,3% e 98,8% das propriedades analisadas, respectivamente. O sorovar Hardjo foi o mais freqüente, seguido por Wolffi, Grippotyphosa e Hebdomadis, e o mais provável causador da infecção nos animais, seguido de Grippotyphosa, a associação Hardjo+Wolffi e a sorovariedade Wolffi. A presença de abortamentos foi associada à ocorrência de N.caninum (p<0,05), assim como a realização de inseminação artificial e o destino inadequado dos produtos de abortamento foram associados à ocorrência de anticorpos anti-B. abortus e a presença de cães, destino inadequado de vacas que abortaram e a inseminação artificial foram variáveis associadas à ocorrência das sorovariedades Hardjo, Grippotyphosa e Hebdomadis. Demonstrou-se a necessidade de um controle sanitário efetivo para neosporose e leptospirose e de mais estudos para determinar a causa da alta ocorrência do sorovar Grippotyphosa, que pode estar relacionada com a degradação ambiental

Year

2010

Creators

Daniela Pontes Chiebao

Identificação da espécie animal em amostras de carne através da reação em cadeia pela polimerase: o método de controle de fraudes em alimentos

O presente estudo teve por objetivos padronizar a reação em cadeia pela polimerase (PCR) para a identificação da espécie bovina, suína e canina em amostras de carne utilizando diferentes concentrações (0% 0,001%, 0,01%, 0,1%, 1%, 10%, 25%, 50%, 75%, 100%); analisar as amostras provenientes de vistorias realizadas pela Coordenação de Vigilância à Saúde (COVISA) do Município de São Paulo e, aferir os custos do método para oferecer como atividade de extensão, as análises laboratoriais. Na padronização o limite mínimo de detecção foi de 0,1% para material bovino, 0,01% para suíno e 10% para cão. É necessário aprimorar a técnica na identificação de cães e testar outros primers, além de padronizar outras espécies. Cinquenta e três amostras foram encaminhadas pela COVISA, sendo analisadas e obtendo os seguintes resultados: 60% bovina, 19% suína, 13% espécie não foi identificada (falta do primer específico) e em 8% ocorreu algum tipo de contaminação da amostra, provavelmente no estabelecimento vistoriado (contaminação cruzada). O custo final da reação para três espécies foi de R$ 100,47 sendo R$ 55,27 (55,01%) correspondente aos reagentes e R$ 45,20 (44,99%) referente a mão de obra. O tempo médio para obtenção dos resultados foi de 9h0323, estimado sem qualquer contaminação ou repetição de etapa

Year

2010

Creators

Fernanda de Melo Lima Brugnano

Estudo epidemiológico de doenças infecciosas em anatídeos da Fundação Parque Zoológico de São Paulo

Anseriformes mantidos em lagos de zôos e parques estão sob constante risco de exposição às doenças presentes nas populações de aves migratórias, que dividem com eles o mesmo local durante um determinado período todos os anos. São doenças que podem ter implicações para as aves cativas, para a população humana que tem contato com essas aves e para os plantéis de produção. Assim, ações de vigilância, com o objetivo de detectar rapidamente determinadas doenças, representam alternativas interessantes para se fazer gestão de risco. O objetivo do presente estudo foi pesquisar a presença de agentes etiológicos selecionados na população de Cisnes Negros (Cygnus atratus), mantida nos lagos da FPZSP, visto que essa população tem contato com as seguintes aves migrantes que visitam a FPZSP todos os anos: irerês (Dendrocygna viduata), marreca caneleira (Dendrocygna bicolor) e marreca asa de seda (Amazoneta brasiliensis). Assim, foram colhidos suabes de traquéia e cloaca de uma amostra capaz de detectar doença com prevalência estimada em 1% para um nível de confiança de 95%. Além disso, foi realizado um estudo retrospectivo (2001 a 2006) das principais causas de morte nessa população. As principais causas de mortalidade registradas em 184 registros analisados foram: desvio de tendão extensor tarso-metatarsiano (37, 20,1%), desnutrição (20, 10,9%), problemas hepáticos (17, 9,2%), traumas (15, 8,2%), problemas respiratórios (8, 4,3%), septicemias (6, 3,3%), intoxicações (5, 2,7%) e problemas gastrointestinais (3, 1,6%). Um terço das carcaças (62, 33,7%) foi encontrado em estado de putrefação. A taxa de mortalidade foi decrescente de 2001 a 2006 e apresentou sazonalidade, sendo maior entre os meses de novembro a maio. No momento das coletas, não houve nenhuma evidência clínica ou laboratorial da presença dos seguintes agentes: Pasteurella multocida., Salmonella sp., Chlamydophila psittaci, Orthomixovírus (Influenza Aviária), Paramixovirus (Doença de Newcastle) e Coronavirus (Bronquite Infecciosa).

Year

2008

Creators

Sandra Helena Ramiro Corrêa

Caracterização biológica, genética e sorológica de uma amostra de vírus da raiva isolada de eqüino de uma região próxima de São Paulo, Sudeste do Brasil

O comportamento biológico de uma amostra de vírus recém-isolada de eqüino (M82-02), procedente de uma região próxima de São Paulo, foi estudado em camundongos, inoculados pelas vias intracerebral e intramuscular, avaliando-se as características relacionadas com a infectividade, patogenicidade, período de incubação, período do curso clínico e capacidade invasiva do vírus para outros tecidos não-nervosos. A amostra, com uma passagem em cérebro de camundongos, foi tipificada antigenicamente, utilizando um conjunto de anticorpos monoclonais (MABs), desenvolvido pela \"Canadian Food and Inspection Agency\", de Ottawa, Canadá, correspondendo ao perfil de morcego hematófago Desmodus rotundus. Após ser submetida à extração do material genético, a amostra foi caracterizada geneticamente no \"National Institute of Infectious Diseases\", de Tóquio, Japão, confirmando pertencer ao genótipo 1 do gênero Lyssavirus, com característica próxima a do \"Vampire -bat related virus-VRRV\", comuns entre as amostras brasileiras isoladas de herbívoros e morcegos hematófagos. As sucessivas passagens da amostra em camundongos, por via intracerebral e intramuscular, provocaram ligeiro aumento no título do vírus e estabilização do período de incubação, quando então foi utilizado como antígeno para a prova de soroneutralização, para avaliar o comportamento deste vírus frente aos soros de eqüinos vacinados com uma vacina comercial de vírus PV inativado. Os soros de eqüinos vacinados foram titulados em paralelo com o antígeno viral constituído de vírus CVS. Com o uso da amostra M82-02 como antígeno para a prova de soroneutralização não foi possível demonstrar diferença significativa, quando comparado com o antígeno fixo de vírus CVS, no entanto, alguns soros de eqüinos vacinados foram encontrados com níveis de anticorpos acima de 0,5UI/mL. Pela prova de imunofluorescência direta (IFD), a presença do antígeno do vírus da raiva foi evidenciada no pulmão e nos rins de animais inoculados por via IM, notadamente nos materiais de passagem mais elevada. No teste de avaliação da vacina comercial, pelo método do CDC de Atlanta, o resultado do desafio com a amostra M82-02 foi inferior ao do vírus fixo CVS, no entanto, este método ainda necessita ser melhorado para sua utilização na rotina.

Year

2003

Creators

Marcia Ester Parreira Vasconcellos

Priorização da vigilância epidemiológica de doenças tropicais negligenciadas em áreas silenciosas: o caso da esporotricose felina no município de Guarulhos

As Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs) anualmente causam a morte de milhões de indivíduos de coletivos multiespécies marginalizados, além de discapacidades de diversas gravidades. Essa negligência se reflete e é reforçada pela subnotificação de casos, que diminui a sensibilidade dos sistemas de vigilância. A pressuposição de que em áreas silenciosas (sem notificações) não há casos, uma prática comum na análise da distribuição espacial das DTNs, contribui à desconsideração dessas áreas como sendo prioritárias pela vigilância epidemiológica. Ao assumir que a quantidade de casos é desconhecida nas áreas silenciosas, modelos preditivos podem considerá-las sem classificá-las como livres de doença. Para exemplificar esta abordagem, que tem o potencial de aumentar a eficiência das ações de prevenção e controle, neste estudo pressupomos que o número de casos de esporotricose felina em setores censitários (SC) silenciosos do município de Guarulhos era desconhecido, e o predizemos a partir da quantidade de casos notificados nos SCs vizinhos e da situação de vulnerabilidade social dos próprios SCs silenciosos e de sua vizinhança. Para isso, utilizamos modelos Bayesianos com componentes espaciais estruturados e não-estruturados. Com base nas predições, atribuímos um índice de prioridade a todos os SCs, o qual resultou em um cenário epidemiológico mais problemático, com alguns SCs silenciosos mais prioritários do que outros não-silenciosos. A fim de validar iterativamente as predições do índice e calibrar o grau de confiança que se atribui à abordagem proposta, pode-se comparar a distribuição dos índices de prioridade dos SCs silenciosos com a distribuição de casos identificados mediante busca nesses SCs.

Year

2022

Creators

Ligia Neves Scuarcialupi

Avaliação dos Critérios Interpretativos de Oxacilina em Isolados Clínicos de Staphylococcus pseudintermedius

Staphylococcus pseudintermedius é um patógeno comumente encontrado em pele de cães, e a resistência à oxacilina tem emergido entre as últimas décadas. Os Staphylococcus pseudintermedius resistentes a meticilina (MRSP) limitamas opçõesterapêuticas na rotina clínica. S. pseudintermedius podem colonizar ou causar infecções em cães e gatos saudáveis e doentes, implicando um risco potencial de transmissão dessas bactérias para seres humanos. O BrCAST que é o Comitê brasileiro de testes de susceptibilidade a antimicrobianos, foi criado no Brasil em 2016 com objetivo de padronizar os testes de sensibilidade bacteriana e portanto novos estudos epidemiológicos são incentivados para geração de dados populacionais. O objetivo do estudo foi determinar a susceptibilidade de isolados clínicos de S. pseudintermedius à oxacilina através da determinação da concentração inibitória mínima (CIM), do teste de disco difusão, e a presença de mecA e mecC em isolados clínicos; comparar esses resultados com o CLSI (Instituto de Padrões Clínicos e Laboratoriais) e BrCAST. Foram utilizadas 211 amostras S. pseudintermedius, sendo 28,9% S. pseudintermedius resistentes à oxacilina pela presença do gene mecA; 22,37% pela resistência à oxacilina pelo teste de disco difusão; e 27,48% pela CIM. Em 17 amostras foram identificadas a presença do gene mecC. A concordância entre os testes na detecção de resistência à oxacilina comparado a presença de mecA foi: oxacilina pelo método de disco difusão (concordância leve), CIM de oxacilina (concordância moderada) e cefoxitina pelo método de disco difusão não apresentou concordância. ECOFFs calculados com 95% da população estudada apresentaram ponto de corte de 0,5ug/L, compatível com do CLSI (2019). Em relação a multiresitência, 45% das amostras de S.pseudintermedius foram classificadas como multiresistentes. O três antibióticos com mais amostras resistentes na disco difusão foram: tetraciclina (54,02%), penicilina (49,76 %) e sulfametoxazol-trimetoprim (40,28%).

Year

2020

Creators

Carolina Sasse Ulloa Stein

Ecologia, dinâmica populacional e aspectos sanitários de gatos domésticos (Felis catus) nas áreas adjacentes da unidade de conservação Parque Estadual Carlos Botelho no estado de São Paulo, Brasil

As populações de felinos domésticos tem distribuição mundial e são encontradas em alta densidade nos diferentes ecossistemas (urbanos, rurais e florestais), tendo sido associadas a diferentes problemas. No caso da saúde publica, estão implicados principalmente na transmissão de zoonoses. Da mesma forma, têm sido relacionados a efeitos negativos no meio ambiente gerando um impacto deletério para as espécies endêmicas de pequenos mamíferos, aves, répteis e anfíbios, como consequência de seus hábitos predatórios. Finalmente, existem implicações de bem-estar animal, devido a que são reconhecidos como vulneráveis ao abuso e a negligencia, já que seu controle pode ser executado com métodos não humanitários. No presente estudo, procura-se estudar a dinâmica populacional de felinos (Felis catus) nas áreas adjacentes da unidade de conservação Parque Estadual Carlos Botelho no estado de São Paulo, Brasil; mediante a determinação de parâmetros populacionais, exigências do hábitat e as interações destes animais com o ecossistema por meio do uso de técnicas de telemetria, além de avaliar as condições sanitárias desta população através da pesquisa e identificação de ectoparasitas, agentes transmitidos por vetores (Anaplasma spp, Ehrlichia spp, Babesia spp e Hepatozoon spp e Rickettsia spp.), virus (FIV - Vírus da Imunodeficiência Felina e FeLV - Vírus da Leucemia Felina) Hemoplasmas e Toxoplasma . Na atualidade, nos países da América do Sul são insuficientes as pesquisas relacionadas com a dinâmica das populações felinas domesticas na área de ecologia e epidemiologia. O desenvolvimento de este trabalho visa auxiliar na compreensão de fatores envolvidos na dinâmica populacional de felinos para contribuir na implementação de ações de saúde considerando a interface humana-animal-meio ambiente.

Year

2020

Creators

Tatiana Jimenez Villegas

Comparison of morphometric patterns and blood biochemistry in capybaras (Hydrochoerus hydrochaeris) of human-modified landscapes and natural landscapes

The capybara (Hydrochoerus hydrochaeris) is the largest rodent in the world, reaching up to 100 kg, with an average adult weight of 50 kg. In southeastern Brazil, capybara occupy a fundamental role in maintaining Brazilian spotted fever (BSF), since it functions as an amplifying host for the bacterium Rickettsia rickettsii, the agent of the disease. Among the characteristics necessary for amplification of the agent, high prolificacy and generation of new individuals susceptible to rickettsemia are essential in the epidemiological scenario of BSF. Many human-modified landscapes (HMLs) in southeastern Brazil have experienced horizontal and vertical expansion of capybaras populations in recent decades due to the large supply of food, thanks to the expansion of crops, as for example, sugarcane. It was conjectured, then, that capybaras in HMLs are increasing their body reserves, leading them to a picture of obesity, when compared to capybaras in Natural Landscapes (NLs) of the Brazilian Pantanal biome. It was also observed that the population density of capybaras in a given occupation area is much higher in HMLs than in NLs, possibly due to greater reproductive success due to the abundant supply of food. It was conjectured, therefore, that the obesity of animals in HMLs may be generating biochemical disorders of nutritional and metabolic nature. These disorders, added to greater reproductive capacities, can therefore increase the replacement rates of individuals, maintaining the BSF in southeastern Brazil. To answer these hypotheses, during the years 20152019, capybaras were captured in seven HMLs in southeastern Brazil, and in two NLs of the Pantanal biome, all with established populations of capybaras. Blood collection, measurement of total length, height and circumferences of neck, thorax and abdomen were performed to compare the results between populations, with NLs capybaras being the control group and HMLs being the experimental group. The results showed that animals in HMLs were heavier than animals in NLs, and, despite being heavier, they did not present larger linear measurements, excluding any type of size interference in the individuals\' body mass values. Interestingly, HMLs capybaras showed larger neck and chest circumferences than those recorded for NLs capybaras. In addition, the present work registered a new superior weight limit for the species (105.2 kg). The results found in blood tests showed that, of the eleven biochemical factors analyzed, five (albumin, creatine kinase, cholesterol, fructosamine and total protein) were significantly different between populations and two (calcium and aspartate aminotransferase) were borderline. The analysis of biochemical factors directly or indirectly related to obesity proves that the capybara populations of HMLs are developing, due to excess fat, a series of biochemical disorders of metabolic and nutritional order, which can lead to increased mortality rates in these populations. In addition, rodents exposed to high-energy diets exhibit greater reproductive success.

Year

2020

Creators

Hector Ribeiro Benatti

Efeito da fragmentação florestal na infestação por carrapatos (Acari: Ixodidae) em aves e infecção de carrapatos por Rickettsia spp no Pontal do Paranapanema, SP

A fragmentação do habitat causa a redução na diversidade de espécies, afetando as relações entre os hospedeiros vertebrados e os parasitos. Neste estudo se verificou se o tamanho do fragmento florestal influencia a diversidade das aves silvestres o que poderia afetar a prevalência dos carrapatos nas aves. As aves foram capturadas através de redes de neblina em 12 áreas florestais: quarto fragmentos pequenos (80-140 ha); quatro grandes (480-1850 ha) e quatro controles, no Parque Estadual Morro do Diabo (~36000 ha). Adicionalmente foram coletados também carrapatos de vida livre através de arrasto com a flanela branca ao longo de trilhas. A infecção de carrapatos por riquétsias foi avaliada atrvés de PCR. No total foram capturadas 1745 aves representando 80 espécies de 24 famílias. 223 (13%) das aves foram encontradas parasitadas por formas imaturas de carrapatos: 1800 larvas e 539 ninfas. A espécie mais comum parasitando aves foi Amblyomma nodosum. Outras espécies: Amblyomma coelebs, Amblyomma cajennense, Amblyomma ovale, Amblyomma longirostre, Amblyomma calcaratum, e Amblyomma naponense foram achados nas aves esporadicamente. Entre os carrapatos de vida livre, A. cajennense foi a espécie mais comum, seguindo A. coelebs, A. naponense, Amblyomma brasilense e Haemaphysalis juxtakochi. De dois carrapatos A. nodosum foram isoladas bactérias do gênero Rickettsia em células Vero. Os isolados foram caracterizados por PCR e os fragmentos dos genes gltA, htrA sequenciados, e quando possível ompA e ompB. Um isolado foi identificado como Rickettsia bellii e o segundo, como R. parkeri. Dos 174 A. nodosum testados para a presença de riquétsia, 41 (23.6%) foram infectados por R. parkeri e 10 (5.7%) por R. bellii. A diversidade de aves era maior em áreas do controle, mas varias espécies as aves e também dos carrapatos responderam ao fragmentaço em modo diferente. A. nodosum parasitando as aves era mais abundante em áreas pequenas, enquando A. cajennense encontrado nas aves e em vida livre, era mais abundante em áreas do controle e em áreas grandes. Essas differencias de occorencia dos carraptos podem ser relacionadas com a abundância dos hospedeiros principais e fatores ambientais como temperatura e humidade nas áreas amostradas. Isso é um resultado da fragmentação do habitat que ilustra a falta de equilíbrio entre relações de parasitos, hospedeiros e ambiente.

Year

2009

Creators

Maria Halina Ogrzewalska

Ocorrência de infecção por Leishmania spp. e Brucella spp. na população indígena e em cães habitantes da Terra Indígena Tapirapé e em cães habitantes da Terra Indígena Karajá

As leishmanioses são antropozoonoses de caráter crônico e distribuição mundial e apresentam uma incidência estimada de 2 milhões de novos casos por ano, entre leishmaniose visceral (LV) e leishmaniose tegumentar (LT). Os cães são bastante susceptíveis à infecção por LV e devido à sua estreita relação com o homem, são considerados os reservatórios de maior importância para a transmissão da doença ao ser humano. As leishmanioses ocorrem de forma endêmica nas regiões Norte, Nordeste, CentroOeste e Sudeste, fazendo-se necessária a realização de inquéritos sorológicos, visando conhecer a situação epidemiológica da doença nas áreas com transmissão ativa ou com potencial de transmissão. A brucelose é uma zoonose de distribuição mundial que causa infecção sistêmica no homem e diminuição da eficiência reprodutiva e aborto em espécies domésticas e silvestres. No Brasil, a brucelose devido a Brucella abortus é a infecção brucélica mais prevalente, seguida da B. suis e B. canis. Devido ao caráter zoonótico e a perdas reprodutivas é importante diagnosticar animais infectados para interromper a transmissão da doença. A partir do exposto, realizou-se um inquérito sorológico em humanos e em cães habitantes de aldeias indígenas da região amazônica do Brasil, com o objetivo de identificar áreas endêmicas para Leishmania spp. e Brucella spp. O presente estudo analisou amostras de soro e sangue de todos os indígenas e cães habitantes da Terra Indígena Tapirapé, assim como de cães da Terra Indígena Karajá, através dos testes sorológicos ELISA e RIFI para a pesquisa de leishmaniose e dos testes sorológicos IDGA e AAT, além da PCR para a pesquisa de brucelose. Os resultados obtidos para os humanos apresentaram prevalências de 0,4% e 0,9% para LT e brucelose, respectivamente. Todos os humanos foram negativos para LV. Para os cães das aldeias Tapirapé os resultados de prevalência foram 1,8%, 0,9% e 6,1% para LV e LT e brucelose, respectivamente. Os cães das aldeias Karajá apresentaram resultados negativos para LV e prevalências de 0,9% e 5,2% para LT e brucelose, respectivamente. Os resultados obtidos neste estudo indicam baixa ocorrência de infecção por Leishmania spp. e ocorrência moderada de infecção por Brucella spp. Embora as leishmanioses se apresentem pouco disseminadas nas áreas estudadas, requerem atenção, assim como a brucelose, para a tomada de medidas de controle e profilaxia.

Year

2013

Creators

Julia Teresa Ribeiro de Lima