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A comparação entre o transplante de células tronco mononucleares e mesenquimais no infarto do miocárdio
INTRODUÇÃO: O transplante de células no miocárdio tem se mostrado tecnicamente reprodutível, entretanto, existem dúvidas em relação a melhor fração das células da medula óssea a ser utilizada. Desta forma, o objetivo deste estudo é analisar o resultado do transplante de células tronco mononucleares (MO) e mesenquimais (ME) no infarto do miocárdio. MÉTODO: Quarenta e dois ratos Wistar foram induzidos ao infarto do miocárdio. Após uma semana, os animais foram submetidos à ecocardiografia para avaliação da fração de ejeção (FE) e dos volumes diastólico (VDFVE) e sistólico (VSFVE) finais do ventrículo esquerdo. Após dois dias, os animais foram reoperados e divididos em grupos: 1) controle (n=21), que recebeu 0,15 ml de meio de cultura, 2) MO (n=8) e 3) ME (n=13), que receberam 3x10(6) células mononucleares e mesenquimais, respectivamente, no infarto. As MO foram obtidas a partir de uma punção da medula e isoladas pelo método Ficoll-Hypaque, as ME, após o mesmo processo, foram cultivadas por 14 dias. Os animais foram submetidos à ecocardiografia após um mês. A histologia foi realizada pelo método Tricrômio de Gomery. RESULTADOS: Não houve diferença entre os grupos na ecocardiografia de base. Entretanto, um mês após o transplante, observou-se uma diminuição da FE no grupo controle e uma estabilização nos demais grupos. Os três grupos apresentaram dilatação ventricular. A análise histológica do infarto identificou, no grupo ME, células endoteliais e musculares lisas, no grupo MO, apenas células endoteliais. CONCLUSÕES: Tanto o grupo MO, como o ME, apresentaram uma estabilização da FE após o infarto do miocárdio, uma regeneração vascular, entretanto, com remodelamento ventricular.
2022-12-06T14:00:48Z
Guarita-Souza,Luiz Cesar Carvalho,Katherine Atahyde Teixeira de Rebelatto,Carmen Senegaglia,Alexandra Hansen,Paula Furuta,Marcos Miyague,Nelson Francisco,Julio César Olandoski,Márcia Woitowicz,Vinícius Simeoni,Rossana Faria-Neto,José Rocha Brofman,Paulo
Padronização da dose de heparina sódica utilizada na cirurgia de revascularização do miocárdio sem circulação extracorpórea
OBJETIVO: Propor uma metodologia de anticoagulação com heparina sódica monitorizada pelo Tempo de Coagulação Ativada (TCA) nos pacientes submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica (RM) sem circulação extracorpórea (CEC), que promova uma anticoagulação segura (TCA >200 segundos), utilizando uma dose inicial de 1mg heparina sódica/kg de peso. MÉTODO: Quarenta pacientes (30 homens e 10 mulheres), entre 41 e 85 anos, foram submetidos à cirurgia de RM sem CEC, utilizando uma dose inicial de 1mg heparina sódica/kg de peso. Dez minutos após a administração da droga, quando TCA > 200 segundos, iniciava-se a confecção das anastomoses coronarianas. Caso contrário, administrava-se 0,5mg/kg de heparina suplementar. Durante a cirurgia, a cada 30 minutos, novos valores de TCA foram obtidos. Concluídas as anastomoses coronarianas, a heparina foi revertida na proporção de 1:1 utilizando cloridrato de protamina. RESULTADOS: O valor médio de TCA dez minutos pós-heparinização foi de 372,2(+/-104,31) segundos, sem variação estatisticamente significante entre os sexos ou grupos etários (p>0,05). Os valores de TCA, 30 e 60 minutos pós-heparinização, mantiveram-se acima de 200 segundos. Aos 30 minutos, verificou-se diferença estatisticamente significante dos valores do TCA entre os sexos e diferentes idades (p<0,05). Após reversão com protamina, todos os pacientes retornaram aos seus níveis basais de hemostasia (TCA < 200s). CONCLUSÕES: Os resultados apresentados demonstram a segurança e eficácia da anticoagulação monitorizada pelo TCA nos pacientes submetidos à RM sem CEC, utilizando doses de 1mg heparina sódica/kg de peso, capaz de manter-se efetiva durante todo o procedimento cirúrgico, independentemente de variáveis como sexo ou idade.
2022-12-06T14:00:48Z
Lobo Filho,José Glauco Leitão,Maria Cláudia Lobo,Roberto Augusto Mesquita Lima Júnior,José Mário de Ribeiro,João Paulo Aguiar Cavalcante,Fernanda Rebouças,Glício Borges,Allison Sales,Dadson Leandro Teles Júnior,Newton
Impacto da troponina I cardíaca sérica na evolução tardia de pacientes submetidos a ressincronização com estimulação biventricular: seguimento de até 59 meses
OBJETIVO: Analisar evolução e a influência prognóstica dos níveis séricos da troponina I cardíaca nos pacientes com insuficiência cardíaca congestiva (ICC) submetidos a ressincronização interventricular (RV), com seguimento de até 59 meses. MÉTODOS: Foram analisados 33 pacientes com miocardiopatia dilatada idiopática em classe funcional III/IV da NYHA, submetidos a RV. A qualidade de vida (QV) foi analisada pré e pós-operatoriamente com o Minnesota Code e a função ventricular através da ecocardiografia. Os níveis séricos da troponina I foram dosados em 23 pacientes, utilizando o teste exato de Fischer para avaliar sua relação com o evento óbito, e a curva de Kaplan-Meier para análise da taxa de sobrevivência. RESULTADOS: A QV foi significantemente melhor após a RV, com mediana de 73 pontos, no pré e 36, no pós (p<0,0001). O diâmetro diastólico do VE (DDVE) apresentou redução de 65mm, no pré para 60mm, no pós (p=0,0014), com aumento da fração de ejeção (FEVE) de 37 para 47% (p=0,0004). Nos 15 pacientes com valores normais de troponina, não ocorreram óbitos e dos oito pacientes com valores elevados, seis faleceram (p=0,0003). A curva atuarial de livres de óbitos mostrou uma taxa de sobrevivência de 47,1±13,3%, ao final de 59 meses. CONCLUSÕES: A RV em pacientes com ICC melhora a QV e os parâmetros ecocardiográficos. Constitui uma boa alternativa para os pacientes em classe funcional III/IV NYHA. Os níveis séricos elevados da troponina I cardíaca foram preditores de risco para óbito.
2022-12-06T14:00:48Z
Leal,João Carlos F. Braile,Valéria Abelaira Filho,Achilles Avanci,Luis Ernesto Gogoy,Moacir F. Braile,Domingo M.
Fatores preditores de infarto do miocárdio no período perioperatório de cirurgia de revascularização miocárdica
OBJETIVOS: Determinar quais variáveis pré e transoperatórias são preditoras independentes de infarto do miocárdio (IAM) no período perioperatório de Cirurgia de Revascularização do Miocárdio (CRM), em um hospital geral da cidade de Porto Alegre, RS, Brasil. MÉTODO: Estudo de coorte retrospectivo com análise do banco de dados de cirurgia cardíaca do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, com 1471 pacientes consecutivos que realizaram CRM com circulação extracorpórea (CEC), entre janeiro de 1998 e dezembro de 2002. RESULTADOS: Quatorze por cento dos pacientes da amostra apresentaram IAM perioperatório. As variáveis que se mostraram preditoras independentes para IAM perioperatório nesta amostra foram: reoperação (RC: 2,070 - p=0,036), lesão de tronco de coronária esquerda (TCE) (RC: 1,692 - p=0,006), sexo feminino (RC: 1,572 - p=0,034), angina instável pré-operatória (RC: 1,533 - p=0,011), maior número de enxertos (RC: 1,336 - p=0,001) e tempo de CEC prolongado (RC: 1,013 - p<0,001). CONCLUSÕES: As variáveis reoperação, lesão de TCE, sexo feminino, angina instável pré-operatória, maior número de enxertos e tempo de CEC prolongado mostraram-se preditoras independentes para a ocorrência de IAM no período perioperatório de CRM, nesta amostra de pacientes operados em um hospital geral da cidade de Porto Alegre, RS, Brasil.
2022-12-06T14:00:48Z
Jaeger,Cristiano Pederneiras Kalil,Renato A.K. Guaragna,João Carlos Vieira da Costa Petrascco,João Batista
Revascularização do miocárdio sem circulação extracorpórea com enxertos arteriais: análise de 300 casos
OBJETIVO: Recentemente, o uso de múltiplos enxertos arteriais nas cirurgias coronarianas vem conquistando grande interesse da comunidade médica diante da perspectiva de melhores resultados a longo prazo em relação às veias safenas. O presente estudo tem por objetivo analisar os resultados imediatos da associação da operação de revascularização do miocárdio sem circulação extracorpórea, com o uso exclusivo de enxertos arteriais. MÉTODO: Entre junho de 2000 a dezembro de 2004, 300 pacientes foram submetidos a operação para revascularização do miocárdio sem circulação extracorpórea, usando-se apenas enxertos arteriais. A artéria torácica interna esquerda foi o enxerto de primeira escolha, seguida da artéria radial do membro superior não-dominante, artéria torácica interna direita e artéria radial do membro dominante. RESULTADO: A idade dos pacientes variou entre 33 e 77 anos. Duzentos e trinta e quatro pacientes eram do sexo masculino e 66 do sexo feminino. Com relação a fatores de risco coronarianos, 77% tinham história de hipertensão arterial, 66% história de tabagismo, 53% níveis elevados de colesterol e 21% eram diabéticos. Oitenta e quatro (28%) pacientes apresentavam antecedente de infarto do miocárdio e 77 (25,6%) necessitaram de nitroglicerina endovenosa no período pré-operatório. A fração de ejeção era inferior a 30% em 77 (25,6%) pacientes e a cineangiocoronariografia mostrou lesão em três ou mais vasos em 63% dos casos. O EuroSCORE variou de 0 a 12 pontos, com uma mortalidade esperada para este grupo de 3,7%. O número total de anastomoses distais foi de 838, com média de 2,79±0,97 por paciente. Houve seis (2%) óbitos nesta série, sendo dois por mediastinite, um por insuficiência renal após choque séptico, um por causas metabólicas, um por sangramento e um por broncopneumonia. Diabetes foi o único fator associado com aumento na mortalidade. CONCLUSÃO: A utilização de enxertos arteriais nas operações para revascularização do miocárdio sem circulação extracorpórea não acarretou aumento da morbi-mortalidade imediata nesta série. Os resultados obtidos estão dentro do previsto através do EuroSCORE. O uso de enxertos arteriais em diabéticos deve ser realizado de maneira bastante criteriosa.
2022-12-06T14:00:48Z
Milani,Rodrigo Brofman,Paulo Souza,José Augusto M. Guimarães,Maximiliano Barboza,Laura Barboza,Alexandre Précoma,Dalton Maia,Francisco
Aspectos técnicos do implante de eletrodo para estimulação ventricular esquerda através do seio coronariano, com a utilização de anatomia radiológica e eletrograma intracavitário, na terapia de ressincronização cardíaca
OBJETIVO: Apresentar a experiência de 157 implantes utilizando uma técnica simplificada para cateterização do seio coronariano, baseada no eletrograma intracavitário e anatomia radiológica, demonstrando o porcentual de sucesso e tempo total de utilização de radioscopia. MÉTODO: De outubro de 2001 a fevereiro de 2005, foram realizados 157 implantes de marcapasso biventricular em pacientes previamente selecionados, utilizando-se anatomia radiológica e observação de eletrograma intracavitário, demonstrando a taxa de sucesso, complicações e tempo total de utilização de radioscopia. RESULTADOS: O implante do sistema, utilizando-se a estimulação do ventrículo esquerdo via seio coronariano, não foi possível em onze procedimentos. Em 20 pacientes foram observadas dificuldades na canulação do óstio coronário e em 39 pacientes observou-se dificuldade de progressão do eletrodo através do seio coronário. O tempo médio de utilização de radioscopia foi 18,27 ± 15,46 min. CONCLUSÃO: A técnica de implante, proposta pelo autor, utilizando o eletrograma intracavitário e anatomia radiológica, demonstrou ser segura e eficaz para canulação do óstio do seio coronário, necessitando de reduzidos tempos de radioscopia.
2022-12-06T14:00:48Z
Souza,Fernando Sérgio Oliva de Braile,Domingo Marcolino Vieira,Reinaldo Wilson Rojas,Salomon Ordinola Mortati,Nicola Luciano Rabelo,Alexandre Caputo Oliveira,Sérgio Almeida de
Avaliação da função pulmonar em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio com e sem circulação extracorpórea
OBJETIVO: Avaliar e comparar a função pulmonar em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio (RM) com e sem circulação extracorpórea (CEC). MÉTODO: Trinta pacientes (média de idade 56,76±10,20 anos) foram alocados em dois grupos, de acordo com a utilização ou não da CEC: grupo A (n=15) sem CEC e grupo B (n =15) com CEC. Todos os pacientes foram submetidos à avaliação da função pulmonar. Registros espirométricos da capacidade vital forçada (CVF) e do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) foram obtidos no pré, primeiro, terceiro e quinto dias de pós-operatório (PO) e a gasometria arterial em ar ambiente, no pré e primeiro dia de PO. RESULTADOS: Em ambos os grupos, houve queda significativa da CVF e do VEF1 até o quinto dia de PO (p<0,05). Quando comparados, a diferença entre os grupos se manteve significativa, com maior queda dos valores de CVF e VEF1 no grupo B (p<0,05). A PaO2 e a relação PaO2/FiO2 apresentaram queda significativa no primeiro dia de PO em ambos os grupos, porém com maior decréscimo no grupo B (p<0,05). CONCLUSÃO: Pacientes submetidos à cirurgia de RM, independentemente do uso da CEC, apresentaram comprometimento da função pulmonar no PO. Entretanto, os pacientes operados sem uso da CEC demonstraram melhor preservação da função pulmonar, quando comparados àqueles operados com CEC.
2022-12-06T14:00:48Z
Guizilini,Solange Gomes,Walter J. Faresin,Sonia M. Bolzan,Douglas W. Alves,Francisco A. Catani,Roberto Buffolo,Enio
Modificações no perfil do paciente submetido à operação de revascularização do miocárdio
INTRODUÇÃO: Indicações da operação de revascularização miocárdica (RM) foram modificadas pela introdução de novas drogas e da angioplastia coronária transluminal percutânea (ACTP), sendo o procedimento cada vez considerado em pacientes com doença multiarterial coronária e de condição clínica mais grave. OBJETIVO: Comparar perfil clínico e cirúrgico entre dois grupos de pacientes submetidos a RM com intervalo de 10 anos, bem como observar sua influência na mortalidade hospitalar. MÉTODO: Estudo de coorte retrospectivo, envolvendo 307 pacientes submetidos a RM em 1991/92 (grupo INICIAL, n=153) ou 2001/02 (grupo ATUAL, n=154). Para cada grupo foram identificadas características demográficas, doenças cardíacas, co-morbidades e eventos operatórios, visando comparação e determinação dos fatores relacionados à mortalidade hospitalar aumentada. RESULTADOS: Grupo recente tinha idade mais avançada, condição cardíaca mais grave(classe funcional, prevalência de insuficiência cardíaca e número de vasos com lesão grave) e maior prevalência de co-morbidades. Pacientes iniciais mostraram maior prevalência na indicação cirúrgica de urgência. Não ocorreu diferença na mortalidade hospitalar (respectivamente 3,3% e 1,9% para grupos INICIAL e ATUAL). CONCLUSÕES: Pacientes atualmente submetidos a RM são mais idosos e de condição clínica mais grave (cardíaca e sistêmica) que os operados há 10 anos, embora isto não tenha influenciado de modo significativo a mortalidade hospitalar, que é menor recentemente.
2022-12-06T14:00:48Z
Feier,Flávia Heinz Sant'Anna,Roberto Tofani Garcia,Eduardo De Bacco,Felipe W Pereira,Edemar Santos,Marisa Fátima dos Costa,Altamiro Reis da Sant'Anna,João Ricardo M Nesralla,Ivo A
Fibrilação atrial e cirurgia cardíaca: uma história sem fim e sempre controversa
No summary/description provided
2022-12-06T14:00:48Z
Tineli,Rafael Angelo Rosa e Silva Junior,Jairo Luciano,Paula Menezes Rodrigues,Alfredo José Vicente,Walter Vilella de Andrade Evora,Paulo Roberto Barbosa
Cirurgia cardíaca em uma sociedade multiétnica: a experiência do Caribbean Heart Care
OBJETIVO: A população do Caribe constitui uma sociedade multiétnica, incluindo caucasianos, afro-caribenhos, indianos, asiáticos, hispânicos, europeus e nativos, com uma grande variabilidade de padrões socioeconômicos. A incidência e os tipos de doenças cardíacas também variam significativamente entre essas etnias. Relatamos aqui a experiência (em pacientes adultos e pediátricos) em um serviço de cirurgia cardíaca de baixo volume em Trinidad e Tobago, no Caribe. MÉTODO: O programa de cirurgia cardíaca de adultos começou em novembro de 1993, são reportados os dados de 878 pacientes (629 homens, idade entre 18 e 88 anos, com média de 67 anos). Destes, 39,4% eram diabéticos e 46,5% hipertensos. Os procedimentos incluíram cirurgia de revascularização miocárdica (CRM), reparo e substituição de valvas e cirurgias da aorta. O programa de cirurgia cardíaca pediátrica (idades entre duas semanas e 21 anos) começou em setembro de 1998, tendo sido realizado um total de 279 operações. RESULTADOS: Adultos - a mortalidade total foi de 3,8%. A maioria dos procedimentos foi CRM (82,3%) com mortalidade total de 2,8% (0% em 2004). A técnica sem circulação extracorpórea foi empregada em 43% dos procedimentos de CRM (71,2% em 2004). A cirurgia de valva aórtica foi feita em 49 pacientes, e a substituição/reparo da valva mitral em 96 doentes. Pediátricos - a maioria dos procedimentos foi correção de comunicação interventricular (111), comunicação interatrial (57), tetralogia de Fallot (23), e 88 outros (com mortalidade de 1,5%). CONCLUSÃO: Cirurgia cardíaca em um serviço multiétnico de baixo volume pode ser realizada com excelentes resultados, comparáveis com padrões internacionais de qualidade.
2022-12-06T14:00:48Z
Burgos-Irazabal,Jose Rampersad,Risshi D. Gomes,Walter J. Rampersad,Kamal A. Angelini,Gianni D.
Manejo cirúrgico de doença oclusiva aorto-ilíaca na presença de rim em ferradura: relato de um caso
Neste trabalho é apresentado um caso de coexistência de aterosclerose aorto-ilíaca com rim em ferradura, em um homem com 57 anos de idade. O diagnóstico desta combinação rara foi feito pouco antes da cirurgia, com a angio-ressonância magnética constituindo o método diagnóstico pré-operatório mais importante para o planejamento cirúrgico. A abordagem transabdominal proporciona uma exposição excelente da aorta abdominal em pacientes com rim em ferradura, sem risco de lesão das artérias renais acessórias ou de ureter em posição anômala. A reconstrução foi feita com a implantação de uma prótese de Dacron em Y em posição aorto-bifemoral e, por causa da lesão aterosclerótica difusa e na presença do rim em ferradura, foi optado por anastomose proximal término-lateral.
2022-12-06T14:00:48Z
Tezval,Hossein Mirzaie,Masoud Schmitto,Jan Schöndube,Friedrich
Nova abordagem técnica para papilopexia cruzada em operação de substituição valvar mitral: resultados imediatos
OBJETIVO: Apresentar a técnica de papilopexia cruzada e seus resultados iniciais na preservação dos músculos papilares em operações de substituição valvar mitral e remodelamento ventricular na insuficiência cardíaca (ICC). MÉTODO: Foram estudados dez pacientes submetidos à cirurgia de troca valvar mitral, sendo sete (70%) do sexo masculino, com idade variável entre 15 e 75 anos (média de 44,4 ± 18,7 anos) portadores de disfunção valvar mitral reumática (50%), prolapso valvar mitral (10%) ou miocardiopatia dilatada e ICC (40%). Após atriotomia e adequada exposição da valva mitral, a cúspide anterior foi desinserida do anel e centralmente dividida, sendo cada metade, com seu complexo de cordas tendíneas, fixada à comissura oposta por sua extremidade medial. Em seguida, foi implantada a prótese valvar mecânica (sete casos) ou bioprótese porcina (três casos) fixada ao anel valvar por meio de pontos separados, com redução do anel valvar mitral, para melhor remodelamento ventricular nos casos com ICC. RESULTADOS: Todos os pacientes receberam alta hospitalar em condições clínicas estáveis, apresentando melhora do desempenho cardíaco no final do primeiro mês de pós-operatório, com redução significativa (p<0,05) do diâmetro sistólico do ventrículo esquerdo e do átrio esquerdo, e fração de ejeção do ventrículo esquerdo aumentando, em média, de 46,7% para 56,4% (p<0,05) no pré e pós-operatório, respectivamente. CONCLUSÃO: A técnica de papilopexia cruzada em operações de tratamento de lesões valvares mitrais e da insuficiência cardíaca permitiu a substituição valvar mitral com recuperação funcional e remodelamento atrial e ventricular favorável e significante.
2022-12-06T14:00:48Z
Gomes,Otoni Moreira Gomes,Eros Silva Santana Filho,Geraldo Paulino Pontes,José Carlos Dorsa Vieira Benfatti,Ricardo Adala
Reposicionamento do músculo papilar: a técnica padrão para plastia do prolapso da cúspide anterior da mitral
OBJETIVO: O propósito deste estudo é demonstrar que o reposicionamento do músculo papilar é uma técnica confiável para o reparo do prolapso da cúspide anterior, portanto, nós descrevemos esta técnica e seus resultados propondo-a como padrão. MÉTODO: Entre 1989 e 2005, 120 plastias da valva mitral foram consecutivamente realizadas por meio do reposicionamento do músculo papilar no prolapso da cúspide anterior. Oitenta e sete pacientes eram do sexo masculino e 33 do feminino, sendo, a média de idade de 59 ± 11,5 anos. Cinqüenta e nove por cento dos pacientes estavam em classe funcional (NYHA) III ou IV, a média da fração de ejeção foi 65,7 ± 8,9%. A etiologia predominante na regurgitação da valva mitral (RM) foi doença degenerativa: Barlow (n=43) e distrofia (n=62). As outras etiologias eram: endocardite cicatrizada (n=5), reumática (n=5), isquêmica (n=4), congênita (n=1). O reposicionamento do músculo papilar posterior foi realizado em 111 (92,5%) casos e do anterior em 38 (31,7%). Procedimentos associados foram realizados em 76 (63,3%) pacientes. RESULTADOS: Não houve óbito hospitalar. Durante o acompanhamento, 14 (11,7%) pacientes foram a óbito, incluindo sete (5,8%) por causas cardíacas. As taxas da curva de sobrevida acumulada em 1, 5, 10 e 15 anos foram 98,3%, 97,2%, 94,1% e 81,4%, respectivamente. Dois (1,7%) pacientes foram reoperados por regurgitação recorrente, eles foram submetidos à troca da valva 1 e 5 anos depois do reparo e morreram 3 e 6 anos após esta troca valvar. Não houve movimento anterior sistólico. As taxas de sobrevida acumulada livre de reoperação envolvendo a valva mitral em 1, 5, 10, e 15 anos foram 97,4%, 97,4%, 92,8% e 86,7%, respectivamente. Nós não achamos nenhum fator de risco de mortalidade e de reoperação. O acompanhamento completo foi realizado em todos os pacientes. Após um tempo de acompanhamento mediano de 5,9 anos (de 0,1 a 15,6 anos), 87 (72,5%) pacientes estavam na classe I - NYHA, o controle ecocardiográfico mostrou nenhuma ou mínima regurgitação em 89 (74,2 %) pacientes, leve regurgitação em oito (6,7%) e moderada regurgitação em nove (7,5%). CONCLUSÃO: O reposicionamento do músculo papilar é uma técnica confiável e segura, com excelentes resultados clínicos e ecocardiográficos a longo prazo. Desta maneira, estamos propondo-a como padrão para o reparo da cúspide anterior prolapsada.
2022-12-06T14:00:48Z
Souza Neto,Olívio Aubert,Stephane Pawale,Amit Marques,Giltamar Nascimento,Anderson Dreyfus,Gilles D.
Revascularização cirúrgica do miocárdio em pacientes com stents coronários
OBJETIVO: Analisar as características cirúrgicas de pacientes operados após a intervenção coronária percutânea (ICP). MÉTODO: Cinqüenta e seis pacientes (41 H e 15 M), no momento da revascularização cirúrgica do miocárdio, já tinham sido manejados com o implante de stents coronarianos. Foram implantados 116 stents em 101 intervenções. Trinta e dois pacientes tinham três ou mais vasos com estenose significativa. Seis pacientes com lesões graves no tronco da artéria coronária esquerda (TCE) foram tratados com stents. Desde a colocação do primeiro stent, 12 pacientes desenvolveram lesões de novo graves no TCE. Em seis (50%), a estenose grave se desenvolveu em até seis meses da colocação do stent. Vinte (35,7%) pacientes eram diabéticos. Em 22 (39,2%) doentes, no momento da cirurgia, havia diminuição significativa da fração de ejeção do VE (p< 0,001), quando comparada à da primeira ICP. A revascularização cirúrgica constou do implante de 160 enxertos coronarianos. A análise transoperatória incluiu biópsia da parede coronária e do músculo adjacente. RESULTADOS: Achados transoperatórios evidenciaram tecidos adjacentes à área do stent mais endurecidos e inflamados quando comparados a outros sítios coronarianos. Dezessete pacientes operados sem descontinuidade dos antiadesivos plaquetários necessitaram de maior reposição sangüínea. Não houve mortalidade hospitalar pós-cirúrgica. CONCLUSÃO: Nos pacientes operados após a colocação de stents, questões como perda da função ventricular, arterite ou lesões de novo adicionam complexidade ao ato cirúrgico. Em razão da disfunção endotelial causada pelos stents, enxertos poderão ocluir mais cedo. Em adição, a eficiência do tratamento clínico associado poderá não ser a mesma.
2022-12-06T14:00:48Z
Fragomeni,Luis Sérgio de Moura Falleiro,Roque Paulo Hoppen,Gustavo Krahl,Guilherme
Miniesternotomia na cirurgia de revascularização miocárdica sem circulação extracorpórea
OBJETIVO: Os pacientes com lesão isolada da artéria coronária descendente anterior (ADA) se beneficiam mais do tratamento cirúrgico do que com intervenção percutânea. Entretanto, com a menor invasividade da intervenção percutânea, a maioria dos pacientes tem sido direcionada para este procedimento. Relatamos a utilização da miniesternotomia inferior como abordagem para o tratamento de pacientes com lesão única de ADA, com anastomose do enxerto de artéria torácica interna esquerda (ATIE), sem uso de circulação extracorpórea (CEC). MÉTODO: Foram estudados 14 pacientes operados consecutivamente utilizando esta técnica, na qual o enxerto de ATIE foi anastomosado à ADA. A idade média dos pacientes foi 56,7±10,1 anos. A incisão cutânea tinha entre 7 e 9 cm e a porção inferior do esterno foi aberta longitudinalmente. A anastomose foi facilitada com o uso de estabilizadores Octopus-3® (Medtronic). RESULTADOS: Todos os pacientes tiveram boa evolução pós-operatória, com alta hospitalar entre 2 e 6 dias de PO (mediana 3 dias). Não houve alteração de ECG ou elevação enzimática neste grupo. Um paciente foi reinternado por infecção de ferida operatória. CONCLUSÃO: A miniesternotomia permite a realização segura do procedimento cirúrgico de revascularização miocárdica da ADA, sem CEC, com benefício em longo-termo do uso da ATIE.
2022-12-06T14:00:48Z
Gomes,Walter J. Pereira,Rogério A. Morés,Fernando Alves,Francisco A.
O impacto de mudanças nas medidas de prevenção e no tratamento de infecções incisionais em cirurgia de revascularização do miocárdio
OBJETIVO: Avaliar o impacto de novas medidas de prevenção e tratamento para infecções incisionais em cirurgia de revascularização do miocárdio (RM). MÉTODO: Estudo retrospectivo incluindo 468 pacientes submetidos a RM com circulação extracorpórea, distribuídos em Grupo A (n=224) e Grupo B (n=244), de pacientes operados antes e após a adoção do novo protocolo, respectivamente. Análise comparativa entre os grupos procurou detectar a incidência de infecções superficiais e profundas na incisão para esternotomia, de recorrências e reinternações. RESULTADOS: Quanto aos fatores de risco relacionados a hábitos e doenças dos pacientes, aspectos cirúrgicos e hospitalares, ocorreram diferenças entre os grupos quanto a maior utilização da artéria mamária (p=0,003) e menor tempo de intubação orotraqueal (p=0,001) no Grupo B. Infecções incisionais - no Grupo A foram 44 (19,6%) casos, sendo 33 (14,7%) superficiais e 11 (4,9%) profundas; no Grupo B foram 13 (5,3%) casos com 10 (4,1%) superficiais e três (1,2%) profundas, sendo significativa a diferença quanto ao número total de infecções incisionais (p<0,001), superficiais (p<0,001) e profundas (p=0,037). As recorrências foram de 36,3% e 7,7%, respectivamente para os Grupos A e B (p=0,102). Ocorreram 21 reinternações relacionadas à infecção incisional no Grupo A e 3, no Grupo B (p<0,001). CONCLUSÃO: Para este grupo de pacientes, as mudanças adotadas resultaram em redução nas infecções incisionais e também diminuíram as reinternações relacionadas a este aspecto.
2022-12-06T14:00:48Z
Antoniali,Fernando Costa,Cledicyon Eloy da Tarelho,Luciano dos Santos Lopes,Maurício Marson Albuquerque,Ana Paula Nunes de Reinert,Gleice Agnes Almeida Ribeiro,Gustavo Calado de Aguiar
Marca-passo cardíaco definitivo em crianças com bradicardia pós-operatória: resultados tardios
OBJETIVO: Avaliar a evolução tardia de crianças com marca-passo definitivo por bradicardia pós-operatória, e identificar fatores de risco para a mortalidade. MÉTODO: De 1980 a 2004, 120 crianças receberam implante de marca-passo definitivo por bradicardia pós-operatória. O intervalo médio entre a correção do defeito e o implante foi de 1,2 ± 2,8 anos, com mediana de 21 dias. Bloqueio atrioventricular esteve presente em 94,2% dos pacientes. A via de acesso transvenosa (78,3%) e marca-passos (MP) definitivos ventriculares (79,2%) foram os mais utilizados. Empregou-se o método de Kaplan-Meier e o teste de Log-Rank para a análise de sobrevivência. RESULTADOS: Após 5,7 ± 5,9 anos de seguimento (máximo= 22,5 anos), 97 pacientes estavam vivos e 11 haviam sido perdidos para o seguimento. As principais causas de morte foram insuficiência cardíaca (10), infecção não relacionada ao marca-passo (seis) e morte súbita (três). A expectativa de sobrevida aos cinco, 10 e 15 anos de seguimento mostrou, respectivamente, índices de 80,9 ± 4,1%, 75,4 ± 5,5% e 67,2 ± 7,4%. A persistência de problemas hemodinâmicos após a correção (correções paliativas, uso de próteses valvares ou defeitos residuais) foi identificada como única variável preditora independente de risco para mortalidade, alterando significativamente as curvas de sobrevivência (p = 0,0123). CONCLUSÕES: O implante de marca-passo em casos de bradicardia pós-operatória possibilitou boa expectativa de sobrevida. A realização de correções paliativas, assim como a presença de defeitos residuais ou de próteses valvares, foram os únicos fatores preditores de mau prognóstico para essas crianças.
2022-12-06T14:00:48Z
Costa,Roberto Silva,Kátia Regina da Martinelli Filho,Martino Tamaki,Wagner Tetsuji Crevelari,Elizabeth Sartori Moreira,Luiz Felipe Pinho
Análise das atividades dos oito anos iniciais do Banco de Valvas Cardíacas Humanas do Hospital de Caridade da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba
OBJETIVO: O objetivo deste trabalho foi avaliar, retrospectivamente, os primeiros oito anos de funcionamento do Banco de Valvas Cardíacas Humanas do Hospital de Caridade da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba (BVCHSC), analisando aspectos relacionados às atividades de captação, processamento, armazenamento e distribuição de enxertos homólogos cardiovasculares. MÉTODO: A seleção inicial dos doadores seguiu as diretrizes nacionais para captação de órgãos humanos, além de critérios específicos do BVCHSC. Os corações foram obtidos de doadores de múltiplos órgãos, doadores em parada cardíaca e receptores de transplante cardíaco, com somatória dos tempos de isquemia inferior a 48 horas. A idade dos doadores variou desde recém-nascidos até 60 anos para as valvas aórticas e 65 para as pulmonares. Os enxertos dissecados tiveram suas dimensões mensuradas e sua morfologia avaliada, sendo classificados como categoria 0 (descartados), 1 (alterações morfológicas mínimas) ou 2 (perfeitos). Foram determinados a incidência e os germes responsáveis pela contaminação nos enxertos recebidos, assim como a eficiência da solução de descontaminação. Foram também avaliados aspectos relacionados à distribuição dos enxertos. RESULTADOS: De setembro de 1996 a fevereiro de 2005, 1059 corações provenientes de 19 Estados foram recebidos no BVCHSC. Destes, 977 (92,3%) eram de doadores de morte encefálica. Foram processados 2105 enxertos, e dentre os aórticos e pulmonares analisados, 783 eram da categoria 2, 697 pertenciam à categoria 1 e 186 foram descartados por alterações morfológicas. No total, 433 enxertos recebidos estavam contaminados, sendo a solução de antibióticos eficiente na esterilização de 330 destes casos. Quinhentos e setenta e um (27,1%) enxertos foram rejeitados em alguma fase do processo, sendo a contaminação e as alterações morfológicas as causas mais freqüentes. Foram distribuídos 1338 enxertos para 74 instituições de saúde do país, sendo mais comumente empregados na substituição da valva aórtica (529), na correção de cardiopatias congênitas (478) e durante operações de Ross (272). CONCLUSÕES: As atividades do BVCHSC durante estes oito anos de funcionamento foram satisfatórias, atingindo os objetivos propostos.
2022-12-06T14:00:48Z
Costa,Marise Teresinha Brenner Affonso da Costa,Francisco Diniz Affonso da Nazareno,Luciana Cristina Ferreti de Domchoski,Juliana Peruzzo,Ângela Maria Colatusso,Claudinei Gomes,Carlos Henrique Gori Costa,Iseu Affonso da
Aspectos da função pulmonar após revascularização do miocárdio relacionados com risco pré-operatório
OBJETIVOS: Comparar os valores das complacências dinâmica e estática, da resistência de vias aéreas (Cdin, Cest e Raw) e do índice de troca gasosa (PaO2/FiO2), no pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdica (RM) com os parâmetros de normalidade e comparar os valores destas variáveis entre grupos com e sem fatores de risco no pré-operatório. MÉTODO: Questionamento aos doentes a respeito de antecedentes pulmonares, sintomas respiratórios, tabagismo e comorbidades. Após cirurgia de RM, foram feitas as medidas de Cdin, Cest, Raw e do PaO2/FiO2. As variáveis foram comparadas com a normalidade e relacionadas às variáveis pré e pós-operatórias pelo Teste não-paramétrico de Mann-Whitney e pelo Teste para uma proporção (p<0,05). RESULTADO: Foram avaliados 70 doentes (61% homens), com idade entre 26 e 77 anos. Em relação à normalidade, apresentaram diminuição da Cdin e da Cest, 64 e 66 pacientes, respectivamente, e 24 apresentaram aumento da Raw. Aproximadamente 50% apresentaram redução do PaO2/FiO2. Não houve diferença significante das variáveis pós-operatórias com respeito aos antecedentes pulmonares, sintomas respiratórios e tabagismo. Nos pacientes com comorbidades, o PaO2/FiO2 foi significativamente menor e, nos homens, a Cdin e a Cest foram maiores que nas mulheres. CONCLUSÃO: As complacências pulmonares estão diminuídas na maioria dos pacientes, e a resistência das vias aéreas está aumentada em um terço deles. O índice de troca gasosa encontra-se diminuído em metade deles. A presença de antecedentes pulmonares, sintomas respiratórios e tabagismo não influencia as variáveis mecânicas, mas o índice de troca gasosa é influenciado pela presença de comorbidades.
2022-12-06T14:00:48Z
Ambrozin,Alexandre Ricardo Pepe Cataneo,Antônio José Maria
Metabolismo miocárdico após cardioplegia sangüínea hipotérmica retrógrada contínua com indução anterógrada normotérmica
OBJETIVO: Determinar as alterações sofridas pelo miocárdio durante a cardioplegia sangüínea hipotérmica retrógrada contínua com a adição da indução cardioplégica anterógrada normotérmica. MÉTODO: Análise metabólica da cardioplegia sangüínea hipotérmica retrógrada contínua com indução anterógrada normotérmica em estudo prospectivo de 15 pacientes consecutivos. Amostras de sangue arterial e do seio coronário foram simultaneamente colhidas para análise do conteúdo de oxigênio e da concentração de lactato. Quatro biópsias miocárdicas foram obtidas para análise dos níveis de ATP, ADP, AMP e lactato no miocárdio. A isoenzima CK-MB foi analisada no sangue venoso. RESULTADOS: Não houve mortalidade no grupo. Nenhum paciente necessitou de suporte inotrópico na saída de CEC e não foi detectado IAM per ou pós-operatório. Ocorreu diminuição da extração artério-venosa do lactato e do oxigênio pelo coração durante a reperfusão, havendo uma recuperação parcial ao final de 60 minutos de reperfusão. Os níveis miocárdicos de ATP e de seus nucleotídeos foram mantidos durante o pinçamento aórtico, porém houve redução destes nos primeiros 30 minutos de reperfusão. O lactato acumulou-se no músculo cardíaco durante o pinçamento aórtico, havendo redução durante a reperfusão. CONCLUSÕES: Concluímos por uma análise metabólica que o método não conseguiu evitar o metabolismo anaeróbico durante o período de pinçamento aórtico e que somente com 60 minutos de reperfusão foi observado um grau de recuperação metabólica satisfatória. Provavelmente essas alterações são devido à injúria isquêmica celular ocorrida durante o pinçamento aórtico e parecem ter efeito transitório. Observamos melhora da proteção miocárdica com o acréscimo da indução cardioplégica anterógrada normotérmica.
2022-12-06T14:00:48Z
Sobrosa,Claudio G. Jansson,Eva Kaijser,Lennart Bomfim,Vollmer