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Valor da oximetria de pulso na avaliação da perfusão da mão para retirada da artéria radial: O teste de Allen é satisfatório?
Com o crescimento da utilização da artéria radial como enxerto em operações de revascularização tornou-se importante a avaliação fidedigna da integridade da arcada palmar em cada paciente a fim de se prevenir complicações vasculares da mão. Classicamente, utiliza-se para esta finalidade o teste de Allen, que é baseado em avaliação subjetiva da coloração da mão ao se comprimir os pulsos radial e ulnar e, portanto, mais sujeitos a erros de interpretação. Com a finalidade de avaliação objetiva, propusemos a realização do teste, analisando-se a perfusão através da oximetria de pulso, método simples e facilmente disponível em centro cirúrgico. Objetivo: Os autores apresentam uma nova proposta para avaliação da perfusão e integridade da arcada palmar com a utilização do oxímetro de pulso e comparam os dados obtidos por este método com os do teste de Allen. Método: Foram estudadas 50 artérias radiais, 50 artérias ulnares de 25 pacientes em decúbito dorsal, com idade igual ou superior a 45 anos, sendo 19 do sexo masculino e 6 do sexo feminino, em condições cardio-respiratórias estáveis e sem alterações vasculares periféricas conhecidas em membros superiores. O oxímetro utilizado foi o da marca Ohmeda, sendo o Doppler portátil de fluxo contínuo da Medical Eletronics. A princípio colocou-se o dedal do oxímetro no dedo indicador de cada mão anotando-se a saturação que chamamos de inicial. Verificou-se ao Doppler os pulsos radial e ulnar. Foi realizado o teste de Allen em cada mão comprimindo-se digitalmente ambas as artérias, com o oxímetro no 2º dedo e observando-se o desaparecimento da onda de pulso. Após isso, descomprimiu-se a artéria ulnar retornando a onda de pulso e medindo-se a saturação final. Houve queda de 0 a 2 pontos, no valor da saturação, em 96% dos casos. O Doppler foi utilizado distalmente à compressão da artéria radial mostrando não haver fluxo nesta artéria. Resultado: O teste de Allen mostrou-se satisfatório em 35 (70%) procedimentos; insatisfatórios em 15 (30%); a oximetria resultou normal em 49 (98%) procedimentos com queda importante de sua saturação em apenas 1 (2%) caso, no qual o teste de Allen foi insatisfatório. Conclusões: Observamos que houve diferença significativa entre resultados do teste de Allen e do oxímetro, levando-nos ao questionamento da validade do teste de Allen quanto à sua eficácia, por tratar-se de um método subjetivo em contraposição a um método objetivo (oxímetro), conseqüentemente, estaríamos deixando de utilizar a artéria radial como enxerto em 26% dos casos avaliados pelo teste de Allen.
1998
DAUAR,Renato Bauab BARROS JUNIOR,Nilton de Lima,Paulo Ruiz Lucio de KYIOSE,Alberto Takeshi LEÃO,Luiz Eduardo Villaça SUCCI,José Ernesto
Homoenxerto mitral: uma realidade
Fundamentos: A utilização de homoenxertos valvares aórticos criopreservados está associada a excelente qualidade de vida, com baixa morbidade e durabilidade satisfatória. Espera-se obter resultados semelhantes em posição mitral com o emprego de homoenxertos mitrais criopreservados. Objetivo: Avaliar os resultados imediatos e a curto prazo da substituição da valva mitral por homoenxerto mitral criopreservado. Casuística e Métodos: De julho/97 a fevereiro/98, 8 pacientes com média de idades de 40,3 ± 6,2 anos foram submetidos a substituição da valva mitral por homoenxerto mitral criopreservado. A técnica de implante consistiu de fixação látero-lateral dos músculos papilares, sutura anular contínua e anuloplastia com anel de Carpentier. Antes da alta, todos os pacientes realizaram ecocardiografia bidimensional com Doppler para análise da função valvar e ventricular. Os pacientes foram solicitados a retornar no primeiro mês e, subseqüentemente, a cada três meses de pós-operatório, para controles clínico e ecocardiográfico tardio. Resultados: Houve um óbito hospitalar de causa não relacionada ao enxerto. A avaliação ecocardiográfica antes da alta hospitalar demonstrou média das áreas valvares de 3,1 ± 0,6 cm2 e média dos gradientes médios de 3,5 ± 1,6 mmHg. A insuficiência valvar foi quantificada como inexistente ou trivial em 4 casos e leve em 3. A fração de ejeção de 57 ± 7% no pré-operatório foi adequadamente preservada no pós-operatório (62 ± 6%). Os níveis de hipertensão pulmonar regrediram significativamente de 87 ± 15 mmHg no pré-operatório para 48 ± 12 mmHg no pós-operatório. Houve também redução do tamanho da cavidade atrial esquerda de 61 ± 10 mm para 53 ± 7 mm. Nenhum paciente foi perdido do acompanhamento tardio. Após um tempo médio de seguimento de 4,1 ± 2,5 meses, os pacientes encontram-se funcionalmente bem e sem complicações pós-operatórias. O estudo ecocardiográfico tardio demonstra a persistência dos bons resultados imediatos. Conclusões: Os resultados imediatos e a curto prazo da substituição da valva mitral por homoenxerto mitral criopreservado foram bastante satisfatórios. Somente com tempos mais prolongados de observação poderemos determinar a durabilidade desse enxerto e, eventualmente, expandir as suas indicações.
1998
COSTA,Francisco Diniz Affonso da ABUCHAIM,Décio HAGGI FILHO,Hermínio POFFO,Robinson GASPAR,Rogério ROSA,George Soncini da MILANI,Rodrigo BURGER,Martim ADAM,Eduardo QUINTANEIRO,Vladimir FARACO,Djalma Luis SALLUM,Fábio COSTA,Iseu Affonso da
Plástica da valva mitral em portadores de febre reumática
Objetivo: Analisar os resultados tardios da plástica da valva mitral em pacientes reumáticos. Casuística e Métodos: Durante o período de março de 1980 a dezembro de 1997, 201 pacientes portadores de insuficiência mitral secundária a febre reumática foram submetidos à plástica da valva mitral, no Instituto do Coração do HCFMUSP. A idade média foi de 26,9 ± 15,4 anos e 59,7% dos pacientes eram do sexo feminino. Outros diagnósticos estavam presentes em 67,7% dos pacientes, sendo o mais freqüente a insuficiência tricúspide (31,3%). As técnicas de plástica da valva mitral foram: anel de Carpentier em 75 (37,3%), anuloplastia com tira posterior de pericárdio bovino em 68 (33,8%), anuloplastia posterior segmentar em 16 (7,9%), ressecção quadrangular da cúspide posterior com plicatura do anel correspondente em 11 (5,5%), ressecção de segmento da cúspide anterior em 6 (3%), anuloplastia tipo De Vega em 6 (3%), Kay em 5 (2,5%), Reed em 4 (2%) e outras em 10 pacientes. Técnicas associadas de plástica foram empregadas em 94 (46,8%) pacientes, sendo a mais freqüente o encurtamento de cordas (48 pacientes - 23,9%). Cirurgias associadas foram realizadas em 113 pacientes (56,2%). As curvas actuariais de Kaplan-Meier foram comparadas através de análise de regressão linear. Resultados: A mortalidade hospitalar foi de 4 (2,0%) pacientes, e as causas de mortalidade foram a falência de múltiplos órgãos em 2 (50%) pacientes e o baixo débito cardíaco em 2 (50%). No pós-operatório tardio, 83,9% dos pacientes se encontravam em classe funcional I (NYHA). A sobrevida actuarial foi de 93,9 ± 1,9% em 125 meses. Vinte e três pacientes foram reoperados no pós-operatório tardio, com um intervalo médio de 35,7 meses. A sobrevida livre de reoperação foi 43,3 ± 13,7% em 125 meses. Analisando-se separadamente os pacientes segundo a faixa etária, no grupo menor de 16 anos (Grupo 1) a sobrevida actuarial foi de 91,3 ± 3,8%, contra uma sobrevida de 95,6 ± 2,7% no grupo maior de 16 anos (Grupo 2), com uma diferença estatisticamente significativa (p < 0,0001). Com relação à sobrevida livre de reoperação, também houve uma diferença significativa (p < 0,0001), sendo 50,8 ± 16,9% para o Grupo 1 e 47,0 ± 14,9% para o Grupo 2. Conclusão: Os resultados tardios com a plástica da valva mitral na insuficiência mitral reumática são satisfatórios.
1998
Pomerantzeff,Pablo M. A. Brandão,Carlos M. A. FABER,Cristiano M. GRINBERG,Max CARDOSO,Luís F. TARASOUTCHI,Flávio STOLF,Noedir A. G. VERGINELLI,Geraldo JATENE,Adib D.
Avaliação a médio prazo de procedimentos conservadores das lesões da valva mitral de origem reumática
Objetivo: Os procedimentos conservadores sobre a valva mitral têm vantagens sobre a troca da mesma. Avaliamos os resultados a médio prazo em pacientes com valvopatia mitral de causa reumática quanto às variáveis clínicas e ecocardiográficas. Casuística e Métodos: Cinqüenta e seis pacientes foram submetidos a procedimentos conservadores sobre a valva mitral de etiologia reumática. Quarenta e seis (82,1%) pacientes eram do sexo feminino e 10 (17,9%) do sexo masculino. A idade média dos pacientes foi de 34,70 anos (desvio padrão 13,88 anos). O tempo médio de seguimento foi de 23,84 meses (desvio padrão 9,23 anos). Vinte e cinco (44,6%) pacientes estavam em classe funcional III ou IV e 11 (19,6%) pacientes apresentavam fibrilação atrial antes da cirurgia. Os procedimentos realizados foram comissurotomia com papilaromiotomia em 11 (19,6%) pacientes, comissurotomia com anuloplastia utilizando órtese maleável de pericárdio bovino em 27 (48,2%) pacientes e anuloplastia com órtese maleável de pericárdio bovino em 18 (32,1%) pacientes. Resultados: Houve um óbito (1,7%) per-operatório (30 dias) no grupo estudado. Um paciente apresentou acidente vascular transitório no período pós-operatório, com total recuperação. Ocorreu melhora quanto ao volume diastólico final do ventrículo esquerdo de 52,0 ± 12,4 mm para 48,8 ± 9,9 (p = 0,001), tamanho do átrio esquerdo de 53,0 ± 8,0 mm para 47,8 ± 7,6 mm (p < 0,0001). Ocorreu melhora significativa quanto à classe funcional (p = 0,0001), ficando apenas 1 (1,8%) paciente em classe III. Ocorreram duas reoperações com 28,5 meses e 2,93 meses de seguimento; ficaram livres de reoperação 96,43% no tempo de seguimento. Conclusão: Concluímos que o reparo da valva mitral a médio prazo proporciona bons resultados, com melhora de parâmetros ecocardiográficos e clínicos.
1998
Petrucci Júnior,Orlando Oliveira,Pedro Paulo Martins de Passos,Fabiana Moreira Magna,Luís Alberto Vieira,Reinaldo Wilson Braile,Domingo M.
Biopróteses aórticas porcinas, modelo convencional e sem suporte ("stentless"): estudo comparativo
Objetivo: Analisar os resultados obtidos com o implante de bioprótese porcina em posição aórtica, comparando dois grupos de pacientes operados consecutivamente em um mesmo período: Grupo 1 (G1): pacientes com válvula aórtica sem suporte ("stentless"); Grupo 2 (G2): pacientes com válvula convencional com suporte ("standart"). Casuística e Métodos: No período de janeiro de 1990 a dezembro de 1996, foram realizadas, no Biocor Instituto, 752 operações de troca valvar aórtica, cujos prontuários foram analisados retrospectivamente. Foram levantados dados relacionados às características clínicas dos dois grupos, assim como resultados relacionados à operação: número das próteses implantadas, tempo de circulação extracorpórea (CEC) e pinçamento aórtico (PINC), permanência em Centro de Tratamento Intensivo (CTI) e hospitalar, morbidade e mortalidade pós-operatória. Os ecocardiogramas dos pacientes em acompanhamento ambulatorial foram analisados e os seguintes dados obtidos: área válvular efetiva, índice de área válvular efetiva, gradiente transvalvular médio e grau de insuficiência válvular. Resultados: Foram realizadas 169 operações no G1 e 583 operações no G2. As características clínicas dos dois grupos foram semelhantes, com exceção da idade (38,0 ± 17,5 vs 46,0 ± 19,0 anos) (p < 0,05) e de um número proporcionalmente maior de endocardite, primária e prostética, e de retrocas valvares no G1 (p < 0,02). Quanto aos dados per e pós-operatórios, mais de 70% dos pacientes nos dois grupos receberam próteses de números 19 a 25, sendo o critério para escolha da prótese a medida do anel valvar. Os tempos de CEC (99,9 ± 28,8 vs 86,3 ± 31,0 minutos) e de PINC (80,9 ± 25,2 vs 65,0 ± 24,4 minutos) foram significativamente diferentes (p < 0,0001). No entretanto, os tempos de permanência hospitalar e em CTI, assim como a morbimortalidade hospitalar foram semelhantes. Com relação ao acompanhamento ecocardiográfico, a área valvular efetiva (1,94 ± 0,31 vs 1,48 ± 0,33 cm2) (p < 0,000001), assim como o índice de área valvular efetiva (1,15 ± 0,23 vs 0,89 ± 0,06 cm2/m2) (p < 0,000001), foram significativamente maiores no G1, o que resultou em menores gradientes transvalvulares médios (8,3 ± 4,9 vs 13,2 ± 4,6 mmHg) (p < 0,000001). Os índices de insuficiência valvular foram discretos e sem diferenças significativas entre os dois grupos. Conclusão: As válvulas aórticas compostas porcinas "stentless" quando comparadas às biopróteses convencionais com suporte apresentaram melhor desempenho hemodinâmico a longo prazo, sem aumento de morbimortalidade ou de custos hospitalares. Os benefícios hemodinâmicos observados sugerem um aumento da durabilidade da válvula e regressão mais eficaz das alterações estruturais do ventrículo esquerdo, pressupondo uma melhor qualidade de vida.
1998
Fantini,Fernando Antônio Vrandecic,Mário O. Gontijo FILHO,Bayard Oliveira,Ozanan C. Martins Jr.,Idail C. Marinho,Antônio A. Oliveira,Marcelo H. Oliveira,Carla de SILVA,João A. P.
Toracotomia minimamente invasiva nas intervenções cirúrgicas valvares
Introdução: é tema atual a realização de procedimentos cirúrgicos por minitoracotomias que, inicialmente utilizadas para operações de revascularização do miocárdio, têm sido também propostas como acesso às operações valvares. O objetivo deste trabalho é analisar resultados da minitoracotomia em relação à técnica tradicional nas intervenções valvares, em estudo prospectivo. Casuística e métodos: entre novembro de 1996 e fevereiro de 1998, dois grupos, 8 pacientes operados por minitoracotomia (Grupo 1) e 8 controles (Grupo 2) equiparáveis nas variáveis sexo, idade, peso/altura, classe funcional pré-operatória, doença de base e operação proposta, foram submetidos a reparo ou troca valvar aórtica ou mitral. Os pacientes do Grupo 1 foram operados através de incisão paraesternal direita de até 8 cm, com circulação extracorpórea (CEC) estabelecida através de canulação arterial e venosa femorais e os do Grupo 2 (controles) por esternotomia mediana. Ambos os grupos foram acompanhados até a alta hospitalar. Resultados: Os parâmetros avaliados no trans-operatório e pós-operatório, bem como a análise estatística constam nas Tabelas 1 e 2. Não ocorreram óbitos imediatos. Duas complicações foram registradas: um infarto per-operatório e um acidente vascular cerebral no Grupo 2. Conclusão: os resultados parciais permitem inferir que a abordagem através de pequenas toracotomias é factível sem aumento na morbimortalidade, do tempo cirúrgico ou da estadia hospitalar. Possíveis vantagens objetivas de um método em relação a outro, exceto o aspecto estético, não estão evidentes até esta etapa do estudo.
1998
PEREIRA,Marcelo Balestro BARCELLOS,Christiano S. KALIL,Renato A. K. SANTANA,João R. PRATES,Paulo R. NESRALLA,Ivo A.
Anastomose cavo-pulmonar total sem uso de material protético
Objetivo: Demonstrar a viabilidade na feitura de túnel cava inferior-cava superior com retalho da parede atrial direita, evitando o emprego de material protético. Casuística e Métodos: Foram operados 2 pacientes nos quais se empregou a técnica de anastomose cavo-pulmonar total, sem uso de material protético. O primeiro caso, A.L.M., masc, 4 anos, 15 kg, era portador de atresia tricúspide (EP), com comunicação interventricular (CIV) restritiva. O segundo caso, M.E.N.O., fem, 15 anos, 47 kg, tinha doença de Ebstein. O controle pós-operatório dos pacientes foi feito com ecocardiograma e cateterismo cardíaco. As operações foram realizadas com o emprego de circulação extracorpórea (CEC), e cardioplegia sangüínea como método de proteção miocárdica. A canulação das cavas foi o mais distal possível. A tunelização foi realizada com retalho de tecido atrial direito, suturado ao septo interatrial, deixando-se o seio coronariano e a comunicação interatrial (CIA) para a esquerda. Resultados: Ambos os pacientes evoluíram, sem complicações, na UTI. O primeiro apresentou derrame pleural discreto à direita, e o segundo mantém-se em estimulação artificial (VVI,R). Conclusões: A tunelização intra-atrial para anastomose cavo-pulmonar total pode ser realizada sem o uso de material protético, evitando-se os riscos advindos do seu emprego (calcificação, retração, embolização).
1998
PINTO Jr.,Valdester C. CARVALHO Jr.,Waldemiro BARROSO,Haroldo B. MEJIA,Juan Alberto C. MESQUITA,Fernando Antonio de SARDENBERG,Claudia R. C. CIRINO,Célia M. F. ROCHA,Marilena G. SARDENBERG,Ricardo F. RODRIGUES,Edna S. ARAÚJO,José Augusto R. MAGALHÃES,Antonio Olavo S. TORRES,João Martins de S.
Bandagem reversível do tronco pulmonar: modelo experimental para preparo rápido do ventrículo pulmonar
Um novo cateter-balão foi desenvolvido com o objetivo de induzir o preparo rápido do ventrículo pulmonar. O cateter apresenta três vias, uma para o balão e duas para medir pressões, proximal e distal ao balão [ventrículo direito (VD) e tronco pulmonar (TP)]. Os corações de 6 cabritos jovens (peso médio: 5,3 kg) foram submetidos à sobrecarga sistólica imposta pelo cateter e avaliados morfologicamente e pelo ecocardiograma. A via de saída do VD (VSVD) foi exposta através de toracotomia esquerda. Foram realizadas biópsias do miocárdio para estudos de microscopia óptica e eletrônica. O cateter-balão foi introduzido pela VSVD e posicionado no TP. Após a convalecença pós-operatória, foi iniciado o treinamento do VD através da injeção de 0,5 ml de água no balão. Posteriormente, volumes adicionais (0,5 ml) eram injetados no balão a cada 2 dias, causando sobrecarga sistólica progressiva. A avaliação ecocardiográfica foi realizada com intervalos de 1 a 2 dias. Os animais foram sacrificados após 2 a 3 semanas de treinamento do VD, para avaliação morfológica do coração. O diâmetro externo dos miócitos cardíacos, seccionados longitudinalmente, foi medido ao nível do núcleo, utilizando-se o sistema de análise de imagem (Quantimet-Leica). Secções de 1µ de espessura do VD foram examinados sob microscopia eletrônica para determinar a densidade de volume das mitocôndrias. O ecocardiograma revelou equalização das massas musculares dos ventrículos com intervalo de 6 a 10 dias de treinamento do VD. À microscopia óptica, foi observado aumento significativo do diâmetro dos miócitos (p<0,001) e dos núcleos (p<0,003), embora sob a microscopia eletrônica não tenha havido variação significativa da densidade média do volume de mitocôndrias do VD (p=0,385). O cateter-balão proposto neste trabalho permite a manipulação da luz do TP, possibilitando o preparo rápido e não cirúrgico do ventrículo pulmonar e preservando a integridade anatômica das grandes artérias em pacientes com TGA.
1998
ASSAD,Renato S. CARDARELLI,Marcelo ABDUCH,Maria Cristina Donadio AIELLO,Vera Demarchi MAIZATO,Marina JATENE,Adib D.
Influência do isoflurano na contratilidade miocárdica e fluxo coronariano de corações isolados de ratos
Foram estudados, pela técnica de Langendorff, 18 corações isolados de ratos albinos adultos, submetidos a perfusão retrógrada pela solução de Krebs-Henseleit (pressão de 90 ± 10 cm de H2O, temperatura de 36,5 ± 0,5°C). Os animais foram distribuídos nos seguintes grupos: Grupo I: controle; Grupo II: tratado com isoflurano na concentração de 1,5%. Foram avaliados os seguintes parâmetros: freqüência cardíaca (FC), pressão sistólica (PS), pressão diastólica (PD), dp/dt e fluxo coronariano (FCo). Após 15 min de estabilização, foram obtidos os valores iniciais (t0), sendo os parâmetros registrados seqüencialmente nos seguintes períodos: 1, 2, 4, 6, 10 min. Não ocorreram variações estatisticamente significantes na PS nem na dp no período t1 nos dois grupos estudados. Notou-se aumento da PD (p < 0,05) apenas no Grupo II (4,8 mmHg no período t0, 12,8 mmHg no período t1). Ocorreram ainda diminuição da FC (p < 0,05) e aumento do FCo (p < 0,05) um minuto após a infusão da droga. Notou-se diminuição do FCo de forma progressiva em todos os períodos de recuperação (t2 a t5) após a infusão do isoflurano (p < 0,05). Conclui-se que o isoflurano aumenta o fluxo coronariano durante a sua administração, reduzindo-o no período de recuperação; diminui a freqüência cardíaca e aumenta a pressão diastólica em corações isolados de ratos.
1998
Valle,Guilherme Gustavo do Neves,Huéverson Junqueira Gomes,Eros Silva Christo,Marcelo B. Campos Gomes,Otoni M.
Implante de marcapasso ventricular esquerdo no tratamento da miocardiopatia dilatada e bloqueio de ramo esquerdo associado a discinesia de contração septal
O Bloqueio de Ramo (BRE) pode apresentar-se como entidade isolada, inclusive em corações normais, nos quais aparentemente não causa importante prejuízo à função ventricular esquerda. Estudos realizados com a indução de BRE pelo implante de marcapasso ventricular direito (1) mostraram, no entanto, efeitos deletérios tanto na função sistólica como diastólica do ventrículo esquerdo, inclusive com aparecimento e/ou acentuação de insuficiência mitral. O BRE pode também vir acompanhado de contração discinética do septo interventricular, que causa um prejuízo adicional à função ventricular esquerda e está, em geral, associada a um quadro de miocardiopatia e insuficiência cardíaca de mau prognóstico (2). Estimulados pelo trabalho de CAZEAU et al. (3), em 1994, estudaram pacientes miocardiopatas e demonstraram que a utilização de marcapasso nas quatro câmaras cardíacas causava agudamente redução da pressão capilar pulmonar e aumento do débito cardíaco, provavelmente pela sincronização de contração ventricular estimulando os dois átrios e ventrículos sincronicamente. Nós investigamos a possibilidade da utilização apenas de estimulação ventricular esquerda através de um marcapasso bicameral, para a tentativa de sicronização de contração do ventrículo esquerdo e septo interventricular em pacientes portadores de miocardiopatia, bloqueio de ramo esquerdo e discinesia septal. O procedimento foi realizado em 3 pacientes que foram submetidos no pós-operatório, com o MP ligado e desligado, a estudo ecocardiográfico e cintilográfico para a análise da função ventricular esquerda através do cálculo da fração de ejeção. Os resultados mostraram importante melhora deste parâmetro: no primeiro caso indo de 17% para 25%; no segundo de 13% para 30% e no terceiro de 13% para 27%. A discinesia praticamente desapareceu em 2 dos casos e foi quantificada como +/4 no primeiro caso. A classe funcional e a insuficiência mitral não foram parâmetros avaliados em nossos pacientes, pois os 3 tiveram indicações de procedimentos associados ao implante de MP, o que poderia falsear os resultados de melhora pós-operatória. Apesar do pequeno número de pacientes, este novo procedimento nos parece promissor, no tratamento de doentes com miocardiopatia e BRE com discinesia septal, onde obtivemos melhoria na fração de ejeção em média de 92%. Futuramente, talvez possamos indicá-lo na prevenção ou mesmo antes da deterioração da função ventricular esquerda e melhorando o prognóstico e a sobrevida dos pacientes.
1998
MOREIRA NETO,Francisco Fernandes ENGEL,Augusto SGARBIERI,Ricardo Nilsson BOMBONATO,Rubio BRASIL,José Carlos Franco
Experiência inicial da estimulação cardíaca artificial com marcapasso VDD de eletrodo único
Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar o desempenho do marcapasso VDD com eletrodo único Dromos-Biotronic. Casuística e Métodos: Num período de 12 meses foram realizados 21 implantes de sistemas VDD com eletrodo único, no Instituto do Coração do Hospital Madre Teresa. Onze pacientes eram do sexo feminino, a média de idades foi de 59,8 anos (16 a 77). Todos os pacientes apresentavam bloqueio atrioventricular (BAV) avançado (BAV total e BAV segundo grau). A miocardiopatia chagásica foi a etiologia de maior prevalência (76,1%), seguido de pós-cirúrgico (14,3%), miocardioesclerose (4,7%) e de etiologia desconhecida (4,7%). Os pacientes utilizaram eletrodo SL 60-/13-UP Biotronic. A técnica de implante foi a tradicional para implantes VVI endocavitários, apenas com o cuidado de posicionar os anéis de "sensing" atrial em posição alta ou médio-alta no átrio e medir os potenciais desta cavidade. A avaliação pós-operatória foi realizada a nível ambulatorial, no terceiro mês de pós-operatório, constando de análise telemétrica, ecocardiográfica e teste de esforço em esteira, para avaliação da função ventricular, tolerância ao exercício e manutenção do sincronismo AV no repouso e durante movimento. Resultados: A análise telemétrica demonstrou boa captura atrial no repouso em todos os pacientes (100%). O teste de limiar de sensibilidade atrial revelou onda "P" média de 1,27 mV, sendo que apenas um paciente tinha sensibilidade atrial reprogramada para 0,1 mV devido a perda de captura dependente de posição; os demais pacientes foram mantidos com programação à nominal deste parâmetro (0,2 mV). A ecocardiografia revelou melhora da fração de ejeção em 71,4% dos pacientes e 90,47% relataram melhora funcional (NYHA). Ao teste de esforço 95,23% dos pacientes mantiveram o sincronismo AV no pico do esforço. Conclusão: A estimulação cardíaca artificial em VDD com eletrodo único demonstrou excelente alternativa à estimulação em DDD, porque manteve o sincronismo AV em repouso e no exercício, melhorou o desempenho hemodinâmico e, conseqüentemente, a classe funcional da maioria dos pacientes, sem a necessidade de se utilizar um segundo eletrodo, evitando, assim, as complicações de implante e seu acompanhamento deste. Desta forma, o sistema VDD com eletrodo único reúne as facilidades de implante dos sistemas VVI, com os benefícios hemodinâmicos dos sistemas DDD, devendo, pois, ser indicado em todos os pacientes que tenham estabilidade atrial e competência sinusal.
1998
GONÇALVES,Leonardo Augusto D'Ávila REIS FILHO,Fernando Antônio Roquete LIMA,Luiz Cláudio Moreira GOMES,Maurício de Castro MOTA,Ricardo Grossi MIRANDA,Cláudia Madeira BRASIL,Juliana Amaral VASCONCELLOS,André Von Sperling FRANCO,Talulah Moreira RABELO,Raul Corrêa BERNARDES,Rodrigo de Castro
Escolha da técnica cirúrgica para o tratamento da síndrome da cimitarra
A síndrome da cimitarra, retorno anômalo parcial da drenagem venosa pulmonar para veia cava inferior (VCI), é lesão rara, razão pela qual a maioria dos cirurgiões não tem grande experiência com a técnica de correção. Relatamos o caso de paciente do sexo feminino, com 29 anos de idade, com o diagnóstico de síndrome da cimitarra comprovado pelo cateterismo cardíaco, que revelava calibrosa veia anômala do pulmão direito em direção à VCI e desembocando na junção entre esta e o átrio direito. Para o tratamento cirúrgico optamos, inicialmente, pela técnica de Kirklin, porém os achados operatórios nos obrigaram a mudar de técnica, levando-nos a dividir a veia anômala e reimplantá-la na parede do átrio direito, conforme descrito por Cooley. São técnicas diferentes com tempos distintos, prolongando, portanto, o tempo de operação. Um dos objetivos deste trabalho é contribuir para o processo de decisão dos cirurgiões, já que a comparação entre as técnicas não é encontrada na literatura.
1998
CASTRO NETO,Josué V. CARVALHO,Rubens J. SOUSA,Francisco Carlos C. AGUIAR,Marco Aurélio B. JUCÁ,E. Régis
Transplante cardíaco ortotópico: experiência na Universidade Federal de São Paulo
Foram realizados no período de novembro de 1986 a abril de 1997, 92 transplantes ortotópicos, com receptores na faixa etária de 3 a 63 anos (média de 44,9 anos). Os diagnósticos pré-operatórios foram de miocardiopatia dilatada em 42 (44,6%) pacientes, isquêmica em 23 (25,0%), chagásica em 21 (22,8%), valvar em 3 (3,2%) e outras miocardiopatias em 3 (3,2%) pacientes. A técnica operatória empregada (Lower e Shumway, em 1960) foi satisfatória e sem complicações. O tempo de isquemia - mais longo nos transplantes com captação à distância - foi sempre inferior a quatro horas. As complicações relacionadas ao uso crônico de imunossupressores foram, principalmente, hipertensão arterial (84,6%), hiperuricemia (75,4%) e dislipidemia (63,0%). Quanto às infecções, houve predomínio das virais, com 42 (45,6%) casos, seguidas das bacterianas, com 35 (38,0%) casos, e das por protozoários, com 15 (16,3%) casos. Dentre as infecções bacterianas, sete foram do sítio cirúrgico, com boa evolução. Das infecções por protozoários, sete (46,6%) forma por reativação do Trypanosoma cruzi. A mortalidade geral nos primeiros 30 dias do pós-operatório foi de 17,3% e teve, como principais causas: infecção, complicações neurológicas e rejeição. Após esses 30 dias e até o primeiro ano, houve 10 (10,3%) óbitos, com predomínio de rejeição e infecção como causas. Após o primeiro ano de pós-operatório, houve 13 (14,0%) falecimentos, por causas diversas, como: morte súbita, infecção, rejeição, além de outras. A curva actuarial mostrou no 1º, 2º, 3º, 4º, 5º e 6º anos uma sobrevivência de receptores de 71,6%, 66,6%, 60,5%, 54,4%, 54,4%, 54,4%, respectivamente. Não houve perda de seguimento de paciente, e os sobreviventes até a conclusão do trabalho encontravam-se bem, todos em classe funcional I da NYHA. Os autores concluem que é possível a realização de transplante cardíaco em nossa comunidade com sobrevivência e taxa de complicações pós-operatórias aceitáveis, porém diferentes das estatísticas internacionais.
1998
BRANCO,João Nelson Rodrigues TELES,Carlos Alberto AGUIAR,Luciano de Figueiredo VARGAS,G. F. HOSSNE Jr.,M. A. ANDRADE,José Carlos S. CARVALHO,A. C. C. BUFFOLO,Ênio
Plástica da valva mitral com emprego do anel de Gregori-Braile: análise de 66 pacientes
Tendo em vista as complicações decorrentes com uso das próteses valvares, maior tem sido o empenho em se conservar a valva mitral. Objetivo: O presente trabalho analisa a plástica da valva mitral com emprego do anel de Gregori-Braile em 66 pacientes operados consecutivamente entre outubro de 1989 a outubro de 1995. Casuística e Métodos: Quarenta e cinco (74,1%) pacientes eram do sexo feminino e 17 (25,7%) pacientes do masculino. A idade média foi de 32,9 anos. Moléstia reumática esteve presente na maioria dos casos (49 pacientes) e insuficiência mitral em 38 (57,5%) pacientes. O tempo de evolução foi de 2,560 meses/pacientes com média de 38,8 meses e o acompanhamento foi realizado em 64 (96,9%) pacientes. Os métodos de avaliação foram: quadro clínico (GF), sopro sistólico no foco mitral (SSFM) e estudo Dopplerecocardiográfico no período pré e pós-operatório. As técnicas empregadas sobre a valva mitral foram: implante do anel, mobilização das cúspides e cordas tendíneas e restrição da mobilidade valvar. Encurtamento das cordas tendíneas foi realizado em 44 (66,6%) pacientes. Os procedimentos associados foram: redução do AE (8 casos), troca valvar aórtica (3 casos) e cirurgia de Cox (3 casos). (1,5%) uma paciente faleceu sete dias após a operação por tromboembolismo pulmonar. Resultados: Houve importante melhora do grau funcional após a operação. No pré-operatório 41 (62,1%) pacientes estavam no GF III e 23 (34,8%) pacientes no GF IV. Após a plástica, 53 (80,3%) pacientes se encontravam no GF I e 8 (12,1%) pacientes no GF II. O mesmo ocorreu com o SSFM, pois em 92,4% dos operados ele era ausente ou de + de intensidade. O GF e SSFM melhoraram de maneira significativa (p < 0,001). Quanto ao estudo Dopplerecocardiográfico, a média do diâmetro diastólico do VE era de 5,96 cm no PO (p < 0,001). A média do tamanho do AE era de 5,67 cm no pré e 4,65 cm no PO (p < 0,001). O diâmetro da aorta ascendente era de 2,97 cm no pré e 3,13 cm no PO (p < 0,01). A média do encurtamento percentual era de 35,38% no pré e 34,12% no PO ( sem diferença estatística). A média da área valvar no pré e PO era de 1,7 cm2 e 2,43 cm2 (p < 0,003), respectivamente. A média do gradiente de pressão através da valva mitral era de 11,19 mmHG no pré e 5,58 mmHG no PO (p < 0,003). Três (4,5%) pacientes faleceram no pós-operatório tardio. Após 72 meses, 95,5% dos pacientes estavam livres de mortalidade, 96% livres de reoperação (6,0%) e 98,4% livres de tromboembolismo. Conclusão: A plástica da valva mitral é procedimento reprodutível, a melhora do grau funcional é significativa estatisticamente, é bastante eficaz no tratamento da insuficiência e dupla lesão mitral e deve ser realizada sempre que possível.
1998
CARVALHO,Roberto Gomes de GIUBLIN,Paulo R. LOPES,Luiz Roberto MULINARI,Leonardo LOURES,Danton R da Rocha
Miniesternotomia para a cirurgia da valva aórtica: experiência inicial
É apresentada a experiência inicial com a cirurgia minimamente invasiva para o tratamento das afecções da valva aórtica, através da miniesternotomia em L invertido. No período de junho a novembro de 1997, 12 pacientes adultos foram submetidos a troca da valva aórtica. A técnica cirúrgica constitui-se na substituição da valva aórtica por prótese biológica, através de minitoracotomia, com esternotomia parcial do tipo L invertido, estendendo-se da fúrcula ao quarto espaço intercostal direito. O reduzido trauma cirúrgico proporcionou recuperação mais precoce. Em 1 (18,3%) caso, houve necessidade de conversão para esternotomia total por dificuldade de saída de CEC. A evolução tardia foi obtida em 11 (91,6%) casos, estando todos os pacientes assintomáticos.
1998
DIAS,Ricardo Ribeiro Avelar JÚNIOR,Silas Fernandes de SANTOS,Gilmar Geraldo LIMA,Marco Aurélio Vilela Borges SOBRAL,Marcelo Luiz Peixoto Amaral NETO,Othon RENUZZA,Demóstenes AZEVEDO,Luiz Fernando de Oliveira MORENO,Yonni Luiz HADDAD,Vítor STOLF,Noedir A. G.
Técnicas reparadoras em crianças com anomalias congênitas da valva mitral: resultados clínicos tardios
Fundamento: Malformações congênitas da valva mitral são lesões complexas. Em crianças e adolescentes, os anéis protéticos devem ser evitados. Desde 1975 não usamos anéis protéticos, empregando-se a técnica de Wooler nas anuloplastias. Objetivo: Análise da evolução clínica tardia após o tratamento cirúrgico das anomalias mitrais congênitas, com e sem malformações associadas, em crianças até 12 anos de idade, tratadas com técnicas reparadoras e reconstrutivas sem suporte anelar. Casuística e Métodos: Foram avaliados 21 pacientes operados entre 1975 e 1998. A média de idade foi de 4,67 ± 3,44 anos; sexo feminino em 47,6%; a insuficiência esteve presente em 57,1% (12 casos), estenose em 28,6% (6 casos) e dupla lesão em 14,3% (3 casos). O tempo de perfusão foi 43,10 ± 9,50 min; tempo de isquemia 29,40 ± 10,50 min. O seguimento clínico na insuficiência foi feito em 12 pacientes com média de 41,52 ± 53,61 meses; no grupo de estenose em 4 pacientes com média de 46,39 ± 32,02 meses. Resultados: No grupo de insuficiência 10 pacientes estavam assintomáticos. Controle ecocardiográfico em 9 pacientes, (seguimento 37,17 ± 39,51 meses) 6 pacientes apresentaram refluxo leve, 1 ausência de refluxo e 2 com refluxo moderado; 1 paciente foi reoperado aos 48 m após a primeira operação, sendo feita nova plastia. No grupo da estenose, 4 pacientes, todos assintomáticos, sendo 2 sem medicação, com seguimento ecocardiográfico, média 42,61 ± 30,59 meses, gradiente médio entre 8 e 12 mmHg. No grupo de dupla lesão, 1 paciente foi reoperado para implante de bioprótese aos 43 meses da primeira operação, 1 paciente aos 75 meses da operação encontrava-se em classe funcional II e a ecocardiografia mostrou estenose e insuficiência leve. Não foram relatados episódios de endocardite nem tromboembolismo. A mortalidade operatória foi de 9,5% (2 casos). Não houve mortalidade tardia. Conclusões: a estenose mitral apresenta maiores dificuldades de correção, pelas anormalidades valvares e pela gravidade de lesões associadas. A correção da insuficiência sem suporte anelar apresenta bons resultados a longo prazo.
1998
LORIER,Gabriel KALIL,Renato A. K. PRATES,Paulo R. HOMSI NETTO,Abud TELEO,Nicolas BARCELLOS,Christiano GONZALES,Javier CHIATTONI,Marcus K. S. HOPPEN,Gustavo Roberto SANT'ANNA,João Ricardo NESRALLA,Ivo A.
Avaliação pós-operatória imediata da influência da desinserção da valva tricúspide no tratamento da comunicação interventricular
Apesar da valva tricúspide e suas cordas algumas vezes perturbarem a visão das margens da comunicação interventricular, a preocupação sobre a insuficiência valvar pós-operatória tem levado alguns cirurgiões a evitar a técnica de desinserção e sua posterior ressuspensão. Analisamos, retrospectivamente, 34 casos de pacientes portadores de comunicação interventricular divididos em dois grupos comparáveis estatisticamente quanto ao sexo, idade e peso, além de lesões associadas, nos quais foi realizada correção cirúrgica da CIV sem (Grupo I, com 19 pacientes) e com (Grupo II, com 15 pacientes) a utilização da técnica de desinserção da valva, analisando a insuficiência tricúspide pós-operatória e a incidência de CIV residual e distúrbios da condução atrioventricular. Foi realizada a desinserção das cúspides anterior e septal da valva tricúspide junto ao anel e, posteriormente, ressuspensos com sutura contínua de prolene 6-0. O grau de insuficiência tricúspide pós-operatória e CIV residual foi avaliado por ecocardiograma realizado no pós-operatório imediato e no dia da alta hospitalar. Os resultados mostraram ausência de insuficiência tricúspide (IT) em 12 pacientes do Grupo I e em 10 pacientes do Grupo II; presença de insuficiência discreta em 5 pacientes do Grupo I e 4 pacientes do Grupo II; e insuficiência leve e moderada em 2 casos do Grupo I e em 1 caso do Grupo II. Nenhum dos pacientes apresentou insuficiência grave. Apesar do número reduzido de casos, não houve diferença significativa na incidência da IT. Houve apenas um caso de CIV residual no Grupo I, que evoluiu com fechamento espontâneo. O bloqueio atrioventricular ocorreu em apenas uma paciente do Grupo II, que reverteu espontaneamente. A mortalidade foi de 10,5% no Grupo I e de 6,6% no Grupo II. Os autores concluem que a desinserção e ressuspensão e sutura da valva tricúspide no tratamento da comunicação interventricular não afeta a competência da valva tricúspide nem aumenta a incidência de comunicação interventricular residual ou bloqueio atrioventricular.
1998
MOREIRA NETO,Francisco Fernandes Sgarbieri,Ricardo Nilson
Tratamento cirúrgico em dois tempos do aneurisma toracoabdominal roto com prótese intraluminal sem sutura
O tratamento cirúrgico dos aneurismas toracoabominais exige toracofreno laparotomia, períodos prolongados de pinçamento aórtico com isquemia visceral, sangramento abundante de difícil controle, complicações pulmonares, renais, neurológicas e distúrbios de coagulação com morbimortalidade muitas vezes proibitiva para pacientes de idade avançada, ou portadores de distúrbios respiratórios, renais ou cardíacos prévios. A rotura aumenta em muito a já elevada taxa de morbimortalidade. Crawford (1-3) e Borst (4) descreveram operação em dois tempos para tratamento de aneurisma que atinge mais de um segmento da aorta, com bons resultados. O objetivo de nosso trabalho é mostrar a técnica cirúrgica em dois tempos, empregando prótese intraluminal sem sutura (5, 6). Esta técnica nos proporciona uma operação menos agressiva por abordar somente o segmento roto da aorta, portanto apenas uma cavidade é manipulada (tórax ou abdome). A anastomose com prótese intraluminal reduz em muito o tempo de pinçamento da aorta e, conseqüentemente, a isquemia visceral, diminuindo, também, o sangramento. A redução da agressividade cirúrgica sobre estes pacientes já gravemente enfermos nos proporcionou bons resultados cirúrgicos.
1998
BERNARDES,Rodrigo de Castro REIS FILHO,Fernando A. Roquete LIMA,Cláudio Moreira GONÇALVES,Leonardo D'Ávila OLIVEIRA,Marília M. Cedin CASSÉTE,Luciana T. Fernandes MONTEIRO,Ernesto Lentz da Silveira MELLO,José Marcelo Coutinho de
Avaliação do sensor de contratilidade cardíaca em sistema DDDR: estudo multicêntrico
Introdução: O tratamento de distúrbios na condução atrioventricular associados a doenças do nó sinusal com o emprego de marcapassos DDDR tem incentivado a procura de um sensor ideal. Objetivo: Avaliar a resposta de freqüência do marcapasso com sensor de contratilidade em situações de esforço físico e mental, tanto em laboratório como em atividades diárias de pacientes com bradicardia e insuficiência cronotrópica. Casuística e Métodos: Do estudo multicêntrico brasileiro "Projeto Inos DR _ Brasil", que emprega um sistema de estimulação DDDR cujo indicador é o estado contrátil do miocárdio, foram selecionados 38 pacientes com insuficiência cronotrópica, sendo 21 do sexo masculino e 17 do sexo feminino, com idades variando de 13 a 83 anos (média de 57 anos). O marcapasso utiliza um parâmetro do próprio controle cardiovascular (contratilidade cardíaca obtida pela medida da impedância cardíaca unipolar) para a adaptação da freqüência cardíaca, num sistema de malha fechada que, teoricamente, possibilita um ajuste a todas as necessidades fisiológicas. A calibração e programação do sistema só foi realizada 30 dias após o implante (tempo de maturação da irterface coração-eletrodo), realizando-se, então, teste de estresse mental (matemático) e teste ergométrico (em esteira), monitorados com histograma de freqüência e com curvas de consumo de oxigênio. Resultados: A média de limiares agudos de estimulação foi de 0,82 Volts e 0,55 Volts, e a média de limiares de sensibilidade foi de 2,37 mV e 10,61 mV, respectivamente, para átrios e ventrículos. A média de limiares crônicos de estimulação foi de 1,44 Volts e 1,18 Volts, e a média de limiares de sensibilidade foi de 2,81 mV e 6,3 mV, respectivamente para átrios e ventrículos. A freqüência cardíaca variou de 5% a 128% nas atividades físicas e de 5% a 80% nas atividades mentais, com elevação logo no início das atividades, permitindo uma curva normal de consumo de oxigênio, comparável à de indivíduos normais de mesma faixa etária, sexo e peso. As médias foram comparadas pelo teste T de Student e as variáveis, pela análise de variância. Conclusão: O sensor de contratilidade cardíaca tem excelente desempenho na adaptação da freqüência cardíaca, com valor semelhante ao produzido pelo sistema nervoso autônomo de indivíduos normais.
1998
ANDRADE,José Carlos S. ANDRADE,Veridiana S. BUFFOLO,Ênio GRECO,Oswaldo Tadeu LOPES,Marly Gerola Macedo Júnior,Antônio MENEZES JÚNIOR,Antônio da Silva MORAES,Antônio Vitor MOTA,Newton José Martins PACHÓN,José Carlos Schaldach,Marc TEBEXRENI,Antônio Sérgio TOMAS,Aldo Auler
Uso do balão intra-aórtico no choque cardiogênico no pós-operatório de cirurgia cardíaca: análise prospectiva durante 22 meses
O balão intra-aórtico é um dispositivo de assistência circulatória mecânica utilizado nos casos de falência ventricular per-operatória. Neste estudo foram seguidos todos os pacientes submetidos a inserção de balão intra-aórtico durante 22 meses, no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor). Apesar de não conseguirmos demonstrar evidência estatisticamente significativa de mortalidade entre os dados comparados (tipo de operação, levando-se em conta urgência, idade, sexo, presença de problemas médicos, classe funcional, função cardíaca, tempo de pinçamento da aorta, tipo de circulação extracorpórea, suporte e complicações), o estudo demonstrou o universo de pacientes em nossa Instituição submetidos ao procedimento.
1998
JUCÁ,Fabiano G. MOREIRA,Luís Felipe P. CARMONA,Maria José C. STOLF,Noedir A. G. JATENE,Adib D.