RCAAP Repository

Correção cirúrgica com sucesso de aneurisma subaórtico: relato de caso

Os aneurismas subaórticos são pouco comuns, localizando-se geralmente na fibrosa intervalvar mitro-aórtica (FIMA). Podem ser assintomáticos ou causar sintomas como: dor torácica, palpitação, sopros, insuficiência cardíaca, disfunção valvar mitral e aórtica, angina, IAM, BAVT, infarto agudo do miocárdio, bloqueio atrioventricular total, tamponamento cardíaco, ou morte súbita. Apresentamos o caso de paciente de 18 anos de idade que desenvolveu quadro séptico em maio de 1996, com meningite e coagulação intravascular disseminada com Staphylococcus aureus em hemocultura, sem evidências ecocardiográficas de endocardite bacteriana. Em março de 1997, foi observada presença de sopro sistólico mitral. Os ecocardiogramas transtorácico e transesofágico mostraram valva aórtica bivalvulada, prolapso da cúspide anterior da valva mitral e presença de aneurisma subaórtico em região da FIMA com shunt da via de saída do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo. O estudo hemodinâmico evidenciou refluxo do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo, sem definir estrutura aneurismática. Submetido a cirurgia com auxílio da CEC em maio de 1997. Abordagem do aneurisma subaórtico por atriotomia esquerda evidenciando-se formação sacular aneurismática com 1,8 cm de extensão e colo com 1,0 cm de diâmetro, ao nível da FIMA. Realizada resecção do tecido aneurismático com plicatura ao nível do colo de aneurisma, mantendo-se a integridade valvar aórtica e mitral. Paciente apresentou excelente evolução, com alta hospitalar no 7º dia de pós-operatório. O ecocardiograma no pós-operatório demonstrou pequena dilatação sacular em FIMA, sem shunt residual, com boa função mitral e aórtica. Concluindo, o tratamento cirúrgico do aneurisma subaórtico pode ser realizado com sucesso, com interrupção do trajeto fistuloso e preservação das valvas mitral e aórtica.

Year

1998

Creators

BUENO,Ronaldo Machado Ávila NETO,Vicente MELO,Ricardo F. A.

Existe lugar para a ventriculectomia parcial esquerda no tratamento da cardiomiopatia dilatada?

A ventriculectomia parcial esquerda tem sido realizada como alternativa ao transplante cardíaco no tratamento das miocardiopatias. Neste trabalho foi analisada a influência desse procedimento sobre a evolução clínica e o comportamento da função ventricular em 37 pacientes portadores de cardiomiopatia dilatada. Métodos: Os pacientes estavam em classe funcional III (16) ou IV (21) no pré-operatório. A ressecção parcial do ventrículo esquerdo (VE) foi associada à anuloplastia mitral em 27 pacientes e à substituição mitral em 2. Resultados: Ocorreram 7 (18,9%) óbitos hospitalares e os pacientes sobreviventes foram seguidos por período que variou entre 2 e 33 meses (média de 16,2 meses). Outros 9 pacientes faleceram durante os primeiros 6 meses de pós-operatório, por progressão de insuficiência cardíaca (5) ou por eventos relacionados à arritmia (4). A sobrevida atuarial foi de 56,7 ± 8,1% dos 6 aos 30 meses de seguimento. Através de análise unifatorial e de regressão logística foi identificada relação significativa entre o grau de hipertrofia das fibras miocárdicas e o risco de mortalidade após a ventriculectomia parcial, sendo observada sobrevida de 73,6 ± 10,1% em 2 anos para os pacientes operados com diâmetro médio de fibras miocárdicas abaixo de 22. Por outro lado, a classe funcional melhorou nos pacientes sobreviventes de 3,5 ± 0,5 para 1,7 ± 0,9 aos 6 meses de pós-operatório (p < 0,001). Além disso, o volume diastólico do VE diminuiu de 523 ± 207 para 380 ± 148 ml (p < 0,001) e a fração de ejeção de VE se elevou de 17,1 ± 4,6 para 23 ± 8% (p < 0,001), enquanto que modificações significativas do índice cardíaco, índice sistólico e das pressões em território pulmonar foram observadas no 1º mês de pós-operatório. O estudo sistemático da função ventricular documentou a manutenção da melhora da fração de ejeção de VE e dos parâmetros hemodinâmicos por até 2 anos de seguimento, apesar da tendência à elevação do volume diastólico de VE. Conclusões: A ventriculectomia parcial esquerda melhora a condição clínica e a função ventricular de pacientes portadores de cardiomiopatia dilatada por até 2 anos de seguimento. No entanto, a aplicação clínica desse procedimento é limitada pela elevada mortalidade observada nos primeiros meses de pós-operatório. Por outro lado, a identificação de que alterações intrínsecas da fibra miocárdica estão relacionadas ao prognóstico pós-operatório da ventriculectomia parcial abre novas perspectivas para a sua utilização.

Year

1998

Creators

MOREIRA,Luiz Felipe P. STOLF,Noedir A. G. BOCCHI,Edimar A. BACAL,Fernando IGUSHI,Maria de Lourdes BELLOTTI,Giovani JATENE,Adib D.

A cirurgia da endomiocardiofibrose revisitada

Entre dezembro de 1977 e dezembro de 1997, 83 doentes com endomiocardiofibrose (EMF) foram submetidos a decorticação endocárdica e substituição ou reparo das valvas atrioventriculares. Sessenta e seis (79,6%) eram do sexo feminino e 17 (20,4%) do masculino, variando as idades de 4 a 59 anos (média 31). Trinta e sete (44,5%) pacientes tinham doença biventricular, 34 (41%) apenas do ventrículo direito e 12 (14,5%) apresentavam EMF limitada ao ventrículo esquerdo. Todos estavam na classe funcional III ou IV da classificação da New York Heart Association. Sessenta e oito (81,9%) pacientes sobreviveram à operação e foram seguidos por período de tempo que variou de um mês a 17 anos. O tempo total de seguimento foi de 6.290 pacientes/meses (média: 92 meses). Houve 15 óbitos tardios, mas em 6 a causa não esteve relacionada à doença de base. Quatro (5,8%) doentes apresentaram recidiva da fibrose e foram reoperados; em 6 (8,8%) apareceu fibrose no outro ventrículo. Cinco (7,3%) pacientes foram reoperados, seja para retroca de prótese valvular, seja para substituir a valva preservada na primeira operação. Somente 24 (45%) dos atuais 53 sobreviventes estão em classe funcional I ou II. A curva de sobrevida actuarial, incluindo a mortalidade operatória, revelou que a probabilidade de sobrevida, 17 anos após a operação, é de 55%. Conclui-se que o tratamento cirúrgico da EMF deve ser considerado um procedimento paliativo porque a operação não impede a progressão da doença. Mesmo assim a operação é recomendada em pacientes com EMF e sintomas de insuficiência cardíaca, visto ser a única forma de tratamento.

Year

1998

Creators

MORAES,Carlos R. RODRIGUES,Jorge V. GOMES,Cláudio A. TENÓRIO,Euclides MORAES NETO,Fernando HAZIN,Sheila SANTOS,Cleuza L. CAVALCANTI,Ivan

Influência da operação de Cox no tratamento da fibrilação atrial em valvopatia mitral reumática: análise comparativa de resultados imediatos e tardios

Este estudo visa avaliar a operação de Cox no tratamento da fibrilação atrial (FA) de etiologia reumática em pacientes (pts) portadores de valvopatia mitral. No período de julho 1991 a junho 1994, 55 pts valvopatas mitrais reumáticos (35 dupla lesão e 19 estenose) e FA associada foram operados. A média de idades era de 51,5 anos (16 a 74 a), 47 femininos. Todos se encontravam no pré-operatório em ICC CF III ou IV. Segundo o tipo de operação, foram identificados dois grupos: G I - 20 pts submetidos a operação da valva mitral e operação de Cox para tratamento da FA e G II - 35 pts operados apenas da valva mitral. Eco pré-operatório mostrou diâmetro de átrio esquerdo semelhante em G I e G II (5,35 e 5,57 mm; p = 0,779). Em 24 pts a valva mitral foi substituída por bioprótese de pericárdio bovino e preservada em 31. Observaram-se 3 óbitos hospitalares, sendo 1 no G I. Detectou-se FA na UTI em 82,4% dos pts do G II, mantida em 76,5% em período de evolução de 37,7 meses; no G I, 21,1% dos pts apresentaram FA na UTI, mantida em 5,3% em período de evolução de 37,4 meses (p = 0,0001). Seis (20,6%) pts do G II apresentaram no pós-operatório episódios de embolia sistêmica (em FA) e um paciente apresentou episódio de embolia pulmonar, contra nenhum episódio detectado nos pacientes do G I (p = 0,041). Em conclusão, a operação de Cox mostrou-se eficaz no controle tardio da FA e prevenção de embolia, com baixa morbimortalidade, devendo ser considerada como opção nos portadores de FA associada à valvopatia mitral.

Year

1998

Creators

Jatene,Marcelo B. Barbero-Marcial,Miguel Tarasoutchi,Flavio Cardoso,Rita A. POMERANTZEFF,Pablo M. A. JATENE,Adib D.

Origem anômala pulmonar da artéria coronária esquerda com trajeto intramural aórtico: diagnóstico e tratamento cirúrgico

Cinco pacientes com idades entre 3 meses e 11 meses, com diagnóstico clínico, ecocardiográfico e angiográfico de origem anômala da artéria coronária esquerda do tronco pulmonar foram operados no período de 1987 a 1997. Somente durante o ato operatório foi diagnosticado o trajeto intramural aórtico. Em 4 deles uma nova técnica cirúrgica foi utilizada e em 1 deles o reimplante da coronária esquerda foi empregado. Nesta técnica, após o diagnóstico intra-operatório do trajeto intramural, o tronco pulmonar é aberto e a coronária esquerda é explorada com um probe de modo a identificar seu trajeto. A seguir, a aorta é aberta e o segmento intramural da coronária é aberto longitudinalmente. A camada íntima da coronária é suturada à íntima e média da aorta, criando-se uma ampla janela aortocoronária. Por último, a origem da coronária anômala no tronco pulmonar é ligada. Os 4 pacientes operados com esta técnica evoluíram com melhora da classe funcional e da função contrátil ao ecocardiograma. Apresentam-se em classe funcional grau I (NYHA) após um período de seguimento de 7 meses a 10 anos. O único óbito ocorreu no paciente submetido a dissecção da coronária esquerda e reimplante na aorta, que apresentou complicações pós-operatórias, falecendo 6 meses após a alta hospitalar. Nestes casos, a tentativa de separar a coronária da parede aórtica e reimplantar a coronária deve ser evitada. A técnica descrita permite a correção cirúrgica desta anomalia de maneira simples e segura, com bons resultados a longo prazo.

Year

1998

Creators

BARBERO-MARCIAL,Miguel TANAMATI,Carla ATIK,Edmar KAJITA,Luiz EBAID,Munir JATENE,Marcelo B. JATENE,Adib D.

Uso da prótese endovascular auto-expansível para tratamento das doenças da aorta torácica descendente

Os autores relatam a experiência com o tratamento de aneurisma e dissecção da aorta descendente associada ou não a comprometimento do arco aórtico com o uso de prótese intraluminal auto-expansível introduzida cirurgicamente através do arco aórtico. Foram operados 11 pacientes, 9 do sexo masculino e com idades variando de 49 a 78 anos. O diagnóstico era de aneurisma em 6, sendo 2 rotos e dissecção em 5, sendo aguda em 2. Quatro doentes apresentavam afecções cirúrgicas associadas: aneurisma de aorta ascendente (1), aneurisma de arco (1), insuficiência coronária (1) e insuficiência da valva aórtica (1). Os pacientes foram operados com colocação de prótese intraluminal auto-expansível cirurgicamente através do arco aórtico sob hipotermia profunda e parada circulatória total. Em 4 pacientes foram realizadas operações associadas: troca da valva aórtica (1), substituição da aorta ascendente (2), troca do arco aórtico (1) e revascularização miocárdica (1). Houve um óbito intra-operatório por dissecção da aorta ascendente e dois óbitos hospitalares por associação de complicações. Oito pacientes tiveram alta sendo que 1 faleceu no terceiro mês de pós-operatório. Os sobreviventes estavam bem clinicamente e o estudo por imagem mostrou adequada correção da doença. Os autores concluem que o uso da prótese intraluminal simplifica e corrige adequadamente as afecções da aorta descendente. A morbimortalidade observada nessa série deve-se a outros fatores independentes da técnica.

Year

1998

Creators

STOLF,Noedir A. G. PÊGO-FERNANDES,Paulo M. SOUZA,Luciano R. MOITINHO,Rilson R. COSTA,Roberto ARTEAGA,Edmundo JATENE,Adib D.

Reconstrução da aorta com conduto de pericárdio bovino corrugado

No período de outubro de 1989 a maio de 1997, 40 pacientes portadores de dissecção aórtica, aneurisma da aorta, coarctação da aorta ou doença oclusiva aorto-ilíaca foram submetidos a reconstrução da aorta utilizando-se conduto de pericárdio bovino corrugado processado em glutaraldeído. A reconstrução total da aorta ascendente com substituição da valva aórtica e reimplante das artérias coronárias foi realizada em 9 pacientes, a simples substituição da aorta ascendente em 6, aorta torácica descendente em 2, arco aórtico em 1, aorta toracoabdominal em 1 e a aorta abdominal foi reconstruída em 21, incluindo pacientes submetidos a reconstrução aorto-ilíaca ou aorto-femoral. A mortalidade hospitalar foi de 8 (20%) pacientes e as causas de óbito foram baixo débito cardíaco, recidiva da dissecção aórtica, falência de múltiplos órgãos e sangramento. O seguimento total foi de 128,4 pacientes-anos, com um seguimento médio de 4 anos por paciente. Complicações tardias relacionadas ao conduto vascular foram observadas em 4 pacientes, incluindo obstrução de um dos ramos do tubo bifurcado utilizado para reconstrução aorto-femoral e infecção em 3, resultando em degeneração secundária do conduto e formação de pseudo-aneurisma. Os 4 pacientes foram submetidos a reoperações, correspondendo a uma incidência de 3,1% ± 1,6% por paciente/ano. Ocorreram 5 óbitos tardios e as causas foram morte súbita, doença coronariana, pneumonia, septicemia e complicações metabólicas resultantes de diabetes e insuficiência renal crônica, correspondendo a uma incidência de 3,9% ± 1,7% por paciente/ano. A sobrevida atuarial em 9 anos foi 61,5% ± 9,2%, incluindo a mortalidade cirúrgica e a sobrevida atuarial livre de degeneração tissular estrutural primária do conduto biológico foi de 100%. O corrugamento do pericárdio, resultante da incorporação do princípio crimping utilizado nas próteses vasculares sintéticas, proporciona um conduto circular, que facilita a realização da anastomose, mantém a forma tubular mesmo quando fletido e evita o acotovelamento. O pericárdio é muito macio, fácil de ser manipulado, suturado e coapta muito bem nas linhas de sutura, resultando uma anastomose hemostática. O seguimento de 9 anos demonstrou um desempenho satisfatório deste substituto vascular biológico, não ocorrendo casos de fibrose, calcificação ou dilatação aneurismática.

Year

1998

Creators

Salles,Claudio A. Silva,Roney R. P. Borém,Paulo M. Casagrande,Ivan S. J. Moreira,Maria Consolação V. Gusmão,João B. Teixeira,Vera C. Silva,Sérgio R. B.

Manuseio da dissecção aórtica envolvendo artéria coronária direita

É conhecido o fato de que a dissecção aórtica pode envolver as artérias coronárias, Entretanto, somente alguns artigos fazem referência ao tratamento cirúrgico dessa afecção. Apresentamos o seguimento de 11 pacientes acometidos por dissecção da aorta ascendente envolvendo a artéria coronária direita e que se submeteram à operação em nossa Instituição - Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Em 2 pacientes o óstio coronariano esquerdo também foi afetado. Em 7 pacientes a dissecção foi aguda e, em 4, crônica. A aorta ascendente foi substituída por enxerto tubular de Dacron em todos os pacientes; ponte de veia safena para a coronária direita ou enxerto de gore-tex para o óstio coronariano ou artéria coronária direita foi realizado em 9 pacientes e reimplante de ambas as coronárias dissecadas em 2. Houve 3 (27,3%) mortes no pós-operatório recente, devido a síndrome de baixo débito e infarto do miocárdio. Dois pacientes acometidos por síndrome de Marfan faleceram no 14º mês de pós-operatório por doença hepática, e outro devido a rotura da aorta descendente no 39º mês. Os 6 pacientes restantes foram acompanhados por um período que variou de 78 a 96 meses (média de 83 meses). Tal experiência sugere que, apesar de significar alto risco, o envolvimento do óstio coronariano direito na dissecção de aorta é um acontecimento que pode ser manejado com sucesso através de alguns procedimentos cirúrgicos, quando realizados antes do surgimento de complicações irreversíveis.

Year

1998

Creators

PÊGO-FERNANDES,Paulo M. STOLF,Noedir A. G. HERVOSO,Cristina M. SILVA,João M. ARTEAGA,Edmundo JATENE,Adib D.

Pré-condicionamento precoce da medula espinal isquêmica: pesquisa em coelhos

Investigou-se a possibilidade de desencadear o fenômeno do pré-condicionamento, imediatamente antes da esquemia de 30 minutos, como meio adicional de proteção medular nos casos de pinçamento aórtico prolongado. Oitenta e sete coelhos da raça Nova Zelândia, distribuídos em 6 grupos, foram estudados. A isquemia medular resultou do pinçamento (P) da aorta abdominal, imediatamente após a origem da artéria renal esquerda. Estimulou-se o pré-condicionamento por curtos e repetidos períodos de isquemia, assinalados no texto por grifo, seguidos por variáveis tempos de reperfusão. Grupo I - Controle: 20 animais tiveram a aorta pinçada por 30 min. Dois (10%) recuperaram integralmente a motricidade e a sensibilidade das patas posteriores e cauda; 18 (90%) tornaram-se paraplégicos. Grupo II - Operação simulada: 10 (100%) animais operados como os do grupo anterior, exceto pelo não pinçamento da aorta, recuperaram plenamente as funções sensitivo-motoras. Grupo III - Pré-condicionamento: 10 animais - (P) 1 min ®15 min ®(P) 30 min® reperfusão final. Todos (100%) tornaram-se paraplégicos. Grupo IV - Pré-condicionamento: 6 animais - (P) 1 min ®5 min ®(P) 2 min ®5 min ®(P) 2 min ®5 min (P) 30 min ®reperfusão final. Cinco (83,33%) coelhos ficaram paraplégicos e 1 (16,66%) ficou monoplégico. Grupo V - Clorpromazina: 20 animais receberam clorpromazina por via endovenosa, na dose de 2 mg/kg peso, 10 min antes do pinçamento aórtico. Onze (55%) tiveram recuperação sensitivo-motora integral e 9(45%), ficaram paraplégicos. Grupo VI - Clorpromazina + pré-condicionamento: 21 animais receberam a clorpromazina como os do grupo anterior, sendo pré-condicionados da forma (P) 1 min ® 5 min ®(P) 1 min ® 5 min ®(P) 30 min ® reperfusão final. Nove 42,8%) tiveram recuperação sensitivo-motora integral e 2 (9,52%), recuperação parcial. Os demais (47,68%) ficaram paraplégicos. A análise estatística demonstrou não haver diferença significativa entre os resultados dos grupos III e IV, e quando ambos foram comparados com o grupo I. Não foi significativa a diferença entre os grupos V e VI, mas foi significativa quando ambos foram comparados com o grupo I (p<0,05). Estudo histológico - Outros 12 animais foram usados exclusivamente para o estudo histológico sob microscopia óptica: 6 do grupo controle e 6 com pré-condicionamento do tipo (P) 1 min ® 5 min ®(P) 1 min ® 5 min ® (P) 30 min ® reperfusão de 5 h. Os resultados, avaliados pelo percentual de neurônios isquêmicos, evidenciaram importante dispersão dos valores, sem diferença significativa entre os grupos, considerando-se a mediana desses números (p < 0,05).

Year

1998

Creators

SADER,Albert Amin CHIMELLI,Leila Maria Cardão SADER,Soraya Lopes BARBIERI NETO,José COUTINHO NETO,Joaquim ROSELINO,José Eduardo de Salles MAZZETTO,Sebastião Assis

Emprego do anel de Gregori na posição invertida para o tratamento da insuficiência tricúspide: experiência inicial

Objetivo: Analisar a técnica cirúrgica e os resultados com o uso do anel de Gregori em posição invertida na correção da insuficiência tricúspide. Casuística e Métodos: No período de julho de 1991 a novembro de 1997, foram operados 11 pacientes com média de idades de 36,4 anos. A avaliação do paciente foi pelos sintomas (GF) e estudo ecocardiográfico. A operação foi realizada com auxílio da CEC e o anel de Gregori foi implantado na posição tricúspide de maneira que a parte retificada da elipse do anel coincidisse com a cúspide anterior, região de maior dilatação. Oito (72,7%) pacientes apresentavam GF III ou IV no pré-operatório e em 6 (54,5%) pacientes o ritmo era de FA. A média do diâmetro do ventrículo direito (VD) era de 34 mm (valor normal até 26 mm). Resultados: Não houve mortalidade hospitalar e nem tardia. Os procedimentos associados foram: troca valvar mitral em 5 pacientes, fechamento de CIA em 2 pacientes, troca valvar aórtica com plástica valvar mitral em 1, plástica valvar mitral em 1; correção de endomiocardiofibrose (EMF) bilateral em 1 e revascularização do miocárdio em 1 paciente. Acompanhamento PO foi possível em 10 (91%); 9 (91%) estão em GF I ou II. A paciente em GF III apresentava insuficiência mitral após correção da EMF. Três pacientes estão em FA e 7 em RS e nenhum caso de bloqueio A-V total. Nenhum paciente foi reoperado. A média da dimensão do VD no PO é de 24,6 mm (p < 0,001). Conclusões: 1) a técnica empregada é simples e reprodutível; 2) houve importante melhora clínica; 3) a redução da cavidade ventricular direita foi estatisticamente significativa; 4) tendo em vista os bons resultados obtidos, este procedimento pode ser realizado rotineiramente.

Year

1998

Creators

CARVALHO,Roberto Gomes de MULINARI,Leonardo Andrade GIUBLIN,Paulo R. MULASKI,José Carlos SILVA Jr.,Arleto Zacarias LOPES,Luiz Roberto ANDRADE,Maurício SCHIMIDLIN,Carlos BROMMESLSTRÖET,Marcélia DANTAS,Marcelo WOSTOVICH,Vinícius STHALKE,Paulo WOLKER,Rinaldo Loures,Danton R. da Rocha

Cardioplegia retrógrada atrial com técnica aperfeiçoada

É apresentado aperfeiçoamento em técnica de cardioplegia retrógrada atrial, consistindo na passagem de fita cardíaca pelo seio transverso do pericárdio. As extremidades da fita passando pelo interior do tubo de látex formam torniquete que permite a oclusão do tronco pulmonar sem necessidade de sua dissecção na contigüidade com a aorta ascendente. Estando as veias cavas ocluídas sobre as cânulas de circulação extracorpórea, perfunde-se continuamente cardioplegia sangüínea (25 mEq/l de K) hipotérmica (4 - 8°C) por cateter introduzido no átrio direito; os óstios coronarianos são diretamente perfundidos com intervalos de 20/30 min. Foram operados 5 pacientes submetidos a procedimentos na aorta ascendente (operação tipo Bental - De Bonno, 1 caso; substituição de valva aórtica, 3 casos; substituição de valva aórtica associada a correção de aneurismas de artéria coronária direita e aorta ascendente, 1 caso), com tempo de pinçamento aórtico variável entre 80 e 180 min (média de 107,8 min). Todos os pacientes saíram de circulação extracorpórea com autonomia hemodinâmica. O pós-operatório imediato e hospitalar foi normal. Todos os pacientes receberam alta em boas condições clínicas.

Year

1998

Creators

GOMES,Otoni Moreira GOMES,Eros Silva

Inversão total da circulação do pulmão esquerdo: análise morfo-funcional

Desenvolvemos um modelo experimental de inversão total da circulação do pulmão esquerdo. Com este modelo, buscamos demonstrar a possibilidade da inversão total do fluxo sangüíneo pulmonar, mantendo normais as suas características funcionais e histológicas. Foram operados 8 cães onde a circulação do pulmão esquerdo foi totalmente invertida. O sangue do tronco pulmonar foi direcionado para as veias pulmonares e o retorno sangüíneo da artéria pulmonar para o átrio esquerdo. Os cães foram reoperados após 15 dias, para nova análise. Para monitorização do fluxo através do sistema invertido foi realizado no 9º PO um ecocardiograma com Dopplerfluxometria a cores. Para a análise funcional do pulmão utilizamos amostras gasométricas do sangue do pulmão esquerdo e da aorta. Para a análise morfológica comparamos o padrão histológico pré com o pós inversão. Foram comparados os resultados gasométricos das amostras da aorta e da artéria pulmonar na primeira operação e na reoperação. Todos os resultados gasométricos puderam ser comparáveis, mostrando não haver diferença entre a oxigenação do sangue do pulmão esquerdo e da aorta. A análise ecocardiográfica foi um método eficaz na avaliação do fluxo pelo enxerto. A histologia pôde mostrar que o pulmão com a circulação invertida não apresenta alterações de sua estrutura histológica. Com a inversão total da circulação do pulmão esquerdo, a função de troca gasosa e a estrutura morfológica permaneceram inalteradas.

Year

1998

Creators

MULINARI,Leonardo Andrade TYSZKA,André Luiz CARVALHO,Roberto Gomes de LOURES,Danton R. da Rocha MOREIRA,Luiz Felipe P. STOLF,Noedir A. G.

Extração de eletrodo de marcapasso endocárdico permanente pela aplicação de radiofreqüência

Introdução: Uma nova opção terapêutica para a remoção de cabos-eletrodo endocárdicos permanentes desativados é apresentada, utilizando a radiofreqüência para facilitar a liberação do eletrodo a partir do endocárdio, permitindo a extração transvenosa do sistema. Os resultados obtidos nos 4 primeiros pacientes tratados são apresentados. Casuística: Quatro pacientes portadores de processos infecciosos em eletrodos transvenosos abandonados foram submetidos a procedimento para remoção do cateter. Todos os pacientes eram portadores de eletrodos de fixação passiva por aletas implantados no ventrículo direito de 8,5 a 18,8 anos (M = 12,9 ± 5,6) antes. Em todos os casos a técnica da tração contínua havia sido utilizada exaustivamente, não se conseguindo a remoção. Métodos: Utilizou-se gerador de radiofreqüência Radionics RFG3D com anodo de 85 cm2 justaposto ao dorso do paciente e usou-se como catodo o próprio eletrodo a ser removido. Concomitante à tração contínua do cabo-eletrodo a aplicação de radiofreqüência era iniciada. Para cada paciente foram realizadas até três aplicações de 50 W com um tempo máximo de aplicação de 60 segundos em cada aplicação. O tempo e a potência foram determinados empiricamente pela equipe médica, considerando-se insucesso a não liberação do eletrodo a partir do miocárdio após a aplicação do montante de energia acima descrito. Resultados: O cabo-eletrodo foi removido completamente em 2 pacientes. Em 1, a radiofreqüência dissolveu a solda do condutor à ponta do eletrodo, que ficou presa ao miocárdio e no último paciente não houve liberação do cabo após o uso da máxima energia preestabelecida. Não houve complicações ou óbitos. Conclusões: A radiofreqüência pode ser usada como opção terapêutica para a liberação transvenosa de eletrodos abandonados. Maior experiência deve ser obtida para determinar a energia que deve ser utilizada para maximizar os resultados.

Year

1998

Creators

COSTA,Roberto PICIONE,João L. SOSA,Eduardo A. SCANAVACCA,Maurício I. COSTA,Sergio S. C. Martinelli Filho,Martino Stolf,Noedir A. G. JATENE,Adib D.

Tratamento cirúrgico de mixoma do coração duplamente recidivado, em paciente testemunha de Jeová: relato de caso

A recidiva de mixoma cardíaco após sua remoção cirúrgica é incomum. Isso se deve à excisão de sua base de implantação nas paredes do coração. Caso essa ressecção não seja ampla, existe a possibilidade da recidiva do tumor. Os autores descrevem o caso de paciente do sexo masculino, 26 anos de idade, com antecedentes de recidiva de mixoma de átrio esquerdo em duas ocasiões e ressecção com sucesso. O paciente foi admitido em nosso Serviço devido à presença de tumor em átrio esquerdo. O exame ecocardiográfico revelou massa pediculada, localizada no septo interatrial. Por tratar-se de testemunha de Jeová, não recebeu sangue ou hemoderivados durante todo o tratamento cirúrgico. Na operação observou-se massa gelatinosa fixada no septo interatrial. Foi realizada ampla ressecção do tumor e de sua inserção no septo. O exame histopatológico constatou tratar-se de mixoma cardíaco.

Year

1998

Creators

FABER,Cristiano Nicoletti DALLAN,Luís Alberto OLIVEIRA,Sérgio Almeida de LISBOA,Luiz Augusto F. TANIGUCHI,Fábio PLATANIA,Fernando JATENE,Adib D.

Desafios técnicos e complicações da dupla substituição valvar na presença de anéis aórtico e mitral pequenos

Mulher de 57 anos portadora de cardiopatia reumática com comprometimento das valvas aórtica e mitral foi submetida a uma substituição mitro-aórtica. A presença de anéis aórtico e mitral pequenos contribuiu para uma série de complicações intra-operatórias, como oclusão do óstio coronariano esquerdo e dissociação atrioventricular do tipo III. O sulco foi reparado com generoso enxerto autólogo pericárdico fresco de camada dupla sobreposto por uma prótese mecânica de duplo folheto. No pós-operatório, a paciente desenvolveu insuficiência respiratória prolongada, pneumonia, disfunção miocárdica temporária e insuficiência renal aguda. No final, ela recebeu alta sem problemas residuais.

Year

2006

Creators

Atik,Fernando A. Pettersson,Gosta B. Gillinov,A. Marc Lytle,Bruce W.

Vasoespasmo coronariano induzido pela ecocardiografia sob estresse pela dobutamina-atropina

Relatamos caso de mulher de 45 anos de idade, com antecedentes de hipertensão arterial sistêmica e tabagismo, submetida a ecocardiografia sob estresse pela dobutamina-atropina para investigação de doença arterial coronariana. No pico do estresse, a paciente apresentou dor precordial súbita e de forte intensidade. O eletrocardiograma de doze derivações revelou elevação do segmento ST nas derivações DII, DIII, aVF, V5 e V6 e depressão do segmento ST nas derivações DI, aVL, V2 e V3. Pela monitoração das imagens ecocardiográficas foi observado aparecimento de discinesia do septo inferior e acinesia da parede inferior do ventrículo esquerdo. O exame foi interrompido imediatamente, a paciente foi medicada e evoluiu com melhora da dor precordial e das alterações de motilidade segmentar. A angiografia coronariana revelou lesões coronarianas irregulares com menos de 50% de obstrução do diâmetro luminal. Trata-se de um caso de vasoespasmo coronariano induzido por estimulação alfa-adrenérgica durante a ecocardiografia sob estresse pela dobutamina-atropina.

Year

2006

Creators

Bogaz,Fábio A. Saroute,Ally N. R. Tsutsui,Jeane Mike Kowatsch,Ingrid O. Neto,Francisco M. Nicolau,José C. Ramires,José A. F. Mathias Junior,Wilson

I Diretriz de Ressonância e Tomografia Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia Sumário Executivo

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Year

2006

Creators

Cattani,César Augusto Mastrofrancisco Jasinowodolinsk,Dany Lucchesi,Fabiano Rocha,Fábio Berezowsky Pedroti,Fátima Cristina Szarf,Gilberto Monte,Guilherme Urpia Kuroki,Iugiro Roberto Andrade,Joalbo Parga Filho,José Rodrigues Correia,Luis Cláudio Ávila,Luiz Francisco Hadlich,Marcelo Zapparoli,Marcelo Barbosa,Marcia Mugnaini,Márcia Lima Siqueira,Maria Helena Albernaz Uellendhal,Marly Maria Rosário Neto,Miguel Abraão Schwarzman,Paulo R. Santos Filho,Raul Dias dos Loureiro,Ricardo Kalil Filho,Roberto Vieira,Robson de Macedo

Efeitos da associação da estimulação atrial dinâmica em duplo sítio atrial com atenolol na prevenção da fibrilação atrial recorrente

OBJETIVO: Avaliar os efeitos da estimulação atrial otimizada (EAO) (estimulação duplo-sítio atrial, freqüência acima da intrínseca e algoritmo funcional específico) e uso de atenolol, na prevenção da fibrilação atrial (FA) recorrente. Desfecho primário: quantificar a taxa de episódios de FA. Desfechos secundários: qualidade de vida, avaliação de sintomas específicos cardiovasculares, taxa de internações hospitalares, taxa de cardioversões elétricas e farmacológicas e eventos cardíacos adversos. MÉTODOS: Vinte e sete pacientes com FA paroxística recorrente e doença do nó sinusal foram submetidos ao implante de marcapasso duplo-sítio atrial e ventricular e iniciaram com atenolol 100 mg/dia, a seguir foram randomizados em dois grupos, grupo I (3 meses iniciais com EAO e algoritmo especifico ligado e mais 3 com o mesmo desligado) e grupo II (seqüência inversa do grupo I). O modo de estimulação foi DDDR e após 3 meses, foram submetidos à avaliação clínica e eletrônica do sistema de estimulação - mudança automática de modo (AMS), Holter de 24 horas, ecocardiograma e questionário SF-36. Em seguida, foram cruzados e após 6 meses, nova avaliação. RESULTADOS: Pacientes com EAO, quando comparados ao grupo com algoritmo desligado, apresentaram menores taxas de: FA/semana (p<0,001), ativações do AMS (p<0,01), hospitalizações (p<0,001), cardioversões (p<0,001), além de melhores índices dos componentes físico e mental da qualidade de vida. CONCLUSÃO: A terapêutica híbrida, EAO associada ao uso de atenolol, reduziu a taxa de recorrência de FA e proporcionou melhora clínico funcional de pacientes com bradiarritmias sintomáticas.

Year

2007

Creators

Menezes Júnior,Antonio da Silva Martinelli Filho,Martino Menezes,Carlos Cléber dos Santos Costa,Roberto Ramires,José Antônio Franchini

Acompanhamento clínico de pacientes portadores de cardioversor-desfibrilador implantável

OBJETIVO: Relatar o perfil de terapias apropriadas (TA) e inapropriadas (TI) do cardioversores-desfibriladores implantáveis (CDI) em portadores de cardiopatia isquêmica e não-isquêmica e as complicações precoces e tardias do procedimento. MÉTODOS: Foram analisados 155 pacientes (119 homens e 36 mulheres), idade média de 47 (21-88) anos, submetidos ao implante de CDI. Foram divididos em grupos I - pacientes pós-infarto agudo do miocárdio (IAM) (n = 80), grupo II - cardiopatia não-isquêmica e fração de ejeção de ventrículo esquerdo (FEVE) < 40% (n = 45): chagásicos (n = 18), portadores de cardiopatia dilatada idiopática (n = 12), hipertensiva (n = 8), hipertrófica (n = 4) e valvar (n = 3); grupo III - displasia arritmogênica do ventrículo direito (n = 13) e grupo IV- canalopatias: síndrome de Brugada (n = 8) e arritmias ventriculares primárias (n = 9). Os pacientes eram submetidos a estudo eletrofisiológico (EEF) antes do implante. RESULTADOS: No seguimento médio de 26 meses foi observado um alto índice (46%) de TA (terapias antitaquicardia e/ou choques) do CDI nos 4 grupos, sem diferença estatística. Os 4 grupos não diferiram na mortalidade total (8,4%) ou arrítmica (1,3%). Não houve correlação entre as TA do CDI e a apresentação clínica dos pacientes ou arritmia ventricular indutível, com 4% de complicações precoces e tardias do procedimento. CONCLUSÃO: A alta incidência de TA do CDI e a baixa incidência de morte súbita sugerem que o CDI é uma estratégia terapêutica valiosa no manejo de pacientes isquêmicos e não isquêmicos selecionados previamente com EEF.

Year

2007

Creators

Fonseca,Silvia Martelo Souza da Belo,Luiz Gustavo Carvalho,Hécio Araújo,Nilson Munhoz,Cláudio Siqueira,Leonardo Maciel,Washington Andréa,Eduardo Atié,Jacob

Características cardíacas e metabólicas de corredores de longa distância do ambulatório de cardiologia do esporte e exercício, de um hospital terciário

OBJETIVO: Caracterizar parâmetros cardíacos, eletrocardiográficos e funcionais, e respostas cardiopulmonares ao exercício em corredores de longa distância brasileiros, acompanhados no Ambulatório de Cardiologia do Esporte e Exercício de um hospital terciário. MÉTODOS: De uma população inicial de 443 atletas, de ambos os sexos, de diferentes modalidades esportivas, foram avaliados 162 (37%) corredores de longa distância, do sexo masculino, com idade variando entre quatorze e 67 anos. Registros eletrocardiográficos (doze derivações) e ecocardiográficos (modos mono e bidimensional) foram realizados em repouso. Respostas cardiopulmonares foram avaliadas durante teste em esteira rolante, com protocolo em rampa. RESULTADOS: Alterações metabólicas e doenças cardiovasculares foram diagnosticadas em 17% e 9% dos corredores, respectivamente. Bradicardia sinusal e hipertrofia ventricular esquerda foram verificadas em 62% e 33% dos corredores, respectivamente. Alterações estruturais, como cavidade ventricular > 55mm, espessura relativa de parede > 0,44 e índice de massa ventricular > 134g/m2 foram encontradas em 15%, 11% e 7% dos corredores, respectivamente. Fração de ejeção < 55% foi observada em 4% dos corredores. O consumo de oxigênio pico (VO2pico) diminuiu a partir de 41 anos, embora o limiar anaeróbio relativo ao VO2pico tenha se mantido inalterado com a idade. CONCLUSÃO: Bradicardia de repouso e hipertrofia ventricular esquerda são as adaptações cardiovasculares mais freqüentes em corredores de longa distância brasileiros acompanhados no Ambulatório de Cardiologia do Esporte e Exercício. Apesar da diminuição do VO2pico a partir de 41 anos, há manutenção do consumo de oxigênio relativo no limiar anaeróbio nesses corredores.

Year

2007

Creators

Azevedo,Luciene Ferreira Brum,Patrícia Chakur Rosemblatt,Dudley Perlingeiro,Patrícia de Sá Barretto,Antônio Carlos Pereira Negrão,Carlos Eduardo Matos,Luciana Diniz Nagem Janot de