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GuaragnaSCORE prediz satisfatoriamente os desfechos em cirurgia cardíaca valvar em hospital brasileiro
OBJETIVO: O objetivo deste estudo é avaliar a aplicabilidade do GuaragnaSCORE na predição de mortalidade perioperatória em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca valvar na Divisão de Cirurgia Cardiovascular do Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco - PROCAPE, Recife, PE, Brasil. MÉTODOS: Estudo retrospectivo envolvendo 491 pacientes consecutivos operados entre Maio/2007 e Dezembro/2010. Os registros continham todas as informações utilizadas para calcular a pontuação. O desfecho de interesse foi óbito. A associação de fatores do escore com óbito (análise univariada e análise de regressão logística multivariada), associação de classes de risco do escore com óbito e acurácia do modelo através da área sob a curva ROC (receiver operating characteristic) foram calculados. RESULTADOS: A incidência de óbito foi de 15,1%. As nove variáveis do escore foram preditoras de morte em análise univariada e multivariada. Observamos que, quanto maior a classe de risco do paciente (baixa, média, alta, muito alta, extremamente alta), maior é a incidência de óbito (0%; 7,2%; 25,5%; 38,5%; 52,4%), demonstrando que o modelo parece ser um bom preditor de risco de óbito, em uma associação estatisticamente significativa (P<0,001). O escore apresentou boa acurácia, levando em consideração que a área sob a curva ROC foi de 78,1%. CONCLUSÕES: O escore brasileiro demonstrou-se um índice simples e objetivo, revelando-se um preditor satisfatório de óbito no período perioperatório em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca valvar em nossa instituição.
2012
Sá,Michel Pompeu Barros de Oliveira Sá,Marcus Villander Barros de Oliveira Albuquerque,Ana Carla Lopes de Silva,Belisa Barreto Gomes da Siqueira,José Williams Muniz de Brito,Phabllo Rodrigo Santos de Vasconcelos,Frederico Pires Lima,Ricardo de Carvalho
Resultados clínicos e metabólicos da abreviação do jejum com carboidratos na revascularização cirúrgica do miocárdio
INTRODUÇÃO: Existe pouca informação sobre abreviação do jejum pré-operatório com oferta de líquidos ricos em carboidratos (CHO) nas operações cardiovasculares. OBJETIVOS: Avaliar variáveis clínicas, segurança do método e efeitos no metabolismo de pacientes submetidos à abreviação do jejum na cirurgia de revascularização do miocárdio (CRVM). MÉTODOS: Quarenta pacientes submetidos à CRVM foram randomizados para receberem 400 ml (6 horas antes) e 200 mL (2 horas antes) de maltodextrina a 12,5% (Grupo I, n=20) ou apenas água (Grupo II, n=20) antes da indução anestésica. Foram avaliadas diversas variáveis clínicas no perioperatório e também a resistência insulínica (RI) pelo índice de Homa-IR e pela necessidade de insulina exógena; além da função excretora da célula beta pancreática pelo Homa-Beta e controle glicêmico por exames de glicemia capilar. RESULTADOS: Não ocorreram óbitos, broncoaspiração, mediastinite, infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular encefálico perioperatórios. Fibrilação atrial ocorreu em dois pacientes de cada grupo e complicações infecciosas não diferiram entre os grupos (P=0,611). Pacientes do Grupo I apresentaram dois dias a menos de internação hospitalar (P=0,025) e um dia a menos na UTI (P<0,001). O tempo de uso de dobutamina foi menor no Grupo I (P=0,034). Houve pior controle glicêmico nas primeiras 6 horas de pós-operatório no Grupo II (P=0,012). RI foi constatada e não diferiu entre os grupos (P>0,05). Declínio da produção endógena de insulina ocorreu em ambos os grupos (P<0,001). CONCLUSÃO: Abreviação do jejum pré-operatório com oferta de CHO na CRVM foi segura, melhorou o controle glicêmico na UTI, diminuiu tempo de uso de dobutamina, e de internação hospitalar e na UTI. Contudo, não influenciou a RI e morbimortalidade de fase hospitalar.
2012
Feguri,Gibran Roder Lima,Paulo Ruiz Lúcio Lopes,Andréa Mazoni Roledo,Andréa Marchese,Miriam Trevisan,Mônica Ahmad,Haitham Freitas,Bruno Baranhuk de Aguilar-Nascimento,José Eduardo de
Perioperative intravenous corticosteroids reduce incidence of atrial fibrillation following cardiac surgery: a randomized study
OBJECTIVE: Corticosteroids decrease side effects after noncardiac elective surgery. A randomized, double blinded, placebo-controlled study was plan to test the hypothesis that standard doses of dexamethasone (6X2) would decrease the incidence of atrial fibrillation (AF) following cardiac surgery. METHODS: A total of 185 patients undergoing coronary revascularization surgery were enrolled in this clinical study. The anesthetic management was standardized in all patients. Dexamethasone (6 mg/ml) or saline (1 ml) was administered after the induction of anesthesia and a second dose of the same study drug was given on the morning after surgery. The incidence of AF was determined by analyzing the first 72 hours of continuously recorded electrocardiogram records after cardiac surgery, to determine the incidence and severity of postoperative side effects. RESULTS: The incidence of 48 hours postoperative AF was significantly lower in the Dexamethasone group (21/ 92[37.5%]) than in the placebo group (35/92 [62.5%], adjusted hazard ratio, 2.07; 95% confidence interval, 1.09-3.95 (P<0.05). Compared with placebo, patients receiving dexamethasone did not have higher rates of superficial or deep wound infections, or other major complications. CONCLUSIONS: Prophylactic short-term dexamethasone administration in patients undergoing coronary artery bypasses grafting significantly reduced postoperative atrial fibrillation.
2012
Abbaszadeh,Monir Khan,Zahid Hussain Mehrani,Fariborze Jahanmehr,Hammid
Cirurgia cardíaca videoassistida: 6 anos de experiência
INTRODUÇÃO: A cirurgia cardíaca minimamente invasiva e videoassistida (CCVA) tem aumentado em popularidade nos últimos 15 anos. As pequenas incisões têm sido associadas a um bom efeito estético e menor trauma cirúrgico, consequentemente, menor dor e rápida recuperação pós-operatória. OBJETIVOS: Apresentar nossa casuística com CCVA, após 6 anos de uso do método. MÉTODOS: Cento e trinta e seis pacientes foram submetidos à CCVA, após consentimento escrito, entre setembro de 2005 e outubro de 2011, sendo 50% do sexo masculino, com idade de 47,8 ± 15,4 anos, divididos em dois grupos: com circulação extracorpórea (CEC) (GcCEC=105 pacientes): valvopatia mitral (47/105), valvopatia aórtica (39/105) e cardiopatia congênita (19/105) e sem CEC (GsCEC=31 pacientes): ressincronização cardíaca (18/31), tumor cardíaco (4/31) e revascularização miocárdica minimamente invasiva (6/31). No GcCEC, foi realizada minitoracotomia direita (3 a 5 cm) e acesso femoral para canulação periférica. RESULTADOS: No GcCEC, a média de dias em UTI (DUTI) e de internação hospitalar (DH) foi, respectivamente, 2,4 ± 4,5 dias e 5,0 ± 6,8 dias. Doze pacientes apresentaram complicações no pós-operatório e cinco (4,8%) foram a óbito. Noventa e três (88,6%) pacientes evoluíram sem intercorrências, foram extubados no centro cirúrgico, permanecendo 1,8 ± 0,9 DUTI e 3,6 ± 1,3 DH. No GsCEC, foram 1,3 ± 0,7 DUTI e 2,9 ± 1,4 DH, sem intercorrências ou óbitos. CONCLUSÃO: Os resultados encontrados nesta casuística são comparáveis aos da literatura mundial e confirmam o método como opção à técnica convencional.
2012
Fortunato Júnior,Jeronimo Antonio Pereira,Marcelo Luiz Martins,André Luiz M. Pereira,Daniele de Souza C. Paz,Maria Evangelista Paludo,Luciana Branco Filho,Alcides Milosewich,Branka
Análise dos resultados imediatos da cirurgia de revascularização do miocárdio com e sem circulação extracorpórea
OBJETIVO: Comparar os resultados imediatos da cirurgia de revascularização do miocárdio com e sem circulação extracorpórea (CEC). MÉTODOS: De janeiro de 2007 a janeiro de 2009, 177 pacientes foram submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM), sendo 92, sem CEC e 85 com CEC. Foram avaliados distribuição demográfica, fatores de risco pré-operatórios, classe funcional e avaliação de risco pelo EuroSCORE. A evolução no pós-operatório foi comparada entre os grupos. RESULTADOS: A média de enxertos por paciente foi de 2,48 ± 0,43, no grupo sem CEC, e 2,90 ± 0,59, no com CEC. No grupo sem CEC, 97,8% dos pacientes receberam um enxerto de artéria torácica interna, enquanto que no grupo com CEC a porcentagem foi de 94,1% (P = 0,03). A taxa de revascularização completa foi similar em ambos os grupos. No grupo sem CEC, a artéria circunflexa foi revascularizada em 48,9% dos casos e, em 68,2%, no grupo com CEC (P = 0,01). A mortalidade hospitalar foi de 4,3% e 4,7%, respectivamente, no grupo sem CEC e com CEC (P = 0,92). Os pacientes operados sem CEC apresentaram menor índice de complicações em relação ao infarto perioperatório (P= 0,02) e ao uso de balão intra-aórtico (P= 0,01). CONCLUSÃO: A cirurgia coronariana sem CEC é um procedimento seguro, com mortalidade hospitalar similar a dos pacientes operados com CEC, com menores taxas de complicações e de incidência de infarto perioperatório, bem como menor necessidade de balão intra-aórtico.
2012
Cantero,Marcos Antonio Almeida,Rui M. S. Galhardo,Roberto
A idade influencia os desfechos em pacientes com idade igual ou superior a 70 anos submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica isolada
OBJETIVO: Analisar os resultados da cirurgia de revascularização miocárdica (CRVM) isolada com circulação extracorpórea em pacientes com idade > 70 anos em comparação àqueles com < 70 anos. MÉTODOS: Pacientes submetidos consecutivamente à CRVM isolada. Os pacientes foram agrupados em G1 (idade e" 70 anos) e G2 (idade < 70 anos). Os desfechos analisados foram letalidade hospitalar, infarto agudo miocárdio (IAM), acidente vascular encefálico (AVE), reoperação para revisão de hemostasia (RRH), necessidade de balão intra-aórtico (BIA), complicações respiratórias, insuficiência renal aguda (IRA), mediastinite, sepse, fibrilação atrial (FA) e bloqueio atrioventricular total (BAVT). RESULTADOS: Foram estudados 1033 pacientes, 257 (24,8%) do G1 e 776 (75,2%) do G2. A letalidade hospitalar foi significantemente maior no G1 quando comparado ao G2 (8,9% vs. 3,6%, P=0,001), enquanto a incidência de IAM foi semelhante (5,8% vs. 5,5%; P=0,87). Maior número de pacientes do G1 necessitou de RRH (12,1% vs. 6,1%; P=0,003). Da mesma forma, no G1 houve maior incidência de complicações respiratórias (21,4% vs. 9,1%; P<0,001), mediastinite (5,1% vs. 1,9%; P=0,013), AVE (3,9% vs. 1,3%; P=0,016), IRA (7,8% vs. 1,3%, P<0,001), sepse (3,9% vs. 1,9%; P=0,003), fibrilação atrial (15,6% vs. 9,8%; P=0,016) e BAVT (3,5% vs. 1,2%; P=0,023) do que o G2. Não houve diferença significante na necessidade de BIA. Na análise regressão logística multivariada "forward stepwise", a idade >70 anos foi fator preditivo independente para maior letalidade operatória (P=0,004) e para RRH (P=0,002), sepse (P=0,002), complicações respiratórias (P<0,001), mediastinite (P=0,016), AVE (P=0,029), IRA (P<0,001), FA (P=0,021) e BAVT (P=0,031) no pós-operatório. CONCLUSÃO: Este estudo sugere que pacientes com idade > 70 anos estão sob maior risco de morte e outras complicações no pós-operatório de CRVM em comparação aos pacientes mais jovens.
2012
Rocha,Antônio Sérgio Cordeiro da Pittella,Felipe José Monassa Lorenzo,Andrea Rocha de Barzan,Valmir Colafranceschi,Alexandre Siciliano Brito,José Oscar Reis Mattos,Marco Antonio de Silva,Paulo Roberto Dutra da
Características clínico-demográficas de pacientes submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio e sua relação com a mortalidade
OBJETIVO: Descrever as características clínicodemográficas e testar sua relação com a mortalidade hospitalar em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM). MÉTODOS: Estudo retrospectivo conduzido a partir dos prontuários de 655 pacientes submetidos à CRM, no período de maio de 2002 a abril de 2010. RESULTADOS: A mortalidade hospitalar foi de 12,1%. A mortalidade foi significativamente (P<0,05) maior em indivíduos do sexo feminino (17,3%), com idade igual ou superior a 70 anos (22,8%), em cirurgias de emergência (36,4%), nos casos de reinternação na unidade de terapia intensiva (UTI) (33,3%), quando a permanência foi inferior a três dias na UTI (16,3%), submetidos a maior tempo de circulação extracorpórea (CEC) e com maior número de comorbidades (15,4%). As variáveis preditoras de óbito identificadas pela análise de regressão logística foram: sexo feminino (OR=2,04); idade >70 anos (OR=2,69); cirurgias em caráter de emergência (OR=15,43) e de urgência (OR=3,81); realização de CEC (OR=2,19) e reinternação na UTI (OR=4,33). CONCLUSÃO: Sexo, idade, tipo de cirurgia, reinternação na UTI, permanência na UTI, comorbidades e tempo de CEC influenciaram no desfecho óbito do paciente submetido à CRM. Dessa forma, tais aspectos devem ser considerados para diminuir o óbito hospitalar em pacientes submetidos a esse tipo de cirurgia.
2012
Oliveira,Eduardo Lafaiette de Westphal,Glauco Adrieno Mastroeni,Marco Fabio
Oxidative stress and inflammatory response increase during coronary artery bypass grafting with extracorporeal circulation
INTRODUCTION: Thiobarbituric acid-reactive substance is a marker of oxidative stress and has cytotoxic and genotoxic actions. C- reactive protein is used to evaluate the acute phase of inflammatory response. OBJECTIVES: To assess the thiobarbituric acid-reactive substance and C-reactive protein levels during extracorporeal circulation in patients submitted to cardiopulmonary bypass. METHODS: Twenty-five consecutive surgical patients (16 men and nine women; mean age 61.2 ± 9.7 years) with severe coronary artery disease diagnosed by angiography scheduled for myocardial revascularization surgery with extracorporeal circulation were selected. Blood samples were collected immediately before initializing extracorporeal circulation, T0; in 10 minutes, T10; and in 30 minutes, T30. RESULTS: The thiobarbituric acid-reactive substance levels increased after extracorporeal circulation (P=0.001), with average values in T0=1.5 ± 0.07; in T10=5.54 ± 0.35; and in T30=3.36 ± 0.29 mmoles/mg of serum protein. The C-reactive protein levels in T0 were negative in all samples; in T10 average was 0.96 ± 0.7 mg/dl; and in T30 average was 0.99 ± 0.76 mg/dl. There were no significant differences between the dosages in T10 and T30 (P=0.83). CONCLUSIONS: C-reactive protein and thiobarbituric acid-reactive substance plasma levels progressively increased during extracorporeal circulation, with maximum values of thiobarbituric acid-reactive substance at 10 min and of Creactive protein at 30 min. It suggests that there are an inflammatory response and oxidative stress during extracorporeal circulation.
2012
Melek,Flora Eli Baroncini,Liz Andréa Villela Repka,João Carlos Domingus Nascimento,Celso Soares Précoma,Dalton Bertolim
Cirurgia de revascularização miocárdica na fase aguda do infarto: análise dos fatores preditores de mortalidade intra-hospitalar
OBJETIVO: A cirurgia de revascularização miocárdica (CRM) na fase aguda do infarto do miocárdio (IAM) está associada a aumento do risco operatório. O objetivo do estudo foi determinar fatores preditores de mortalidade intra-hospitalar nos pacientes submetidos a CRM no IAM. MÉTODOS: Durante três anos, todos os pacientes submetidos a CRM no IAM foram analisados retrospectivamente, utilizando o banco de dados institucional. Sessenta variáveis por paciente foram avaliadas: 49 variáveis pré-operatórias provenientes dos escores 2000 Bernstein-Parsonnet e EuroSCORE; 4 variáveis pré-operatórias não consideradas por esses escores (tempo entre o IAM e a CRM, valor máximo de CKMB, valor máximo de troponina e supradesnivelamento do segmento ST) e 7 variáveis intraoperatórias [uso de circulação extracorpórea (CEC), tempo de CEC, tipo de cardioplegia, endarterectomia, número de enxertos, uso da artéria torácica interna e revascularização completa]. Análise univariada e multivariada para o desfecho mortalidade intra-hospitalar foram realizadas. RESULTADOS: O tempo médio entre o IAM e a CRM foi de 3,8 ± 3 dias. A mortalidade global foi 19%. Na análise multivariada: idade > 65 anos [OR 16,5 (IC 1,8-152), P=0,013]~ CEC >108 minutos [OR 40 (IC 2,7-578), P=0,007], creatinina > 2 mg/dl [OR 35,5 (IC 1,7-740), P=0,021] e pressão pulmonar sistólica > 60 mmHg [OR 31(IC 1,6-591), P=0,022] foram preditores de mortalidade intra-hospitalar. CONCLUSÃO: Variáveis pré-operatórias clássicas como idade > 65 anos, creatinina > 2 mg/dl e pressão pulmonar sistólica > 60 mmHg foram preditoras de mortalidade intra-hospitalar nos pacientes operados de revascularização miocárdica na fase aguda do infarto.
2012
Mejía,Omar Asdrúbal Vilca Lisboa,Luiz A Ferreira Tiveron,Marcos Gradim Santiago,José Augusto Duncan Tineli,Rafael Angelo Dallan,Luis Alberto Oliveira Jatene,Fabio Biscegli Stolf,Noedir Antonio Groppo
Estimulação elétrica nervosa transcutânea no pós-operatório de cirurgia torácica: revisão sistemática e metanálise de estudos randomizados
OBJETIVO: Avaliar os efeitos da estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) sobre a dor e a função pulmonar no pós-operatório de cirurgias torácicas por meio de uma revisão sistemática e metanálise de estudos randomizados. MÉTODOS: A busca incluiu as bases MEDLINE, PEDro, Cochrane CENTRAL, EMBASE e LILACS, além de busca manual, do início até agosto de 2011. Foram incluídos estudos randomizados comparando TENS associada ou não a analgesia farmacológica vs. TENS placebo associada ou não a analgesia farmacológica ou vs. analgesia farmacológica controlada, que avaliaram dor (por meio de escala analógica visual - EAV) e/ou função pulmonar representada pela capacidade vital forçada (CVF) em pacientes no pós-operatório de cirurgia torácica (pulmonar ou cardíaca com abordagem por toracotomia ou esternotomia). RESULTADOS: Dos 2.489 artigos identificados, 11 estudos foram incluídos. Na abordagem por toracotomia, a TENS associada à analgesia farmacológica reduziu a dor comparada com TENS placebo associada à analgesia farmacológica (EAV -1,29; IC95%: -1,94 a - 0,65). Na abordagem por esternotomia, a TENS associada à analgesia farmacológica também reduziu a dor comparada a TENS placebo associada à analgesia farmacológica (EAV -1,33; IC95%: -1,89 a -0,77) e comparada à analgesia farmacológica controlada (EAV-1,23; IC95%: -1,79 a -0,67). Não foi observada melhora significativa na CVF (0,12 L; IC95%: -0,27 a 0,51). CONCLUSÃO: A TENS associada à analgesia farmacológica promoveu maior alívio da dor comparada a TENS placebo em pacientes em pós-operatório de cirurgia torácica, tanto na abordagem por toracotomia quanto por esternotomia. Na esternotomia, também se mostrou mais efetiva que a analgesia farmacológica controlada no alívio da dor, porém sem efeito significativo na função pulmonar.
2012
Sbruzzi,Graciele Silveira,Scheila Azeredo Silva,Diego Vidaletti Coronel,Christian Correa Plentz,Rodrigo Della Méa
Controle da pressão arterial em pacientes sob tratamento anti-hipertensivo no Brasil: Controlar Brasil
FUNDAMENTO: O controle da pressão arterial (PA) é fundamental na hipertensão arterial (HA). OBJETIVO: Conhecer o porcentual de pacientes exigindo metas específicas de controle da PA, atendidos em consultórios no Brasil. MÉTODOS: Cada pesquisador, em número de 291, deveria avaliar, por medida convencional da PA, em cinco dias consecutivos, os dois primeiros pacientes atendidos. Determinou-se o número de hipertensos tratados por, pelo menos, quatro semanas, e com controle da pressão arterial, de acordo com as metas desejadas para o grupo de risco a que pertenciam. RESULTADOS: Foram avaliados 2.810 pacientes, em 291 centros. Os indivíduos obedeceram à seguinte distribuição, por grupo: A (HA estágios 1 e 2, risco adicional baixo e médio) = 1.054 (37,51%); B (HA e PA limítrofe, risco adicional alto) = 689 (24,52%); C (HA e PA limítrofe risco adicional muito alto, incluindo diabéticos) = 758 (26,98%) e D (HA com nefropatia e proteinúria > 1 g/l) = 309 (11%). As médias de PA na população foram: 138,9 ± 17,1 e 83,1 ± 10,7 mmHg. Fatores relacionados ao menor controle da PA: idade, circunferência abdominal, diabete, tabagismo e doença coronariana. Os porcentuais de controle da PA em cada um dos grupos foram, respectivamente: 61,7; 42,5; 41,8 e 32,4. CONCLUSÃO: O baixo controle da PA segundo as metas predefinidas, como explicitado nos resultados, reforça a necessidade de medidas que promovam melhores taxas de controle.
2010
Nobre,Fernando Ribeiro,Artur Beltrame Mion Jr,Décio
Valor prognóstico do Escore de Risco GRACE versus Escore de Risco TIMI em síndromes coronarianas agudas
FUNDAMENTO: Embora o Escore de Risco TIMI seja o mais utilizado em síndromes coronarianas agudas sem supradesnível do segmento ST (SCA), o Escore GRACE tem potencial superioridade prognóstica, pois foi criado a partir de um registro observacional, parte das variáveis são tratadas de forma semiquantitativa e a função renal é computada em seu cálculo. OBJETIVO: Testar a hipótese de que o Escore de Risco GRACE tem superior valor prognóstico hospitalar, comparado ao Escore TIMI em pacientes admitidos com SCA. MÉTODOS: Foram incluídos indivíduos com angina instável ou infarto do miocárdio sem supradesnível do segmento ST, consecutivamente internados em unidade coronariana entre agosto de 2007 e janeiro de 2009. RESULTADOS: Foram estudados 154 pacientes, idade 71 ± 13 anos, 56% do gênero feminino, mediana do GRACE de 117 e mediana do TIMI de 3. Durante o período de internamento, a incidência de eventos foi 8,4% (12 óbitos e 1 infarto não fatal). O teste de Hosmer-Lemeshow aplicado ao Escore GRACE apresentou χ2 de 5,3 (P = 0,72), enquanto Escore TIMI apresentou χ2 de 1,85 (P = 0,60). Desta forma, ambos os escores apresentaram boa calibração. Quanto à análise de discriminação, o Escore GRACE apresentou estatística-C de 0,91 (95% IC = 0,86 - 0,97), significativamente superior à estatística-C de 0,69 do Escore TIMI (95% IC = 0,55 - 0,84) - P = 0,02 para diferença entre os escores. CONCLUSÃO: Em relação à predição de eventos hospitalares em pacientes com SCA, o Escore GRACE tem superior capacidade prognóstica quando comparado ao Escore TIMI.
2010
Correia,Luis C. L. Freitas,Rafael Bittencourt,Ana P. Souza,Alexandre C. Almeida,Maria C. Leal,Jamile Esteves,José Péricles
Polar S810 como recurso alternativo ao eletrocardiograma no teste de exercício de 4 segundos
FUNDAMENTO: O teste de exercício de 4 segundos (T4s) avalia o tônus vagal cardíaco durante o transiente inicial da frequência cardíaca (FC), em exercício dinâmico súbito, por meio da identificação do índice vagal cardíaco (IVC) obtido a partir do eletrocardiograma (ECG). OBJETIVO: Testar a utilização do monitor de frequência cardíaca (MFC) Polar S810 como recurso alternativo ao ECG na aplicação do T4s. MÉTODOS: Neste trabalho, 49 indivíduos do sexo masculino (25 ± 20 anos, 176 ± 12 cm, 74 ± 6 kg) realizaram o T4s. Os intervalos RR foram registrados simultaneamente por ECG e MFC. Calcularam-se média e desvio padrão do último intervalo RR do período pré-exercício ou o primeiro do período de exercício, aquele que for mais longo (RRB), do mais curto intervalo RR do período de exercício (RRC) e do IVC obtidos por ECG e MFC. Utilizou-se o teste t de Student para amostras dependentes (p < 0,05) para testar a significância das diferenças entre as médias. Para identificar a concordância entre o ECG e o MFC, utilizou-se a regressão linear, com cálculo do coeficiente de correlação de Pearson e a estratégia proposta por Bland e Altman. RESULTADOS: A regressão linear apresentou r² de 0,9999 para o RRB, 0,9997 para o RRC e 0,9996 para o IVC. A estratégia de Bland e Altman apresentou desvio padrão de 0,92 ms para o RRB, 0,86 ms para o RRC e 0,002 para o IVC. CONCLUSÃO: O MFC Polar S810 se mostrou eficiente na aplicação do T4s quando comparado ao ECG.
2010
Pimentel,Alan Santos Alves,Eduardo da Silva Alvim,Rafael de Oliveira Nunes,Rogério Tasca Costa,Carlos Magno Amaral Lovisi,Júlio Cesar Moraes Lima,Jorge Roberto Perrout de
Análise espacial das internações por doenças do coração no Vale do Paraíba
FUNDAMENTO: As doenças isquêmicas do coração (DIC) são causa importante de internação no Vale do Paraíba paulista. OBJETIVO: Identificar padrões de distribuição espacial para internações por infarto agudo do miocárdio (IAM) e DIC no Vale do Paraíba paulista. MÉTODOS: Realizou-se um estudo ecológico e exploratório utilizando técnicas de análise espacial dos dados de internação por infarto agudo do miocárdio e doença isquêmica do coração no Vale do Paraíba paulista entre 2004 e 2005. A análise estatística espacial utilizou uma base de dados georreferenciados de 35 municípios e rotinas de estatística espacial. Os dados de internações foram obtidos no Portal Datasus do Ministério da Saúde. As variáveis estudadas foram o número de internações por sexo masculino e feminino, na faixa etária acima dos 30 anos. Para avaliação da dependência espacial foram utilizados os coeficientes de autocorrelação global de Moran e o índice local de Moran. Também foram analisadas as correlações entre as variáveis pelo programa TerraView. O nível de significância foi de 5%. RESULTADOS: Foram identificadas 6.287 internações. As taxas foram de 161,66/100 mil. Do total dos 35 municípios, 31,4% possuem taxas acima da média. Os coeficientes de Moran (global) mostraram significância estatística. Os índices locais mostraram agrupamentos, apontando um aglomerado com 9 municípios onde ocorre dependência espacial com dinâmicas próprias. CONCLUSÃO: A análise espacial permitiu identificar aglomerado espacial no médio Vale do Paraíba paulista para as internações por infarto agudo do miocárdio e doença isquêmica do coração, permitindo intervenção para redução das taxas. (Arq Bras Cardiol 2007;88(6):624-628)
2010
Soares,Paula A. Nascimento,Luiz Fernando C.
Relação da obesidade com a pressão arterial elevada em crianças e adolescentes
FUNDAMENTO: Excessos de peso e de gordura corporal são atualmente reconhecidos como os maiores determinantes da elevação da pressão arterial em crianças e adolescentes. OBJETIVO: Identificar associação e correlação entre obesidade - identificada por meio da circunferência da cintura (CC), da prega cutânea do tríceps (PCT) e do índice de massa corporal (IMC) - pressão arterial elevada (PAE) em crianças e adolescentes. MÉTODOS: Estudo epidemiológico transversal, de base populacional escolar, em crianças e adolescentes de ambos os sexos, com idades entre 7 e 17 anos, selecionados aleatoriamente. Protocolo: questionário estruturado; medidas de peso, altura, espessura da prega tricipital, circunferência da cintura, pressão arterial; diagnóstico de obesidade por meio de IMC, PCT e CC; diagnóstico de PAE. Análise estatística: qui-quadrado. RESULTADOS: Foram avaliados 1.253 estudantes (547 do sexo masculino, média de idade 12,4 ± 2,9 anos), e identificou-se uma prevalência de obesidade (IMC, PCT, CC), respectivamente, de 13,7%, 14,8% e 9,3%. A PAE foi identificada em 7,7% dos jovens. Houve associação significante de obesidade (IMC, PCT, CC) com PAE (*p < 0,0001). Observou-se correlação forte (*p < 0,01) entre CC e IMC; moderada entre CC e PCT, CC e PAS, IMC e PAS (*p < 0,01); fraca entre PAD e CC, PCT e IMC, e entre PAS e PCT (*p < 0,05). CONCLUSÃO: A associação e correlação significantes entre PAE e excesso de gordura corporal por qualquer dos métodos utilizados estabelecem a importância de sua utilização na avaliação de crianças e adolescentes, com vistas à prevenção da HAS nessa faixa etária, sugerindo-se, para isso, a utilização do IMC associado a, pelo menos, um outro método antropométrico.
2010
Souza,Maria Goretti Barbosa de Rivera,Ivan Romero Silva,Maria Alayde Mendonça da Carvalho,Antonio Carlos Camargo
Monitorização ambulatorial da pressão arterial em pacientes normotensos com hipotireoidismo subclínico
FUNDAMENTO: O hipotireoidismo manifesto está associado com elevação da pressão arterial diastólica; entretanto, a associação entre o hipotireoidismo subclínico (HS) e alteração da pressão arterial (PA) é desconhecida. OBJETIVO: O objetivo do presente estudo foi avaliar a monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) por 24 horas em pacientes normotensos com HS em comparação a indivíduos normotensos eutireóideos (EU). MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal com 50 participantes (HS = 30 e EU = 20) que não apresentavam diferenças em relação a fatores de risco para hipertensão. A monitorização ambulatorial de pressão arterial foi realizada com um monitor Dynamapa®, utilizando-se um método oscilométrico validado pela AAMI (Association for the Advancement of Medical Instrumentation) e pela BHS (British Hypertension Society). RESULTADOS: Os níveis séricos médios de TSH e T4 livre foram respectivamente 6,9 ± 2,2 µUI/ml e 1,1 ± 0,2 ng/dl em pacientes com HS. Apesar de não haver diferença em relação à média da pressão arterial sistólica e diastólica entre os dois grupos, houve uma correlação positiva entre os níveis de pressão arterial diastólica média (PADM) e os valores séricos de TSH em pacientes com HS (r:0,477; p = 0,004). Essa correlação foi detectada por medidas diurnas (r:0,498; p = 0,002) e noturnas (r:0,322; p = 0,032). CONCLUSÃO: A pressão arterial não diferiu entre pacientes com ou sem HS; contudo, os resultados sugerem que a progressão de hipotireoidismo subclínico para níveis mais elevados de TSH pode aumentar o risco cardiovascular através do aumento da pressão arterial diastólica.
2010
Ferreira,Marcia Martins Teixeira,Patricia de Fatima dos Santos Mansur,Vera Aleta R. Reuters,Vaneska Spinelli Almeida,Cloyra Paiva Vaisman,Mario
Seguimento de dois anos em pacientes com hipertensão arterial pulmonar sob tratamento com sildenafila
FUNDAMENTO: Os efeitos de longo prazo das drogas desenvolvidas para o controle da hipertensão arterial pulmonar (HAP) são pouco conhecidos, já que os estudos multicêntricos em geral têm duração de 12 a 16 semanas. OBJETIVO: Avaliar a evolução de dois anos, em pacientes com HAP submetidos à monoterapia com sildenafila (inibidor da fosfodiesterase-5), com respeito à capacidade funcional. MÉTODOS: Vinte e quatro pacientes (idade entre 8 e 54 anos) com HAP idiopática (HAPI, n = 9) ou associada a cardiopatias congênitas (HAP-CCg, n = 15) foram tratados com sildenafila por dois anos, com doses diárias que variaram de 60 a 225 mg (três tomadas), por via oral. A capacidade física foi avaliada pela distância caminhada no teste de 6 minutos (DC6M) e pelo grau de dispneia ao final da caminhada (escala de Borg), sendo também registrada a saturação periférica de oxigênio (SpO(2)6M, oximetria de pulso). RESULTADOS: Nos 18 pacientes que completaram dois anos de seguimento, houve incremento progressivo e sustentado na DC6M, tanto no grupo HAPI (de 239 ± 160 m para 471 ± 66 m, p = 0,0076) como no grupo HAP-CCg (de 361 ± 144 m para 445 ± 96m, p = 0,0031), com melhora da dispneia ao final da caminhada (p < 0,05 em ambos). Não houve decréscimo na SpO(2)6M nos grupos considerados; em particular, pacientes com HAP-CCg evoluíram de 77 ± 20% para 79 ± 16% (p = 0,5248). Houve 5 óbitos (três no grupo HAPI) e uma perda de seguimento no período. CONCLUSÃO: Em dois anos de seguimento, a sildenafila mostrou-se útil no controle da condição funcional de pacientes com HAP, com melhora significante nas duas etiologias consideradas.
2010
Franchi,Sonia Meiken Barreto,Alessandra Costa Cícero,Cristina Castro,Claudia Regina Pinheiro Ribeiro,Zilma Verçosa de Sá Lopes,Antonio Augusto
Ecocardiografia-doppler e parâmetros hemodinâmicos em cardiopatias congênitas com hiperfluxo pulmonar
FUNDAMENTO: A predição de dados de hemodinâmica pulmonar, a partir de avaliação não invasiva, poderia isentar alguns portadores de defeitos septais cardíacos congênitos da avaliação invasiva pré-operatória (cateterismo). OBJETIVO: Verificar, em avaliação simultânea, se dados obtidos pela ecocardiografia-Doppler poderiam predizer aspectos da condição hemodinâmica pulmonar em tais pacientes. MÉTODOS: Parâmetros ecocardiográficos relacionados ao fluxo sistólico pulmonar e sistêmico e ao fluxo em veia pulmonar foram relacionados a dados hemodinâmicos em 30 pacientes consecutivos com defeitos septais cardíacos (idade entre 4 meses e 58 anos, mediana 2,2 anos; pressão arterial pulmonar média entre 16 e 93 mmHg). RESULTADOS: As variáveis integral velocidade-tempo do fluxo sistólico em via de saída de ventrículo direito (VTI VSVD > 22 cm) e do fluxo em veia pulmonar (VTI VP > 20 cm) foram preditivos de níveis RVP/RVS <; 0,1 (relação entre resistências vasculares pulmonar e sistêmica), com especificidade de 0,81 e razão de chances acima de 1,0. Para valores VTI VSVD > 27 cm e VTI VP > 24 cm, a especificidade foi superior a 0,90 e a razão de chances 2,29 e 4,47 respectivamente. A razão entre os fluxos pulmonar e sistêmico (Qp/Qs > 2,89 e > 4,0, estimativas ecocardiográficas) foi útil na predição de valores Qp/Qs > 3,0 pelo cateterismo (especificidade de 0,78 e 0,91, razão de chances 1,14 e 2,97, respectivamente). CONCLUSÃO: Em portadores de defeitos septais cardíacos, a ecocardiografia-Doppler é capaz de identificar aqueles em situação de aumento de fluxo e baixos níveis de resistência vascular pulmonar.
2010
Ribeiro,Zilma Verçosa de Sá Tsutsui,Jeane Mike Miranda,Rogério dos Anjos Mohry,Samira Mathias,Wilson Lopes,Antonio Augusto
Treinamento aeróbico melhora a capacidade funcional de pacientes em hemodiálise crônica
FUNDAMENTO: Na população geral, a prática regular de exercícios físicos se associa à melhora da capacidade funcional e à redução de eventos cardiovasculares. Já em portadores de doença renal crônica, uma população com significativo comprometimento da capacidade funcional e elevadas taxas de mortalidade cardiovascular, poucos estudos avaliam os efeitos da atividade física. OBJETIVO: Avaliar o efeito do treinamento aeróbico durante as sessões de hemodiálise, sobre a capacidade funcional e a pressão arterial de pacientes renais crônicos. MÉTODOS: Foram avaliados 14 pacientes portadores de doença renal crônica sob tratamento hemodialítico, antes e depois de 12 semanas de treinamento aeróbico realizado durante as sessões de hemodiálise. Os pacientes foram submetidos a monitorização ambulatorial da pressão arterial de 24 horas, teste de caminhada de 6 minutos e teste cardiopulmonar de exercício antes e depois do período de treinamento. RESULTADOS: Após o treinamento, observou-se aumento significativo da distância percorrida no teste de caminhada de 6 minutos de 509 ± 91,9 m para 555 ± 105,8 m, além de redução significativa da pressão arterial sistólica de 151 ± 18,4 mmHg para 143 ± 14,7 mmHg, da pressão arterial diastólica de 94 ± 10,5 mmHg para 91 ± 9,6 mmHg e da pressão arterial média de 114 ± 13,0 mmHg para 109 ± 11,4 mmHg. CONCLUSÃO: O treinamento aeróbico realizado durante as sessões de hemodiálise contribuiu para a melhora da capacidade funcional e para o controle da hipertensão arterial dos pacientes portadores de doença renal crônica.
2010
Henrique,Diane Michela Nery Reboredo,Maycon de Moura Chaoubah,Alfredo Paula,Rogério Baumgratz de
Reprodutibilidade da determinação do limiar anaeróbico em pacientes com insuficiência cardíaca
FUNDAMENTO: O limiar anaeróbico (LA) fornece informações sobre a capacidade funcional na insuficiência cardíaca (IC). Porém, a determinação visual do LA por métodos ventilatórios é subjetiva, ficando suscetível à diferença entre examinadores. OBJETIVOS: Avaliar a reprodutibilidade intraexaminador e interexaminadores na determinação do LA em indivíduos com IC leve a moderada pelos métodos visual-gráfico e V-slope. Comparar e correlacionar os resultados encontrados. MÉTODOS: Após realização de teste ergoespirométrico em esteira, utilizaram-se os métodos visual-gráfico e V-slope para análise do LA. Para avaliar a reprodutibilidade, três examinadores detectaram o LA duas vezes em cada método, em dias distintos. Para análise estatística, utilizou-se coeficiente de correlação intraclasse (CCI) com p < 0,05. RESULTADOS: Foram avaliados 16 indivíduos com média de idade de 45,9 ± 9,7 anos, fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 20,5 ± 8,1% e consumo de oxigênio no pico do esforço de 20,6 ± 7,8 ml/kgmin-1. A reprodutibilidade intraexaminador foi alta nos dois métodos para os três examinadores, com valores de CCI entre 0,87 e 0,99. A reprodutibilidade interexaminadores foi moderada tanto no método visual-gráfico (CCI = 0,69) quanto no V-slope (CCI = 0,64). Quando se contrastaram os métodos, foi encontrado CCI de 0,91. CONCLUSÕES: A detecção do LA por meio dos métodos visual-gráfico e V-slope apresentou reprodutibilidade intraexaminador e interexaminadores alta e moderada, respectivamente. Além disso, os dois métodos demonstraram alta concordância quando contrastados. Esses resultados sugerem que ambos os métodos podem ser utilizados, de forma reprodutível, na avaliação do LA em indivíduos com IC de leve a moderada
2010
Pereira,Danielle Aparecida Gomes Vieira,Danielle Soares Rocha Samora,Giane Amorim Ribeiro Lopes,Fernanda Lima Alencar,Maria Clara Norman Lage,Susan Martins Parreira,Verônica Franco Velloso,Marcelo Moreira,Maria da Consolação Vieira Britto,Raquel Rodrigues